SALA P.F. GASTAL EXIBE MOSTRA DO CINEASTA CAMBOJANO RITHY PANH
A
Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) inicia os trabalhos em 2014 com uma seleção de três obras do importante cineasta cambojano
Rithy Panh, concorrente ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano com seu novo longa-metragem,
A Imagem que Falta (2013). A mostra A história em movimento: o documentário de Rithy Panh,
realizada em parceria com a Embaixada da França, a Cinemateca da
Embaixada da França no Brasil e o Institut Français, exibe entre os dias
6 e 9 de março
Bophana, uma Tragédia Cambojana (1996), A Terra das Almas Errantes (1999) e
Papel não Embrulha Brasas (2007).
Levado para um campo de trabalhos forçados pelo Khmer Vermelho aos 15 anos, Rithy Panh conseguiu fugir do Camboja
e buscou asilo na França, onde estudou cinema no IDHEC, o Institut des Hautes Etudes Cinématographiques de Paris.
Mais conhecido pelos documentários sobre as diversas violências vividas em seu país de origem, como o cultuado
S21 - A máquina de morte do Khmer Vermelho (2002), o cineasta também assinou filmes de ficção e outros que apresentam um hibridismo narrativo.
A história em movimento: o documentário de Rithy Panh exibe três obras documentais de momentos diferentes da trajetória do cineasta.
Nos
filmes, Panh revela a necessidade de encontrar os vestígios do passado
cambojano nas histórias de diferentes personagens – herdeiros,
sobreviventes ou vítimas do horror que assombrou o país nos anos em que
o Khmer Vermelho esteve no governo. As vidas de prostitutas, famílias
errantes e amantes apaixonados são investigadas com uma atenção
minuciosa e uma rara sensibilidade. Mesmo interessado
em radiografar o elemento histórico, Panh jamais abandona o que existe
de íntimo e singular em seus personagens. Reverenciada pela crítica como
uma das mais importantes da produção atual, a obra do cambojano segue
pouco vista no Brasil, restrita a exibições
esporádicas em festivais e retrospectivas. Com exibições em DVD, a
mostra A história em movimento: o documentário de Rithy Panh oferece aos cinéfilos porto-alegrenses a oportunidade de conhecer um pouco mais da filmografia desse nome incontornável do
cinema contemporâneo.
GRADE DE PROGRAMAÇÃO
6 a
9 de março de 2013
Bophana, uma Tragédia Cambojana (Bophana, une tragedie Cambodgienne), de Rithy Panh.
França/Camboja, 1996, 60 minutos
Sobreviventes
de um imenso genocídio, as famílias do Camboja cruzam as trincheiras no
meio de minas anti-terrestres para fazerem passar uma rede de fibra
ótica. Da fronteira tailandesa até a fronteira vietnamita, esse povo
errante atravessará o país, como também sua história. A trincheira
efetivamente encontra a presença de milhões de mortos
sem sepulturas, com efeito, um espelho que lembra ao mesmo tempo as
guerras que de súbito ocorreram no Camboja e a realidade econômica se
confronta a este povo. Enquanto trabalham, esses homens e mulheres
exprimem suas angústias face a uma violência econômica
cotidiana e o desejo de reatar com uma cultura ancestral laminada pelos
anos de guerra. Rithy Panh ergue o retrato humano e sensível desses
homens e mulheres, que mostram o contraste entre toda a falta de que
sofrem essas mulheres e as “auto-estradas da informação”
que ligam um mundo subdesenvolvido. Exibição em DVD com legendas em
espanhol
A Terra das Almas Errantes
(La Terre des âmes errantes), de Rithy Panh. França, 1999, 100 minutos
Neste
documentário realizado como uma pesquisa, Rithy Panh retorna aos anos
sombrios
do regime Khmer Vermelho no Camboja. Ele segue a narrativa do destino
trágico e verdadeiro de um jovem casal de intelectuais que será
aprisionado e executado no centro de detenção S21: Bophana e seu marido.
Revoltado pela corrupção do regime Sihanouk, o marido
de Bophana se reúne com os "maquisards" comunistas. Separados, os dois
amantes escrevem numerosas cartas de amor um para o outro.
Reencontrando-se antes da queda de Phnom-Penh, a felicidade de ambos
dura pouco. Denunciados, detidos, torturados e coagidos com
mentiras, o casal é executado em 1976. A
partir das correspondências, fotos e textos encontrados
à cerca do caso no S21, Rithy Panh encaminha sua pesquisa e percorre a
narrativa emblemática da história trágica de todo um povo. Exibição em
DVD com legendas em espanhol.
Papel não Embrulha Brasas (Le Papier ne pas peut envelopper la braise), de Rithy Panh.
França, 2007, 86 minutos
O
cineasta cambojano acompanha o processo de exclusão social de uma
prostituta, que sente-se
impedida de voltar à cidade natal por medo de que os habitantes saibam o
que ela fazia para sobreviver em Phnom Penh. Neste contexto, a
decadência do corpo iguala-se a uma espécie de morte civil. Exibição em
DVD com legendas em português.
GRADE DE HORÁRIOS
6 a
9 de março de 2013
6 de março (quinta-feira)
17:00 – A Terra das Almas Errantes
19:00 – Papel não Embrulha Brasas
7 de março (sexta-feira)
15:00 – Papel não Embrulha Brasas
17:00 – A Terra das Almas Errantes
19:00 – Bophana, uma tragédia cambojana
8 de março (sábado)
15:00 – A Terra das Almas Errantes
17:00 – Bophana, uma tragédia cambojana
19:00 – Sessão Aurora (Louca Paixão, de Paul Verhoeven)
9 de março (domingo)
15:00 – Papel não Embrulha Brasas
17:00 – A Terra das Almas Errantes
19:00 – Bophana, uma tragédia cambojana