Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse: Em 2159, o mundo é
dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial
Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em
grande decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes (Jodie Foster)
faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um
pobre cidadão da Terra (Matt Damon) tenta um plano ousado para trazer de volta
a igualdade entre as pessoas.
O Tempo e o Vento
Sinopse: Rio Grande do Sul,
final do século XIX. As família Amaral e Terra-Cambará são inimigas históricas
na cidade de Santa Fé. Quando o sobrado dos Terra-Cambará é cercado pelos
Amaral, todos os integrantes da família são obrigados a defender o local com as
armas que têm à disposição. Esta vigília dura vários dias, o que faz com que
logo a comida escasseie. Entre eles está Bibiana (Fernanda Montenegro),
matriarca da família que recebe a visita de seu falecido esposo, o capitão
Rodrigo (Thiago Lacerda). Juntos eles relembram a história não apenas de seu
amor, mas de como nasceu a própria família Terra-Cambará.
As Bem-Armadas
Sinopse: Ashburn (Sandra
Bullock) é uma agente especial do FBI extremamente competente, apesar de ser
mal vista pelos colegas de trabalho por ser arrogante e antipática. De olho em
uma promoção no trabalho, ela pede ao seu chefe (Demian Bichir) que a
encarregue da investigação de um poderoso traficante de drogas em Boston, cuja
identidade é desconhecida. Entretanto, logo ao chegar Ashburn decide interrogar
um pequeno traficante preso por Mullins (Melissa McCarthy), uma desbocada
policial local que não aceita ordens de ninguém. Não demora muito para que as
duas batam de frente, mas elas precisam encontrar um meio de trabalhar juntas.
A Família
Sinopse: Após entrar para o
programa de proteção à testemunha, uma família americana ligada à máfia é
transferida para a França. De início eles se adaptam à nova vida, mas aos
poucos os velhos hábitos da máfia voltam à tona e eles passam a resolver os
problemas que surgem a seu modo.
Sinopse: Os gêmeos Carey e
Chad Hayes (Terror na Antártida A Colheita do Mal) escreveram o roteiro com
base na história da família Perron assombrada nos anos 1970 em uma casa de
campo na cidade de Harrisville Rhode Island. Patrick Wilson e Vera Farmiga
vivem marido e mulher na trama Ed e Lorraine Warren um casal de demonologistas
que na casa dos Perron encaram o caso mais medonho de suas carreiras.
Já faz um bom tempo que os
criadores do cinema de horror sempre se rendem ao terror explicito que acaba
contendo muito sangue e cenas de violência por vezes desnecessárias. Antigamente,
os sustos vinham apenas da insinuação, de sombras atrás da porta e do puro mal
que não se via. Felizmente há pessoas nesse mundo que ainda se lembram que os
verdadeiros ingredientes de render bons sustos ainda existem e o diretor James
Wan é um deles.
Responsável pela cine série Jogos
Mortais e Sobrenatural (com sua seqüência já fazendo sucesso nos EUA),Wan cria um
trabalho de gênio, onde ele usa os velhos clichês de horror, mas de uma forma
fresca, que mesmo a gente já tendo uma idéia do tipo de situação que irá
acontecer em cena, nos assustamos mesmo assim inevitavelmente. De cara, percebemos
que o cineasta é fã de inúmeros filmes de horror clássicos e portanto não se
admirem em ver referencias de outros filmes como O Exorcista, Poltergeist, A
Morte do Demônio, A Bruxa de Blair e até mesmo Pássaros numa rápida cena.
Curiosamente, embora nos passemos quase duas horas pulando de cadeira devido
aos sustos, não espere muitas cenas de sangue e violência, sendo que tudo é
mais sugestivo, mas não menos do que eficaz.
A trama em si funciona em
dois núcleos: a família Perron se muda para uma casa de uma fazenda, para logo
em seguida as assombrações começarem a incomodá-los. Enquanto isso conhecemos o
casal de demonologistas Ed e Lorraine (Patrick Wilson e Vera Farmiga)
verdadeiros caçadores de demônios, fantasmas e que guardam em sua casa relíquias
que são nada mais que receptáculos das entidades malévolas. A união desses dois
núcleos irá servir para ajudar a ambos, pois Lorraine guarda em si um ato falho
no passado e ajudando essa família com certeza fará com que faça as pazes
consigo mesma.
Vera Farmiga é sem sombra de
duvida a alma do filme: consagrada em filmes como Amor sem Escalas, Farmiga passa
o ar de profissional para sua personagem, mas que ao mesmo tempo demonstra fragilidade
e até mesmo medo perante o horror, que mesmo sabendo o que está enfrentando não
tem como não esconder o temor que sente em inúmeros momentos chaves. Já Lili
Taylor (O Preço de um Resgate) já fazia um bom tempo que não havia num bom
papel e seu desempenho como a mãe da família da casa assombrada é eficaz, onde
ela sofre o diabo (literalmente) nas mãos de forças inexplicáveis.
Do segundo até o ato final,
vemos todos esses personagens juntos, como peças de um tabuleiro, para então se
moverem perante aos fatos inexplicáveis que acontecem naquela residência. Como eu disse no texto acima, são velhos clichês que já foram vistos em outros filmes anteriormente, mas filmados de uma forma que as torna frescas e ao mesmo tempo
nos disparara uma nostalgia ao nos lembrarmos dos filmes de assombração de
antigamente. Tudo está lá: portas batendo, vento soprando, vozes no escuro, quadros
quebrando, objetos caindo, porão sombrio, vultos no escuro, vozes atrás da porta e armários endiabrados, que nos faz torcer para que os personagens não
verifiquem o que há atrás das roupas penduradas.
Tudo isso, moldado com uma câmera
vertiginosa de Wan, que em muitas vezes ela mesma conta o que está acontecendo na trama, sem a presença dos personagens e que é algo que um certo mestre do suspense
fazia da mesma maneira e que fez escola. Com todos esses pontos positivos, da até
para perdoar o cineasta e os roteiristas ao entregarem um final tão mastigado e
previsível, mas que com certeza serve para deixar o campo aberto para uma
futura nova missão para o casal de demonologistas. Por fim, espero que o James
Wan continue no gênero que o consagrou e que sua ida para á franquia Velozes e
Furiosos seja algo passageiro, pois não queremos perder um especialista de
cenas de sustos, para uma continuação de uma série cinematográfica já desgastada.
Antes tarde do que nunca. Divulgo
abaixo a revista digital de cinema Hashtag Cinema, que além de uma ótima matéria
sobre á historia da Warner, tem também a minha colaboração nos textos,
referentes aos filmes A Morte do Demônio, Os Miseráveis e Lincoln. A revista nasceu sem fins lucrativos, sendo
que ela existe graças à paixão de muitas pessoas como eu que tem Pelo cinema.
Confiram clicando aqui.
Sinopse: Gatto Larsen
e Rubens Bardot, são responsáveis por um grupo de dança alternativa, inspirada
na arte de rua, do cotidiano, muda-se para um pequeno prédio no meio do Centro
da cidade do Rio de Janeiro, Rua do Riachuelo. O prédio não é deles. Eles
invadiram na boa vontade de quem quer que seja o dono não consiga vende-lo. Durante
dias, o humilde grupo de dança treina lá para espetáculos reais e coberto pelo
patrocínio do governo. Eles crêem nos orixás e que estes inspiram suas obras e
os protegerão.
Numa mistura de
ficção e documentário, o filme é mais um belo exemplo do nosso cinema
brasileiro que foge do convencional e apresenta uma trama com pessoas que são
gente como à gente e com suas paixões no meio da dança e da arte. Há 3 focos na
trama, que se entrecruzam e faz com que se cria um mosaico de imagens de
pensamentos que vêem através dos protagonistas ou de pessoas comuns que se
cruzam com elas. Claro que a dança é o foco principal da trama, começando com
uma inesquecível cena de abertura, que mostra o aquecimento de um dançarino,
embalado com a clássica musica Lscia Ch'io Pianga, interpretada por Tuva Semmingsen.
As cenas seguintes
mostram o ensaio do grupo de capoeira durante os dias que se passam, que do
lado de cá da câmera foram surpreendentemente dez dias de filmagens apenas. O
filme não esconde o que são esses personagens, que vão desde pessoas humildes,
enraizados no povo trabalhador e que não temem em invadir uma casa para viver e
trabalhar. Mas embora com toda a força de vontade, também há os momentos em que
é mostrado o drama de alguns dançarinos, que por um motivo ou outro, acabam
tendo que abandonar ou pelo menos adiar o que estava fazendo com os seus
companheiros.
Cinematograficamente,
a câmera foca ao máximo, passos, gestos e o suor deles, que mesmo com poucos
recursos, se mantenham graças à paixão pela arte que eles praticam e na
realização da determinada peça (no caso, a adaptação da obra que dá título ao
filme: "Esse Amor que nos Consome"). O filme acerta em inúmeros sentidos,
principalmente quando a dupla principal sai do seu cenário e vai pelas ruas da
cidade carioca e conversar com pessoas comuns, mas que tem muito para contar.
Uma pena, portanto que alguns desses personagens que surgem do nada, der
repente desaparecem e não retornam durante a projeção.
Algumas coisas ficam
no ar, na realidade com mais perguntas do que respostas e quando você deseja
mais ficar naquele universo particular daquele grupo, o filme se encerra e
deixando com que a trama continue em nossas mentes. Uma pequena perola cinematográfica
brasileira, que oferece muito, mesmo em pouco tempo de projeção.
A partir do dia 17 de setembro, CineBancários
exibe o filme argentinoLas Acacias, de Pablo Giorgelli, premiado com o Caméra
D'Or (melhor direção estreante) no Festival de Cannes de 2011 e merecedor de
elogiosas críticas na Europa, na Argentina e no Brasil.
Um road-movie sutil, intimista e
minimalista, Las Acacias tem causado muito impacto mundo afora. No filme, Rubén
é um motorista de caminhão solitário que percorre há anos a estrada entre
Assunção, no Paraguai, e Buenos Aires. Mas naquela viagem será diferente, pois
em uma parada perto de Assunção, Jacinta aparece uma hora depois para começar
uma viagem que também a levará a Buenos Aires. Rubén descobre que a pequena
Anahí, de 8 meses, viajará com eles.
Festivais: 29º Festival de Havana
(Melhor Roteiro), 50ª Semana da Crítica de Cannes (PrêmiosSoutien ACID/CCAS de
la asociación de directores independientes de Francia, el premio OFAJ de la
Crítica Joven y el Grand Rail d ́or), Festival de Cannes 2011 (Prêmio Camera
D’Or), Festival de Sarajevo 2011, Festival de Lima 2011 (Melhor Primeira Obra),
36º Festival de Toronto, 59º Festival de San Sebastian.
O aclamado FRANCES HA de Noah
Baumbach, segue em cartaz no CineBancários, de 17 a 19 de setembro, nas sessões
das 16h, e de 20 a 22, nas sessões das 18h.
Comparado á Manhatan, de Woody Allen,
Frances Ha conta a estória de Frances (Greta Gerwig), que mora em Nova York,
mas na verdade ela não tem um apartamento. Frances é aluna numa companhia de
dança, mas não é de fato uma bailarina. Frances tem uma melhor amiga chamada
Sophie, mas na verdade elas não estão se falando mais. Frances se joga de
cabeça em seus sonhos, mesmo que a possibilidade de realização seja pequena.
Frances deseja muito mais do que tem, mas ela leva sua vida com leveza e uma
alegria inexplicável. FRANCES HA é uma divertida fábula moderna, na qual Noah
Baumbach explora Nova York, a amizade, classes, ambição, fracasso e redenção.
Ficha Técnica: Direção:Noah Baumbach /
Roteiro: Noah Baumbach e Greta Gerwing / 86 minutos / EUA / comedia / drama
Sinopse: O filme conta a
história de Linda Lovelace atriz que foi abusada pela indústria pornô a mando
de seu marido opressor Chuck Traynor e ficou mundialmente conhecida ao
protagonizar Garganta Profunda. Mais tarde tornou-se ativista contra a
indústria pornográfica.
O problema às vezes das
cinebiografias é que elas tentam passar a vida de uma determinada pessoa famosa
de uma forma tão bem mastigada, que por vezes acaba decepcionando os fãs pelo
fato de não explorar mais há fundo certos pontos da vida de seus ídolos. No
caso de Lovelace, a situação não é diferente, já que o filme é baseado no livro
The Complete, que por sinal, possui muito mais detalhes pesados, profundos, da
vida de Linda Lovelace e que na adaptação para o cinema acabou sendo deixado de
lado. Contudo o filme possui inúmeros acertos que nos fazem às vezes esquecer
que o filme poderia ter ido mais longe.
Talvez o maior acerto do
filme tenha sido na escolha de Amanda Seyfried. Conheci-a na série televisiva
Big Love e quando ela decidiu a partir da terceira temporada sair de cena para
então embarcar no cinema, sabia que aos poucos viria ela crescer, mas de uma
forma gradual em determinados títulos como: Mamma Mia! - O Filme, O Preço da
Traição, A Garota da Capa Vermelha e por fim Os Miseráveis. Porém somente com Lovelace
ela provou que consegue levar todo um filme nas costas e deixando os demais do
elenco no segundo plano. Sua caracterização de Linda Lovelace é digna de nota,
pois a sua personagem passa tanto um ar de inocência, como também a consciência
de que meteu os pés pelas mãos, no momento que conheceu o outro lado da moeda
do seu marido Chuck Traynor (Peter Sarsgaard) que a fez embarcar no mundo da
pornografia.
Por um momento, o filme nos
engana pelo fato de agilizar demais os
fatos que levaram Linda ao estrelar o filme Garganta Profunda, para logo em
seguida apresentar sua consagração meteórica e se transformar num símbolo de liberdade
sexual daquele período. Mas é ai que do segundo ato em diante, é mostrado os
bastidores por trás da cortina, onde Linda sofreu o diabo nas mãos de Chuck e
que não levou praticamente nada do filme que arrecadou mais de R$ 600 milhões
de dólares na época. Com uma montagem engenhosa, somos levados a revisitar por outro
olhar, determinadas cenas vistas anteriormente, para então encararmos o lado
cru, não somente da vida sofrida que ela passava nas mãos do marido, como
também de uma mãe desnaturada, vivida de uma forma surpreendente por Sharon
Stone cujo seu desempenho cria um verdadeiro contraste se comparado ao papel
que a consagrou anos atrás em Instinto Selvagem.
Visualmente, o filme possui
uma incrível reconstituição de época, onde cenários, figurinos e penteados
remetem com perfeição aquele período já distante. Aliás, a fotografia é outro
ponto chave, pois com uma imagem granulada, mas que ao mesmo tempo possui inúmeras
cores quentes, nos faz com que tenhamos a sensação de que o filme foi realmente
rodado nos anos setenta e é algo que eu não sentia desde Munique de Steven
Spielberg. Com todos esses pontos a favor, é uma pena, portanto que o filme não
se arrisque mais em adentrar nesse submundo que foi a pornografia dos anos 70,
que com certeza se diferenciava e muito da pornografia atual e que ela era completamente
livre dos olhos da lei daquele tempo.
Com pouco mais de uma hora e
meia, Lovelace é ótimo, mas que poderia ter sido ainda melhor. Talvez faltasse um
pouquinho mais de coragem para os diretores Rob Epstein, Jeffrey Friedman em adentrar nesse
universo de altos e baixos que é para as pessoas que embarcam no mundo do sexo
explicito. Se a produção tivesse sido dirigida por um Paul Thomas Anderson, o
resultado poderia ter sido bem melhor, pois quem viu o seu filme de estréia (Boogie
Nights) sabem muito bem que ele não se intimidaria em vasculhar ainda mais esse
universo que foi para Linda Lovelace.