Na minha 30ª participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até hoje.
O JOGO DA MORTE
Sinopse: Bruce Lee ele é Bily Lo, um ator de filmes de artes marciais. Sua namorada também está alcançando sucesso como cantora quando um "sindicato" criminoso oferece "proteção" aos dois. Bily sabe que eles serão explorados e não aceita, o que faz com que sejam ameaçados. Para enfrentá-los ele forja a sua própria morte e se infiltra na organização para destruí-la completamente.
Neste que se tornou um dos mais famosos (e último) filmes de Bruce Lee, ele na verdade nunca conseguiu terminar este filme pois morreu antes, em 1973. Na realidade, quando surgiu a proposta para Lee atuar em Operação Dragão, ele estava envolvido neste projeto, mas como achou a oferta da Warner mais atraente, decidiu deixar esse filme de lado, para então se dedicar no filme que o consagraria no ocidente. Assim então, O Jogo da Morte se tornou um filme inacabado, onde boa parte das filmagens feitas são to arco final, onde Lee e outros lutadores participam de um jogo de lutas, onde eles vão subindo numa torre e tem que enfrentar um lutador por vez.
O filme só seria concluído em 1978, com uma nova historia e se tornou quase autobiográfico, pois o personagem é um ator de artes marciais que finge sua propia morte para escapar de mafiosos para então caça-los um por um. Embora os produtores tenham se esforçado na criação desse filme, não há como negar que ele envelheceu mal em alguns aspectos como trazer o Bruce Lee a vida: foram usados ao todo dois dublês, que na maioria das vezes, hora usava óculos escuros para disfarçar, hora fica ficava de lado ou simplesmente nas sombras para cobrir o rosto. Talvez o pior momento foi já no inicio do filme, onde o dublê tem o seu rosto substituído pela imagem de Lee no espelho, mas que visto hoje em dia é bem nítido a imagem sobreposta em outra.
Curiosamente, tanto neste filme, como na continuação de 1981 foram usadas imagens verdadeiras do enterro de Bruce Lee como sendo do enterro do personagem! Apesar de Bruce Lee constar como parte do elenco nos créditos do segundo filme ele nunca esteve envolvido diretamente nesta produção, pois já estava morto. Um ator oriental foi usado no lugar do astro interpretando um irmão dele na trama e existem algumas cenas com o verdadeiro Bruce Lee, mas retiradas de outros filmes.
Embora com todos esses defeitos, o filme é uma pequena declaração de amor que muitos tinham pelo astro naquele tempo e a produção passou a ser cultuada, tanto que Tarantino prestou homenagem há esse filme no seu Kill Bill. Destaque para os históricos combates com Chuck Norris (retirado de O Voo do Dragão) e Kareem Abdul Jabbar no embate final da trama.
Na minha 30ª
participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César
Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural,
irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que
conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da
atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua
influencia é sentida até hoje.
Operação Dragão
Sinopse: Lee (Bruce Lee) foi
recrutado para investigar um torneio organizado por Han (Kieh Shih), que serve
de fachada para a venda de ópio. Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly)
lutaram na Guerra do Vietnã e resolveram competir no torneio devido a problemas
distintos. Enquanto Roper está fugindo da máfia, devido a dívidas de jogo,
Williams está cansado de ser atormentado por policiais racistas e resolveu usar
o carro para fugir deles. Lee também entra no torneio e, além de desmascarar
Han, tem como objetivo retirar Roper e Williams do local com vida.
Operação Dragão foi o
último filme protagonizado Lee antes de morrer, o que é algo que faz deste um
dos filmes mais importantes de sua filmografia. Além de ser o filme mais ambicioso
de sua época, tratando-se do gênero ao qual faz parte (foi o primeiro filme
realizado com a contribuição de um grande estúdio norte-americano, neste caso,
Warner Bros), é uma pequena máquina de atores; acredite se quiser, mas um dos
dublês do filme é ninguém menos que Jackie Chan (ainda lutando em busca da fama
que possui hoje) e a presença de Bolo Yeung que viria mais tarde há se tornar vilão
em inúmeros filmes de ação, incluindo alguns protagonizados por Jean Claude Van
Damme.
Mas, para falar a
verdade, não gosto muito dos ares norte-americanos que este filme tem, até
mesmo porque tira um pouco da identidade chinesa que muitos gostariam que ele
tivesse. O filme pega atores de todos os lugares do mundo (China, Jamaica, EUA,
etc…). Mas isso é o de menos, pois o que realmente não me agradou neste foi o
fato do próprio procurar vestir Bruce Lee como uma espécie de agente 007.
O título ‘’Operação
Dragão’’ é bastante significativo, pois é com ele que as coisas realmente
giram. A trilha sonora, por exemplo, remete ao espectador mais atento a
recordar dos grandes clássicos pertencentes à série de filmes 007, sobretudo o
primeiro filme, 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), protagonizado por Sean
Connery. No caso de Operação Dragão,007 seria Bruce Lee, Dr. No seria Shih Kien
(o vilão, Han) e a ilha (o principal palco para toda a trama) seria… a ilha, que
havia uma nos primeiros filmes do agente britanico.
É interessante que
até mesmo ocorre a proposta feita pelo vilão ao mocinho, para trabalhar com ele
nos seus planos malignos, só que, claro, o mocinho recusa da melhor forma
possível. Mas há partes geniais, como quando Lee enfrenta dúzias de seguranças
e da um verdadeiro show de artes marciais, ou no grande clímax, onde o nosso herói
enfrenta o seu adversário dentro de uma sala de espelhos. Essa cena, aliás, é
aquele tipo de seqüência que entra para historia, pois o que vemos ali não é
somente um jogo de espelhos, como também um incrível jogo de câmera, montagem e
fazendo com que até mesmo ficamos confusos junto com o protagonista, para saber
onde está escondido o vilão na sala.
Por fim, se você quer se aprofundar
mais sobre Bruce Lee, não perca este por nada. Há pequenas falhas, mas a ação e
o desenvolvimento narrativo bem-sucedido fazem valer a pena, e claro, só por
ser um clássico vale a pena.
NOTA: Mal foi divulgado, mas
recentemente morreu Jim Kelly aos 67 e que havia se consagrado como um dos
lutadores principais de Operação Dragão. Com cabelão black power e 1m88cm de
altura, Kelly chamou logo atenção e foi escalado para atuar no filme Operação
Dragão (1973), protagonizado por Bruce Lee. Na mesma década, Kelly participou
de uma série de filmes de ação do gênero blaxploitation. A seguir, iniciaria
carreira profissional no tênis.
Na minha 30ª
participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César
Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural,
irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que
conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da
atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua
influencia é sentida até hoje.
O Vôo do Dragão
Sinopse: Estamos em Roma, e
o couro vai comer! O jovem Tang Lung (Bruce Lee) acaba de chegar para proteger
sua amiga e dona de restaurante Cheng Ching Hua (Miao) da extorsão de um bando.
A Máfia seqüestra uma criança e tenta mandá-lo de volta para China. O chefe do
bando manda vir dos EUA um perigoso mestre japonês de Hap Ki Do, com o reforço
do melhor discípulo do campeão norte-americano de karatê. Tang enfrenta a dupla
e esmigalha os dois adversários. O que Lee não sabe é que, um suposto amigo (na
verdade um traidor), vai conduzi-lo ao Coliseu, onde o próprio campeão mundial
de karatê (Chuck Norris) o espera.
Esse foi o primeiro
(e ultimo) que Bruce Lee escreveu, dirigiu e atuou. Com isso ficamos
desconfiados se a qualidade não ficou aquém do esperado. Verdade seja dita: se
por um lado a historia é fraquinha se comparado aos filmes anteriores, por outro
Lee explora o seu lado cômico de uma forma bem divertida e descontraída.
Seu personagem é um
peixe fora d’água nas ruas de Roma, não consegue sequer se comunicar com quem
quer que seja, a não ser com seus conterrâneos, e acaba se metendo em muita
confusão, numa verdadeira comédia de diferenças culturais. Seus problemas
começam já no aeroporto ao fazer um pedido no restaurante local ou tentar ir ao
banheiro. Mais tarde, acaba indo parar no quarto de uma garota de programa e só
percebe quando a moça está nua na sua frente.
Bruce Lee também foi
responsável pela coreografia das lutas. Aliás, seu personagem acaba se impondo
perante todos com a única coisa que parece saber fazer: lutar kung fu! O caso
que a máfia italiana apresentada aqui não aparenta nenhuma ameaça e sofrem maus
bocados nas mãos do personagem de Lee.
Devido a isso, o filme poderia ser um fracasso
total, por não ter nenhum desafio há altura de Lee. Mas eis que entra em cena ninguém
menos que Chuck Norris, como um lutador campeão de karate e a serviço da gangue.
O confronto entre ambos ocorre nas ruínas do Coliseu, sendo que são quase dez
minutos de luta, onde se explora o melhor de cada um deles e se tornando uma
verdadeira luta clássica de dois grandes astros de filmes de ação.
Vale lembrar que Chuck
Norris nem era ainda um astro de filmes de ação consagrado naquele tempo, mas
tudo isso mudou, quando Bruce Lee assistiu uma exibição de Karatê na praia e se
impressionou com o jovem campeão. Graças a essa participação marcante é que lhe
serviu para outras portas se abrirem e se consagrar em definitivo em filmes de
ação como a trilogia Braddock.
Na minha 30ª
participação no Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César
Almeida, que irá ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural,
irá desvendar um pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que
conquistou o ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da
atividade não chegam, irei postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua
influencia é sentida até hoje.
A Fúria do Dragão
Sinopse: Ao retornar
para Shangai, Chen Zhen (Bruce Lee), um jovem estudante de artes marciais,
descobre que Fok-Kap, seu mestre do Kung-fu, morreu sob misteriosas
circunstâncias. Em sua procura pela verdade e desejo de vingança, Chen descobre
que uma grande operação de tráfico de drogas, uma escola de lutadores rivais e
a tensão entre chineses e japoneses foram os fatores que provocaram a morte de
seu mestre.
Agora, em combates
brutais e usando somente a força de seus punhos, ele terá que enfrentar os
assassinos de seu mestre e lutar contra as forças imperialistas japonesas que
querem dominar seu povo.
Embora rodado em
1972, a ação de ‘A Fúria do Dragão’ decorre no início do século XX, o que
explica um pouco a rivalidade histórica entre japoneses e chineses. Inclusive a
cidade de Shangai estava tomada pelos nipônicos e os nativos sofriam
preconceitos na sua própria terra. Há uma cena no filme em que o personagem de
Bruce Lee é impedido de entrar em uma praça, pois ela era exclusiva pra
japoneses e que visto hoje, seria algo bem politicamente incorreto.
Bruce Lee, como
sempre, está impecável nas artes marciais, mas ao mesmo tempo nos brinda com uma interpretação
intensa, onde ele passa toda a fúria e ódio que sente perante os antagonistas. Difícil
dizer qual é a melhor cena de luta com ele, já que todas são espetaculares, mas
posso citar duas essenciais: o primeiro confronto de Lee com a escola japonesa
em que ele deixa todos no chinelo e no ato final, onde ele faz o famoso
movimento de borboleta com os braços.
Embora em muitos momentos ficasse obvio que o
filme foi todo filmado em estúdio, a produção acabou sendo reconhecida em 1972
com o prêmio de Melhor Filme Mandarim nos Golden Horse Awards, “A Fúria do
Dragão” foi realizado por Lo Wei, o mesmo diretor do filme estrelado pelo astro
anteriormente (O Dragão Chinês) e quebrou todos os recordes de bilheterias
naquele tempo na China. Mais informações e inscrição para o curso,
vocês conferem clicandoaqui.
A Coordenação de
Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, em
parceria com as produtoras Tokyo Filmes e Livre Associação, dá início no dia 27
de agosto próximo ao projeto Sessão Plataforma. Realizada mensalmente na Sala
P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar), a Sessão Plataforma irá exibir
filmes de produção recente, de diferentes nacionalidades, com caráter
predominantemente independente e sem distribuição comercial garantida no
Brasil. Com curadoria de Davi Pretto e Giovani Borba, e produção de Paola Wink,
a Sessão Plataforma já tem confirmada para os próximos meses a exibição de
importantes filmes que circularam nos principais festivais do mundo todo e no
Brasil passaram apenas pela Mostra de Cinema de São Paulo ou pelo Festival do
Rio, como Room 237, de Rodney Ascher, Bestiaire, de Denis Cotê, The Invader, de Nicolas Provost, e Leviathan,
de Lucien Castaing-Taylor e Verena Paravel. A cada sessão, a Plataforma vai
anunciar o filme seguinte da programação, em um trabalho que procura difundir
um novo cinema e uma busca de realizadores com outros olhares, aproximando
Porto Alegre do circuito de exibição do centro do país, do qual atualmente a
capital gaúcha se vê ainda muito distante.
O filme escolhido para inaugurar a Sessão
Plataforma é o cultuado documentário Room 237, de Rodney Aschner, que
participou dos festivais de Cannes, Sundance e Berlim. O documentário de
Aschner explora os labirintos das inúmeras teorias obsessivas sobre o clássico
filme O Iluminado, de Stanley Kubrick. Um filme sobre a paixão por um filme,
por um realizador e, acima de tudo, pelo cinema, um filme sobre a cinefilia
como única saída para se livrar dos fantasmas de um filme sobre fantasmas. Room
237 será exibido dia 27 de agosto, às 20h, com reprise no sábado, dia 31 de
agosto, às 17h. O valor do ingresso é de R$ 3,00.
Room 237. Estados
Unidos, 2012, 102 minutos. Direção de Rodney Aschner. Documentário. Exibição em
Blu-ray, com legendas em português.
Abaixo, texto dos
curadores Davi Pretto e Giovani Borba e da produtora Paola Wink sobre o projeto
Sessão Plataforma:
BASE
Uma base para se
estar mais próximo aos filmes, pensando os filmes e pensando o cinema.
Foi com esse desejo
que concebemos a Plataforma; imaginando uma estrutura horizontal, praticamente
suspensa, onde se pode ir além. Um espaço para compartilhar a experiência
cinematográfica da sala, e que vai além dela, e a descoberta de novos filmes,
de novos realizadores. Lugar que nos aproxima do horizonte e nos convida a
contemplar, nos convida a refletir.
A Plataforma carrega
um conjunto de ideias e ações que venham a encontrar novos caminhos para a
situação paradigmática que nos encontramos atualmente na cinematografia
brasileira. Vemos uma quantidade grande, ainda que desigual, de ações e
investimentos governamentais, aliado com a facilidade trazida pela
transformação para os equipamentos digitais (câmeras, projetores, etc). Vemos
uma quantidade bastante significativa, e que cresce exponencialmente, de filmes
nacionais lançados, inúmeros novos realizadores de lugares que antes eram
desprovidos da possibilidade de produzir. Vemos a formação e crescimento de
movimentos e realizadores que buscam uma produção mais horizontal e igualitária
de criação coletiva, que corre em paralelo e independente de um modelo
industrial. Porém há ainda um abismo que distancia a possibilidade de diálogo e
inclusão desses filmes e cineastas com produções de grande orçamento e o
circuito comercial “de shopping”. Nessa inclusão, quando ocorre, essas obras
são forçadas a se enquadrar em um modelo industrial, que se propuseram a
contrapor. A democratização das salas de cinema não legitimaria esse novo
cinema, afinal essas obras já percorrem um circuito completo por si só.
Festivais, mostras, cineclubes e exibições online que já somam números de
público para essas obras, maiores que filmes de grande orçamento que pairam
apenas em uma rede convencional de exibição. É imprescindível pensarmos como
esses dois modelos de fazer cinema podem interagir sem a necessidade de nenhum
deles perder sua personalidade.
Essa questão da afirmação e preservação do
âmago desse novo cinema também é indiretamente abalada quando ações do estado
de financiamento fazem realizadores submeter seus projetos em modelos
clássicos, onde são exigidos documentos dignos de uma proposta industrial.
Roteiros, metas e justificativas. Projetos de realizadores internacionais
renomados que trabalham com propostas fluídas e híbridas de encontro e acaso
dificilmente seriam aprovados em editais no modelo encontrado no Brasil. Ainda
parece que esbarramos em um pensamento de criação de um produto óbvio, como uma
linha de montagem. Mais uma vez, vemos uma tentativa inadequada de controlar e definir
o descontrole.
A diversidade cinematográfica atravessa as
fronteiras entre gêneros, bitolas, formatos, meios de exibição, de linguagem e
metragem. Desta mesma maneira, pensamos que uma janela para este outro cinema
pode se apresentar de maneiras também diversas, onde o formato com que se
apresentam os filmes é parte de uma proposta artística.
Foi deste pensar os filmes que queremos
mostrar e como mostrá-los, que surge a Sessão Plataforma. Com o entendimento de
que a Plataforma não está para uma mostra, tampouco festival de filmes. Nossa
proposta é oferecer uma sessão única, e mesmo exibindo regularmente, essa
premissa da sessão única faz de cada uma das sessões, uma nova edição, para um
pequeno universo específico de cinema. Onde cada filme traz uma reflexão,
imprime uma ideia, aponta novos caminhos, proporciona um outro olhar. Uma
experiência cinematográfica periódica e extensiva; um formato horizontal, ao
invés do formato vertical, intensivo e anual de eventos do gênero.
A Sessão Plataforma é apenas uma das vertentes
desta rede maior que propomos para refletir, exibir, escrever e produzir junto
com esse novo cinema. Desta Plataforma, nosso olhar se lança neste horizonte,
em busca da produção contemporânea ao redor do mundo que explora nas possibilidades
narrativas e estéticas, sem artifícios mirabolantes, que atritam, provocam e
instigam; que possam reinventar o fazer cinematográfico, sob a ótica das mais
diferentes culturas, de onde volta e meia nos surpreendem as cinematografias
pouco conhecidas.
Na minha 30ª participação no
Cena Um, essa atividade ministrada pelo escritor e editor César Almeida, que irá
ocorrer nos dias 07 e 08 de setembro no Santander Cultural, irá desvendar um
pouco mais sobre o universo das artes marciais no cinema e que conquistou o
ocidente durante as décadas de 70 e 80. Enquanto os dois dias da atividade não chegam, irei
postar aqui um pouco mais desse gênero, cuja a sua influencia é sentida até
hoje.
O DRAGÃO CHINÊS
Sinopse: Prostituição e
tráfico de drogas estão por trás da inocente fachada de uma fábrica de gelo
dirigida por um chefão do crime organizado. La trabalha o jovem Cheng, que vive
com o primo. Tudo está calmo, até acontecer o misterioso desaparecimento de
dois operários, seguido de cruéis assassinatos, e o pior o seqüestro do primo
de Cheng e o extermínio de toda sua família. Isso faz com que agora, apesar de
sozinho, Cheng mostre o que sabe dos segredos mais ocultos das artes marciais
para acabar com a quadrilha e seu mandante.
Após tentativas frustradas
em se consagrar como ator em filmes de ação no cinema americano, Bruce Lee
retornou para China, onde atuou no seu primeiro grande sucesso da carreira, O
Dragão Chinês. Embora seja visualmente uma produção precária, o filme
surpreende pelo teor violento, não pelas cenas de lutas, mas pela crueldade de
seus vilões, que não medem esforços para acobertar seus crimes ilícitos. Em
meio a isso, temos um Bruce Lee que surge na historia de uma forma tímida, mas
que aos poucos se revela um verdadeiro lutador de artes marciais que nos
conhecemos até hoje.
Em meio a lutas fantásticas protagonizadas
por Lee, o que talvez tenha conquistado mais o publico Chinês assistindo á esse
filme, foi o fato de tanto o herói como os personagens próximos a ele, serem
pessoas humildes e que representava boa parte da população Chinesa daquela
época. Com certeza o ato final, onde vemos o herói sozinho e com o desejo de
vingança por tudo que aconteceu anteriormente, fez com que os Chineses
vibrassem a cada cena, mas que ao mesmo tempo chorasse pelo destino trágico do
protagonista. A partir daí, Bruce Lee se tornaria um ídolo popular de toda
China e mais filmes protagonizados por ele seria uma questão de tempo.
Mais informações e inscrição para
o curso, vocês conferem clicando aqui.
EM CARTAZ EM PORTO ALEGRE, AMBOS OS FILMES COM HISTORIAS DISTINTAS, MAS QUE MOSTRAM MULHERES QUE ENFRENTAM OS OBSTÁCULOS DE UM MUNDO POR VEZES POUCO ACOLHEDOR.
Elena
Sinopse: Ao viajar para Nova
York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma
infância vivida na clandestinidade, devido à ditadura militar implantada no
país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas décadas
depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca
Petra apenas tem algumas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela
acaba percorrendo os passos da irmã até encontrá-la em um lugar inesperado.
Corajoso documentário de estréia
da atriz Petra Costa na direção, pois o filme é mais do que desvendar quem era
sua irmã Elena, como também é uma forma corajosa de se expor na tela um lado
seu tão pessoal e os motivos que a levaram há fazer isso. Diferente dos documentários
de hoje em dia, nos não vemos depoimentos de quase ninguém na tela, mas sim a voz
em off de Petra, se casando com as imagens antigas de arquivo, onde mostra Elena,
de sua juventude até os seus primeiros dias em Nova York para ser atriz. De uma
jovem de grande otimismo que nos é apresentado no inicio do filme, vemos aos
poucos uma pessoa que começa há se fragilizar, devido ao fato de nunca poder alcançar
os sonhos que tanto deseja.
O clima pesado, com a
sensação de perda iminente, se fortalece ainda mais quando surge em cena a mãe
de Petra e Elena: com os olhos fundos de tristeza, junto com um aparente desequilíbrio
físico e mental, com ela chegamos ao ápice da trama. Nos não só descobrimos o
que aconteceu com a Elena, como também o fato de ser revelado, que esse
documentário não é somente sobre ela, como também sobre a própia Petra, que no fundo
acaba temendo seguir os próprios passos de sua irmã.
Fazendo esse documentário, sentimos que Petra
esteja exorcizando os seus medos interiores e o que faz dela seguir em frente,
mas jamais esquecendo o laço forte que sente por Elena e o que ela foi para
toda sua família. Com belíssimas imagens, montagem e trilha sonora que lembram
por vezes filmes como A arvore da Vida, Elena é uma representação sobre os
laços fortes de sangue que as famílias tem, ao ponto que mesmo um ente querido
parta dessa vida, ele no final das contas sempre estará presente em nossos corações.
Francês Ha
Sinopse: Frances é uma
ambiciosa aprendiz de uma companhia de dança que tem que se contentar com muito
menos sucesso e reconhecimento do que ela gostaria. Mesmo assim ela encara a
vida de uma maneira leve e otimista.
A partir de qual
momento uma pessoa pode se considerar adulta? O marco que define o fim da
adolescência ficou cada vez mais nebuloso, e os famosos vinte e poucos anos se
tornaram muitos. Frances (Greta Gerwin) é uma dessas jovens que, após terminar
a faculdade, aos 27 anos, parece ignorar as exigências de uma vida adulta e se
atrapalha ao equilibrar sonhos e problemas financeiros.
O refúgio emocional é
a relação com a melhor amiga e colega de quarto Sophie (Mickey Sumner), que a
deixa na mão para ir morar em seu bairro dos sonhos, Tribeca, que é um local
que Frances não tem condições de bancar. Como na dança contemporânea, ela
parece disposta a bailar conforme a música, além de voltar atrás: seja para
passar o fim de ano na casa dos pais, na Califórnia, seja para voltar ao câmpus
onde estudou, não mais como estudante, mas fazendo um bico em eventos da
instituição.
Filmado em preto e branco,
Frances Ha tem roteiro assinado pela própria Greta Gerwin e pelo diretor Noah
Baumbach (A lula e a baleia), o que talvez explique a espontaneidade com que
Greta interpreta a protagonista atrapalhada e divertida.
O CINETERAPIA exibe
na segunda-feira, dia 26 de agosto, às 19h, o longa Desejo e
Reparação(Atonement) do diretor britânico Joe Wright. A sessão, que tem entrada
franca, é seguida de bate-papo com a publicitária e escritora Paula Taitelbaum.
Baseado no romance
homônimo do escritor britânico Ian McEwan, Desejo e Reparação (Atonement) conta
a história de Briony Tallis (Saiorse Ronan, Romola Garai, Vanessa Redgrave) -
uma menina de classe média alta, que vive na Inglaterra dos anos 30 durante a
Segunda Guerra Mundial e adora escrever contos e peças.
Além da adoração por
ficção, Briony nutre uma paixão secreta por Robbie Turner (James McAvoy) -
filho do caseiro da família, que enviado ao campo de batalha, alimenta um
romance através de cartas com a irmã mais velha da jovem escritora - Cecília
(Keira Knightley). Briony então usa da sua imaginação e acusa Robbie de um
crime que ele não cometeu, o que acaba transformando dramaticamente várias
vidas.
O drama aborda os
horrores da Segunda Guerra, o peso e responsabilidade de nossas ações, o
sentimento de culpa, arrependimento e esperança, tendo sido vencedor do Globo
de Ouro de Melhor Filme e Melhor Trilha Sonora e do Oscar de Melhor Trilha
Sonora.
A convidada a debater
Desejo e Reparação é a publicitária, produtora cultural, atriz, escritora e
jornalista Paula Taitelbaum. Autora de diversos livros, dentre os quais, Eu
versos eu (1998), Sem vergonha (1999), Porno pop pocket (2004) e Ménage à trois
(2006), Paula coordena o núcleo de comunicação da editora L&PM e também
escreve para a Revista Claudia. Atualmente, prepara sua estreia na literatura
infantil com a obra “Palavra vai palavra vem”.
Em sua 24ª edição e
quarto ano consecutivo, o projeto disponibiliza clássicos que estudam novas
formas de desenvolver a sensibilidade e possibilita análise comportamental por
destacados pensadores, psiquiatras e escritores gaúchos. Já participaram do evento
nomes como Thedy Correa, Frank Jorge, Tatata Pimentel, Jorge Furtado, entre
outros. A mediação da conversa fica por conta dos terapeutas Cínthya Verri e
Roberto Azambuja.
Desejo e Reparação
(Reino Unido / França, 2007, 130 minutos)
Reservas de ingressos
deverão ser feitas pelo e-mail projetocineterapia@gmail.com
Acompanhe a
programação no Facebook http://facebook.com/projetocineterapia
Não há como negar que a maior
noticia dessa manhã de sexta-feira e que acabou se proliferando em inúmeras comunidades
das redes sociais, foi o anuncio de que Bem Affleck será o novo Batman no
cinema, no filme em que ele se encontrara com Superman (Henry Cavill). Bom, não
é preciso ser adivinho que nessa altura do campeonato, vários fãs de todo o
mundo estão indignados, pois todos acreditam que a Warner fez uma escolha
errada. Na minha visão como critico, Affleck é um ótimo diretor, pois basta
pegar Argo como um bom exemplo e até que ele teve um bom desempenho atuando no
mesmo filme. Porém, Affleck carrega o fardo nas costas por possuir uma carreira
de altos e baixos, sendo que o ápice da ruindade está justamente numa adaptação
de HQ que ele atuou (Demolidor) e Profissão de Risco, onde atuou ao lado de sua
ex Jennifer Lopes.
Contudo, eu acho que ainda é
muito cedo para darmos um veredicto e quando a Warner decide uma coisa, não tem
como fazer o estúdio mudar de idéia. Portanto, resta à gente esperar e ver o
resultado final do filme que será lançado em 2015. Enquanto isso, é sempre bom
(ou ruim), olharmos para traz e perceber como Batman teve inúmeros interpretes ao
longo da historia, que é algo muito parecido com que aconteceu ao 007. Abaixo,
segue a lista de interpretes que o homem morcego teve ao longo desses anos todos:
1. Lewis Wilson (1943)
O primeiro filme de Batman
no cinema foi na verdade uma série dividida em 15 capítulos e produzida pela
Columbia Pictures, em 1943. Para época, pode até ter convencido, mas a produção não sobreviveu
ao teste do tempo e Wilson não tinha nada haver como Bruce Wayne.
2. Robert Lowery (1949)
Se muita gente reclama da
barriguinha de Adam West nos 60, é porque não conheceram Robert Lowery, quando
interpretou o personagem em 49. Muito acima do peso, com um traje completamente
ridículo e que faz até com que os vistos em Batman e Robin não sejam tão ruins.
3. Adam West (1966)
Para os mais saudosistas, o
Batman definitivo. A série virou um fenômeno pop dos anos 60, que
visto atualmente, sintetiza até mesmo o que rolava de moda, cultura e o ar mais
inocente daquele período. Para os que preferem um Batman mais sombrio, a série
pode ser vista como uma verdadeira piada, mas muitos fãs de hoje do personagem,
conheceram ele através dessa série e a respeitam com muito carinho.
Adam West, aliás, sempre defende aquela época em que ele atuou como Batman com unhas e
dentes, chegando há se vestir como o personagem em eventos e até mesmo
dublando ele próprio num episódio de Os Simpson.
4. Michael Keaton (1989)
Quando Tim Burton anunciou
que Michael Keaton seria o Batman na produção de 89, choveram cartas indignadas
que exigia que o cineasta escolhesse outro interprete. Burton por sua vez bateu
o pé e manteve Keaton no papel, para o desespero dos fãs mais fanáticos. Visto
atualmente, até que não é tão ruim, pois Keaton passou um ar de mais humanidade
para o personagem, algo que jamais havia sido visto nas adaptações anteriores. Quem se lembra do lançamento da época, Batman:
O Filme foi, não só um sucesso de bilheteria, como também um estouro em marketing,
com as vendas de camisas, bonecos, figurinhas etc.
Com um sucesso como esse, a
Warner deu sinal verde para uma continuação e em 92 foi lançado Batman: O Retorno,
que chega há ser tão bom quanto o anterior, principalmente pelo fato de Burton
ter tido mais liberdade artística. Pena que o estúdio quis ir para outro
caminho na adaptação de 95.
6. Val Kilmer (1995)
Embora o filme seja uma continuação
dos eventos das produções anteriores, aqui mudou tudo, começando pelo interprete.
De todos os atores que atuaram como o homem morcego nestes últimos anos, Kilmer
é o que tinha menos haver com o personagem: frio na interpretação, com cara que
não ta nem ai para o que está fazendo e um verdadeiro garoto problema durante
as filmagens, fazendo então o cineasta Joel Schumacher, que estava no comando
na época, em escolher outro interprete
para o próximo filme. Visto atualmente, até que não é tão ruim, se comparado ao
pior que estava por vir é claro.
7. George Clooney (1997)
O ator certo no filme errado:
talvez seja a melhor frase que define quando eu penso em Batman e Robin, pois
Clooney tinha cara e porte para o personagem na época, mas Joel Schumacher
surtou e o resultado, talvez todos nos já
conhecemos não é mesmo?
8. Christian Bale (2005)
Quem diria que aquele jovem
talento que eu vi á vários anos atrás em o Império do Sol, seria o homem
morcego, na versão pessoal e realista de Christopher Nolan, iniciada em 2005 em
Batman: Begins e encerrada em Batman: O Cavaleiro das trevas Ressurge. Bale interpretou
como ninguém, onde soube passar para nos, uma pessoa que fazia teatro perante as
outras pessoas: o seu Bruce Wayne transmitia alguém que carregava o mundo nas
costas, mas que sabia passar o ar de playboy descompromissado perante os cidadãos de Gothan. Já
o seu Batman nem de longe lembra as outras versões que vimos no cinema, pois
Bale fazia questão de usar uma voz grave e que se diferenciava e muito quando
ele era Wayne.
Por fim, Bem Affleck
vai ter que ralar para me convencer que ele será um Bruce Wayne/Batman
convincente.