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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Cine Dica: CINEMA-ENSAIO DE JÚLIO BRESSANE EM CARTAZ NA SALA P. F. GASTAL


Entre os dias 22 e 27 de outubro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) exibe Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros, dois filmes-ensaio de Júlio Bressane que foram apresentados em importantes festivais europeus no último ano e permaneciam inéditos em Porto Alegre. 
 Produzido em parceria com o Canal Brasil, Rua Aperana 52 é uma paisagem musical fílmica sobre a esquina de uma rua no Rio de Janeiro que utiliza fotografias dos pais do cineasta (tiradas entre 1909 e 1955) e os seus próprios filmes (realizados entre 1957 e 2005), cobrindo um tempo de ficção de quase um século. Apesar da familiaridade com o material, Bressane defende a ideia de que sua obra pouco tem a ver com o autobiográfico, mas com construção de uma nova paisagem a partir de iconografias e iconologias já existentes, num jogo de xadrez de ficções que se intercalam a partir de fragmentos visuais e sonoros. A estréia mundial do filme ocorreu no prestigiado Festival de Roterdã, em 2012.
 O Batuque dos Astros tem produção de Zelito Viana e se desenvolve a partir de um passeio livre pela herança poética de Fernando Pessoa, com um registro documental da Lisboa contemporânea buscando possibilidades cinematográficas da obra do escritor português. A primeira exibição do filme aconteceu no Festival Internacional de Cinema de Roma, em 2012, na mostra CinemaXXI, programa dedicado às novas tendências do cinema mundial sem distinção de gênero e duração, com apresentação de obras que expressam a redefinição contínua do cinema dentro do continente visual contemporâneo.
 Segundo o crítico mexicano Maximiliano Cruz, um dos curadores do festival FICUNAM, onde a obra foi exibida neste ano, ao lado de filmes de Apichatpong Weerasethakul, Abbas Kiarostami e Lav Diaz, “Bressane hasteia com O Batuque dos Astros aquela alegação com a qual Jonas Mekas definiu para sempre o ofício: faço filmes, logo existo. A obra exibe uma taxidermia documental eminentemente autorreferencial, inclinando-se a partir de estruturas impressionistas de narração – incluindo a música retalhada como batuta dramática – e de uma concepção assíncrona do som como bastão atmosférico”. Após a sessão de O Batuque nos Astros no domingo, dia 27, às 17h, haverá um debate com os pesquisadores em cinema-ensaio Gabriela Almeida e Jamer Mello.  
 Um dos principais nomes do cinema de invenção brasileiro, Júlio Bressane mantém uma filmografia repleta de experiências radicais de linguagem desde a década de 1960, quando foi alçado ao patamar de ícone do Cinema Marginal. Realizados no formato digital, Rua Aperana 52 e O Batuque dos Astros foram criados num intervalo de tempo entre duas produções de orçamento maior, A Erva do Rato (2008) e Educação Sentimental (2013), período no qual Bressane encontrou dificuldades para aprovar projetos em editais voltados à produção cinematográfica, chamando atenção para a discussão cada vez mais atual sobre novos modos de sobrevivência da produção independente brasileira.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

22 a 27 de outubro de 2013

 Rua Aperana 52 (Brasil, 2012, 80 minutos)

 Uma paisagem musical de longa duração. Montagem de fotos feitas entre 1909 e 1955. E de filmes realizados entre 1957 e 2005, 14 filmes. Aderência ao solo, topologia de um pequeno rincão do Rio de Janeiro. Uma rua de nome evocador, Aperana (caminho falso, caminho provisório, em língua Tupi) revela em tempos heterogêneos um fundo de memória hereditária em montagem inédita. Exibição digital em alta definição.

 O Batuque dos Astros (Brasil, 2012, 74 minutos)

 Tudo começou em uma viagem a Lisboa, a cidade onde Fernando Pessoa, um dos grandes poetas da língua portuguesa, nasceu e viveu por quase toda sua vida. O Batuque dos Astros é um tributo a Pessoa e uma tentativa de descobrir, e talvez revelar, sua visão-sugestão de cinema; como essa estranha semente é transplantada por meio de um vigoroso e alusivo processo de edição. Exibição em DVD.

Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui. 

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sábado, 19 de outubro de 2013

Cine Dicas: Estreias do final de semana (19/10/13)

Os Suspeitos ‎

Sinopse: Em Boston um pai de família deve lidar com o desaparecimento de sua filha e de um amigo dela. Quando suspeita que o detetive encarregado das buscas já desistiu de procurar pelo culpado este pai desesperado começa a desconfiar de todas as pessoas ao redor. Fazendo sua própria investigação ele encontra o principal suspeito e decide sequestrá-lo.


Kick-Ass 2 ‎

Sinopse:  Kick-Ass se junta a um grupo de pessoas que se fantasia de super heróis para combater o crime. Enquanto isso seu inimigo Red Mist planeja uma vingança que afetará a todos.


Serra Pelada‎

Sinopse: Serra Pelada levará às telas de cinema uma viagem para a maior mina a céu aberto dos tempos modernos. O ano é 1980. Os amigos Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Julio Andrade) deixam São Paulo em busca do sonho do ouro. Os dois chegam à Floresta Amazônica como outros milhares de homens repletos de sonhos e ilusões. Mas a vida no garimpo muda tudo. A obsessão pela riqueza e pelo poder os destrói. Juliano se torna um gangster. Joaquim deixa seus valores para trás. Uma história sobre a febre do ouro sobre ganância e violência. Sobre uma grande amizade e seu fim.


Diana

Sinopse: Cinebiografia da Princesa Diana de Gales focada nos dois últimos anos de sua vida. O filme conta sua relação amorosa com o médico paquistanês Hasnat Khan e sua complicada relação com a família dele que tinha dificuldades em aceitar seu casamento. É quando Diana se aproxima do milionário egípcio Dodi Fayed com quem inicia uma relação sob os holofotes de jornalistas e paparazzi do mundo todo. O casal viria a falecer num acidente de carro em um túnel de Paris em 1997. Dirigido pelo alemão Oliver Hirschbiegel (A queda) o filme é protagonizado pela estrela Naomi Watts.


Nove Crônicas para um Coração aos Berros

Sinopse: Larissa não gosta mais de Mário. Leopoldo não sabe se vai ou se fica. Júlio ainda vive com a mãe. Simone cansou de ser prostituta. Vanise se lembrou o que significa ser mulher. Philipp não quer voltar para a Alemanha. Carol carrega um cemitério de lembranças. André quer fazer uma música diferente. Denise decide viver novas experiências. Nesse mosaico de relações humanas e situações cotidianas, homens e mulheres de diferentes idades sentem uma intensa necessidade de se reinventar. Todos vivem o momento da guinada, cada um a seu modo. 

Silent Hill - Revelação 

Sinopse: A jovem Heather Mason passou a vida fugindo ao lado do pai de forças que ambos nunca compreenderam muito bem. Mas quando seu pai desaparece misteriosamente a jovem se depara com uma estranha e terrível realidade que guarda respostas sobre os pesadelos que a infernizam desde a sua infância. Não demora até que Heather descubra que não é a pessoa que imaginava ser com a ameaça de ficar aprisionada em sofrimento eterno para sempre. 


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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cine Dica: O Planeta dos Vampiros no Projeto Raros

Raros apresenta parceria entre Mario Bava e Norma Bengell

Nesta sexta-feira, dia 18, às 20h, o Projeto Raros homenageia Norma Bengell e exibe O Planeta dos Vampiros, ficção-científica do mestre Mario Bava, uma das produções italianas das quais a atriz participou em meados da década de 1960. No filme, um grupo de astronautas começa a perder a razão durante uma investigação num planeta hostil, em trama que influenciou o roteiro de Alien, o 8º Passageiro, de Ridley Scott. Depois da sessão, haverá um debate com o crítico Carlos Thomaz Albornoz. O filme será exibido em DVD, com legendas em espanhol. A entrada é franca. 
Após a repercussão internacional de O Pagador de Promessas, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1962 e indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte, Norma Bengell iniciou sua aventura italiana protagonizando Mafioso (1962), do influente realizador Alberto Lattuada. Ao longo da década, participou de outras produções importantes do país como La Costanza della Ragione (1964), de Pasquale Festa Campanile, contracenando com a jovem Catherine Deneuve, e o western spaghetti Os Cruéis (1967), de Sergio Corbucci. 
A ação de O Planeta dos Vampiros acontece num futuro próximo, quando as espaçonaves Argos e Galliot são enviadas ao espaço para investigar o misterioso planeta Aura. Assim que a Galliot pousa no planeta, seus tripulantes tornam-se violentos uns aos outros devido a uma estranha energia liberada pelo planeta, com uma diabólica forma de vida alienígena invadindo suas mentes e lutando para se apossar de seus corpos. Destaque na filmografia inicial de Bava, com um trabalho visual impressionante e cores quase psicodélicas, o filme marca uma das raras incursões de Norma Bengell na ficção-científica. Dentro do gênero, a atriz ainda participaria de Os Sóis da Ilha de Páscoa (1972), do cineasta francês Pierre Kast, nome pouco conhecido da Nouvelle Vague, e da produção brasileira Abrigo Nuclear (1981), de Roberto Pires. 
  
O Planeta dos Vampiros (Terrore nello spazio)
Dirigido por Mario Bava
(Itália, 1965, 87 minutos)
Elenco: Norma Bengell, Barry Sullivan, Angel Aranda e Evi Marandi.
O filme será exibido em DVD, com legendas em espanhol.

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Cine Dica: Em Cartaz: GRAVIDADE

Nascemos sozinhos e morreremos sozinhos. Viver então sozinho não deveria ser um desafio, mas um mero detalhe.

Sinopse: A Dra. Ryan Stone médica e engenheira espacial está em sua primeira missão fora da Terra ao lado do astronauta Matt Kowalsky na última missão de sua carreira. Durante uma caminhada em torno de seu ônibus espacial eles são atacados por uma chuva de meteoros que os deixa sem contato com a base na Terra e à deriva no espaço. Eles precisam agora trabalhar juntos para tentar sobreviver.

Ao longo da minha vida sempre conheci pessoas que não gostam da solidão, por simplesmente temerem ou não suportarem ela, tanto que a idéia de dormirem sozinhos em uma casa no escuro acaba se tornando um verdadeiro filme de terror. Necessitamos do próximo, mas acredito que até certo ponto, pois ele está ali para lhe dar conforto, mas quando surge a necessidade de darmos conta do recado, tudo que ele pode fazer é nos dar apenas um empurrão e o resto é por nossa conta. Isso tudo me veio à mente ao assistir o impressionante Gravidade, em que o cineasta mexicano Alfonso Cuarón, em apenas uma hora e meia de filme, cria uma metáfora sobre nós perante o medo da solidão e nada mais terrível do que estar sozinho no espaço infinito.
Quando se esta lá em cima, você é apenas um fragmento, ou uma mera célula perante o espaço, mesmo estando perto da mãe terra, mas testemunhando o quão somos frágeis perto do nosso maravilhoso azul. Sabendo disso, Cuarón já no inicio do filme, nos presenteia com uma das mais deslumbrantes imagens da terra jamais vistas no cinema, nos fazendo ter a mesma sensação que os astronautas (Sandra Bullock e George Clooney) estão tendo, quando precisam fora da espaçonave concertar certo aparelho. O teste de fogo perante a maravilha do desconhecido acontece quando fragmentos de outra espaçonave os atingem em cheio e fazendo que ambos se percam no nada.
Isso tudo acontece nos primeiros vinte minutos de projeção, que para o nosso espanto, não há cortes em nenhum momento nesse meio tempo. Para aqueles que já assistiram ao ultimo filme do diretor (Filhos da Esperança), já esperavam por algo parecido, mas ninguém imaginava o quão longe ele chegaria, fazendo junto com sua câmera algo mágico e poucas vezes testemunhado na tela grande. Como se já não bastasse, por vezes a câmera de Cuarón se torna os olhos da personagem de Bullock, captando o que ela está vendo e nos fazendo ter a sensação de verdadeira montanha russa do que ela esta passando no espaço.
A intenção do cineasta, ao lado do seu filho roteirista Jonas esta mais do que clara: fazer com que o espectador sinta as mesmas sensações que a personagem está sentido durante a projeção. Para que isso aconteça, acontece aqui, o que talvez seja o melhor casamento da técnica cinematográfica com o bom desempenho dos atores que é algo que não se via a um bom tempo. Fora a mágica que o diretor cria com a câmera já citada, testemunhamos aqui o bom uso do 3D, que para o espanto de todos é o famigerado convertido, mas que não deve nada ao formato de um filme que foi criado dessa forma do começo ao fim. O segredo dessa façanha está no fato de Cuarón ter pensando em cada cena que estava filmando, em como ela ser comportaria em 3D e nos apresentando então, uma verdadeira aula de como se faz com bom uso dessa ferramenta e ensinando para aqueles cineastas que converteram os seus filmes, mas falharam erroneamente.
Se a técnica não falha, o mesmo pode-se dizer também pelo ótimo desempenho de Sandra Bullock, ao interpretar uma cientista que guarda uma dor vinda do seu passado e que se sente fora do seu mundo, ao adentrar e se perder no espaço infinito. É fácil nos identificarmos com ela, mesmo ela passando por algo que poucos de nos passou um dia, mas o medo de morrer sozinha em meio ao nada é algo que com certeza a maioria de nos ninguém quer passar e, portanto torcemos por ela a cada momento, mesmo quando da à impressão que ela esta pronta para desistir de tudo. O seu passado pessoal o assombra, fazendo com que ela se sentisse perdida e sozinha muito antes do acidente espacial.
Com isso, o personagem Matt Kowalsky (George Clooney) se torna o seu empurrão para continuar em frente, uma espécie de corrente na qual Ryan não pode se desprender e mesmo ele desaparecendo no decorrer do filme, o seu personagem acaba se tornando uma força matriz para ela. A partir disso, vemos o amadurecimento da personagem perante aos obstáculos, seja com os objetos espaciais que a atingem, seja devido a uma nave que não quer funcionar quando deveria. Testemunhamos então, o nascimento gradual de uma nova Ryan, diferente que nos foi apresentada no inicio da trama, pois se aquela não deixasse de existir, tudo seria então bem pior.
Se fossemos resumir então o filme como um todo, seria algo como “conhece-te a ti mesmo”, em que o cenário, que é o espaço infinito, nos remete imediatamente a 2001: Uma Odisséia no Espaço. Ambos os filmes compartilham sobre autodescobrimento, seja ele interno ou externo, muito embora ainda não fosse dessa vez que a obra máxima de Kubrick sobre o espaço foi superada, mas bem que chegou perto. Falando em referencias, o filme possui inúmeras delas, sendo que o cinéfilo mais atento percebera homenagens ao já citado 2001 e que vai de Alien e até mesmo Wall-e.
Gravidade é, portanto, um filme que merece ser visto e revisto na tela grande, de preferência no Imax 3D, que lhe dará um espetáculo de som imagem que valerá o seu investimento na ida do cinema. Um filme que nos remete aos bons tempos em que o cinema americano fazia grandes espetáculos, mas aliados a um ótimo roteiro e com emoção humana genuína. Num ano que parecia que seria lembrado como um período de inúmeros fracassos cinematográficos, Gravidade veio para provar que ainda há esperança para aqueles que buscam assistir o cinema espetáculo de verdade. 


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Cine Dica: Documentário que conta a história de seis importantes Chefs franceses segue em cartaz no CineBancários

Segue em cartaz no Cinebancários, até dia 24 de outubro, “Por que você partiu?”, do diretor francês Eric Belhassen. O documentário reúne, pela primeira vez, seis dos mais destacados Chefs franceses que atuam no Brasil: Erick Jacquin (La Brasserie Erick Jacquin), Alain Uzan (Restaurante Avek), Emmanuel Bassoleil (Restaurante Skye), Frédéric Monnier (Brasserie Rosário), Laurent Suaudeau (Escola de Arte Culinária Laurent) e Roland Villard (Hotel Sofitel). 

O filme tem sessões às 15h, 17h e 19h, e ingressos a R$ 6,00, para o público geral e R$ 3,00 para bancários e jornalistas sindicalizados, idosos, estudantes e clientes do Banrisul.
Por que você partiu? é a pergunta que permite ao diretor Eric Belhassen transformar os Chefs em personagens. Para ir além das respostas “oficiais”, o realizador viaja até a França em busca das origens de seus personagens e de respostas mais profundas.
Ele percorre mais de 2000 km em uma espécie de road movie pelas regiões mais gastronômicas da França, onde reencontra os familiares e histórias do passado que ajudam a entender as razões que levaram esses franceses a deixarem seu país em busca de uma nova vida no Brasil.
Tanto para os chefs que partiram quanto para as famílias que ficaram, a separação é tema central do filme: a separação da família, da pátria e da sua cultura. As razões dos seus exílios, mesmo se diferentes para cada um, se conectam todas ao exílio do próprio autor do filme, que se questiona sobre seu próprio partir, e os motivos que o levaram a deixar a França, 15 anos atrás.
Essa primeira obra do diretor Eric Belhassen foi selecionada no Festival do Rio, na categoria Panorama mundial, e foi convidada para abertura do 30th Miami International Film Festival, na categoria culinária.

Ficha técnica: Por que você partiu? | Brasil | Documentário | 94 min | Direção: Eric Belhassen | Elenco: Emmanuel Bassoleil, Erick Jacquin, Laurent Suaudeau, Frédéric Monnier, Alain Uzan, Roland Villard | Classificação: 10 anos.


Mais informações e horários das sessões vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.

Leia a minha critica sobre o filme clicando aqui. 

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: JUAN DOS MORTOS


Sinopse: Juan (Alexis Díaz de Villegas) é um sujeito de 40 anos especializado na arte de não fazer nada. Um dia, se depara com uma misteriosa infecção que está transformando os habitantes de Havana em mortos-vivos famintos. Juan, como um bom cubano, decide começar um negócio ao lado do amigo Lazaro (Jorge Molina) para tirar vantagem da situação. Eles se especializam em assassinar zumbis e trabalham com o slogan "Matamos seus entes queridos". O negócio acaba sendo afetado com o crescimento constante do número de infectados.
Juan é um fracassado, fica vagando pelas ruas de Havana, acompanhado do seu amigo Lázaro, não tem emprego fixo, mas apesar de tudo isso, parece mais que não está nem ai. Segundo suas próprias palavras é um sobrevivente, mas diz isso referente ao universo cubano que ele vive. Mal ele sabe que a questão sobrevivência terá que ser colocado á prova
A primeira vista, Juan dos Mortos parece uma parodia do gênero que atualmente é inesgotável, mas catalogá-lo assim seria mais do que ingênuo. Desde a Noite dos Mortos Vivos, obra prima de  George Romero, os filmes de zumbi sempre foi muito além de  provocar sustos no cinéfilo que assiste: temáticas políticas e sociais, estão sempre presentes nestes filmes, seja em maior e menor grau e essa produção Cubana não foge dessa velha, mas certeira regra.
Apesar da situação descontrolada que poderia gerar puro medo, o filme possui altas doses de humor, o que faz dele um dos poucos filmes que me fez realmente rir neste ano. Como de costume, a trama começa quando uma epidemia se alastra em questão de poucos dias e afeta inúmeros cubanos. Se dando conta da situação pra lá de bizarra, Juan cria um grupo de caçadores e monta sua própria empresa, para acabar com os zumbis e conseguir alguns trocados pelos serviços prestados.
Sem papas na língua, Juan dos mortos faz uma crítica ao povo e à política cubana durante toda a projeção, de uma forma esperta e heróica, não poupando nem Fidel Castro nesta historia, pois afinal de contas, o seu governo provocou sérias conseqüências durante todos esses anos e somente um apocalipse poderia mudar as coisas. Quem já assistiu, sabe que uma das melhores cenas é quando o protagonista vê uma rua tomada por mortos vivos. Imediatamente ele se dirige a outro personagem e pergunta o que ele vê: “para mim, está tudo normal”. Resposta hilária e que faz pensar.    
A separação da ilha com relação ao resto do mundo fica mais do que explicito, quando os protagonistas tentam enfrentar um zumbi usando estacas e exorcismos. Vampiros ou demônios é assunto velho por lá, mas parece que a mania zumbi pouco eles entendem. Com um elenco praticamente desconhecido por aqui, os interpretes de Juan dos Mortos entrega um trabalho perfeito, que aliado a uma ótima trama, faz do filme uma sessão pra lá de indispensável. Destaque para o desempenho de Alexis Díaz de Villegas que entrega um Juan sem nenhum preparo físico, mas que da conta muito bem contra o fim do mundo. Já Jorge Molina, interpretando Lázaro, é responsável pelas tiradas mais engraçadas da historia, sendo que a sua melhor cena, é quando ele faz um ultimo pedido para Juan, pois (aparentemente) ele foi mordido.  

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Cine Dica: HOMENAGEM A NORMA BENGELL NA SALA P.F. GASTAL


Entre os dias 18 e 20 de outubro, a Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) faz uma pequena homenagem a Norma Bengell, uma das atrizes definitivas do cinema moderno brasileiro, morta na última semana, com a exibição de três importantes filmes do início de sua trajetória.
Chanchada crepuscular de Carlos Manga, O Homem do Sputnik (1959) é a primeira participação de Bengell no cinema, encarnando uma versão ainda mais voluptuosa de Brigitte Bardot. Em 1962, a atriz ganha destaque ao estrelar Os Cafajestes, de Ruy Guerra, que trazia sopros da Nouvelle Vague para um Cinema Novo ainda em gestação. No mesmo ano, interpreta a prostituta Marly no clássico O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.     
 Na sexta-feira, às 20h, o Projeto Raros exibe O Planeta dos Vampiros, ficção-científica do mestre Mario Bava, uma das produções italianas das quais Norma Bengell participou em meados da década de 1960, após a repercussão internacional de O Pagador de Promessas. No filme, um grupo de astronautas começa a perder a razão durante uma investigação num planeta hostil, em trama que influenciou o roteiro de Alien, o 8º Passageiro, de Ridley Scott. Após a sessão, haverá um debate com o crítico Carlos Thomaz Albornoz. O filme será exibido em DVD, com legendas em espanhol.
A homenagem a Norma Bengell tem o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema brasileiro.
  
GRADE DE PROGRAMAÇÃO

18 a 20 de outubro

O Homem do Sputnik, de Carlos Manga (Brasil, 1959, 98 minutos)

Um estranho objeto parecido com o famoso Sputnik cai no quintal de Anastácio (Oscarito), matando suas galinhas de estimação. Ele tenta negociar o suposto satélite para recuperar o prejuízo, mas fato chama a atenção de espiões internacionais, que transformam a vida do pacato Anastácio e de sua esposa Cleci (Zezé Macedo) num completo caos. Exibição em DVD.

Os Cafajestes, de Ruy Guerra (Brasil, 1962, 85 minutos)

Jandir (Jece Valadão) e seu amigo Vavá (Daniel Filho), um playboy, vivem no mundo das drogas e sexo de Copacabana. Só que a situação de Vavá não é boa, já que seu pai corre o risco de perder tudo o que tem. É quando a dupla tem a ideia de tirar fotos comprometedoras de Leda (Norma Bengell), a amante do tio de Vavá, no intuito de chantageá-lo. Eles a levam a uma praia deserta e, após tirarem as fotos, a estupram. Exibição em DVD.

O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte (Brasil, 1962, 90 minutos)

Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba. Exibição em DVD.
  
O Planeta dos Vampiros, de Mario Bava (Itália, 1965, 86 minutos)

Num futuro próximo, as espaçonaves Argos e Galliot são enviadas ao espaço para investigar o misterioso planeta Aura. Assim que a Galliot pousa no planeta, seus tripulantes tornam-se hostis uns aos outros devido a uma estranha energia liberada pelo planeta, com uma diabólica forma de vida alienígena invadindo suas mentes e lutando para se apossar de seus corpos. Exibição em DVD com legendas em espanhol.

GRADE DE HORÁRIOS
18 a 20 de outubro
  
18 de outubro (sexta-feira)

15:00 – O Homem do Sputnik
17:00 – O Pagador de Promessas
20:00 – Raros Especial: O Planeta dos Vampiros, de Mario Bava

19 de outubro (sábado)

15:00 – Sessão História no Cinema (Terra Estrangeira, de Walter Salles e Daniella Thomas)
19:00 – Sessão Plataforma (The Invader, de Nicolas Provost)

20 de outubro (domingo)

15:00 – O Homem do Sputnik
17:00 – Os Cafajestes

19:00 – Sessão CEN + Bienal (MM, de William Raban e Mirante 7 e ½ em processo, de Rodrigo John).


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