Cine Especial: RETROSPECTIVA 2012: FINAL


Como eu falei na ultima postagem, assisti há tantos filmes brasileiros nesse ano, que era mais do que justo fazer um top 10 somente com as nossas produções que estrearam nesse ano. Mas como sempre, muitos bons filmes também ficaram fora da lista, mas nem por isso deixaram de ser lembrados, como ALICE DIZ:, Tropicália, Mulher da Tarde e dentre outros títulos indispensáveis.
Por fim, finalizo essa postagem, desejando a todos uma ótima virada e que em 2013 nos consigamos, seja que Deus quiser, realizar os nossos sonhos que ainda não conseguimos concretizar, mas que com certeza, com ajuda do nosso senhor lá de cima chegaremos lá.  
Nota: Cliquem nos títulos para lerem as minhas criticas que eu escrevi na época.    












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Cine Especial: Retrospectiva 2012: Parte 3



Faltam poucas horas para o ano acabar e depois de eu matutar tanto, decidi lançar essa lista sobre os melhores filmes do ano. Claro que nem todos irão concordar, principalmente que muitos filmes bons ficaram de fora. Alias, esse ano tivemos ótimos títulos, diferente de outros anos que se contava nos dedos. E se muitos estão sentidos pela falta de títulos brasileiros abaixo, como eu disse, houve tantos bons lançamentos, que o cinema nacional não ficou atrás, sendo que foi o ano que mais assisti cinema brasileiro no cinema. Portanto, daqui a pouco lanço uma lista dos melhores filmes nacionais desse ano que assisti no cinema.       
Nota: Cliquem nos títulos para lerem minhas criticas na época que eu escrevi.














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domingo, 30 de dezembro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: DETONA RALPH



Sinopse: Dos Walt Disney Animation Studios e do diretor ganhador do prêmio Emmy Rich Moore chega uma apaixonante aventura do mundo dos videogames. Durante décadas Ralph foi ofuscado por Conserta-Felix o protagonista mocinho de seu videogame que sempre salva tudo e todos. Cansado de ser o vilão da história Ralph decide resolver o assunto por conta própria e com suas mãos gigantes e parte em uma viagem por meio de várias gerações de videogames para provar ao mundo que ele também pode ser um herói. Em sua jornada Ralph conhece a rigorosa Sargento Calhoun do videogame de ação em primeira pessoa Missão de Herói e a teimosa Vanellope von Schweetz do videogame de carros de corrida de confeitos Corrida Doce que talvez venha a ser sua primeira amiga de verdade. Entretanto tudo muda quando surge um inimigo mortal que ameaça destruir o mundo dos videogames e a própria Vanellope. Finalmente Ralph terá a possibilidade de provar que pode ser um herói. Mas será que ele fará isso a tempo?

Raramente os filmes baseados em vídeo game dão certo para o cinema, sendo que talvez a linguagem do universo dos jogos não tenha como se encaixar numa trama de duas horas na telona. Mas se por um lado as adaptações não dão como certas, por outro esse filme Detona Ralph se escancara nesse universo sem mão no freio de uma forma positiva, onde a estética dos jogos das décadas anteriores (principalmente dos anos 80) é escancarada de uma forma deliciosa, prestando homenagem há inúmeros vídeo games de várias gerações. O barato está no primeiro ato, onde catamos cada personagem conhecido nosso, desfilando nos cenários  fantásticos, onde praticamente todos os heróis e vilões dos games se interagem num único universo virtual.
É claro que a trama se foca somente em alguns personagens, que no caso seriam Ralph e Vanellope, que embora sejam diferente um do outro, unem-se para ir à busca de um objetivo na vida, o que acaba gerando inúmeras aventuras, num universo cheio de cores e fofura. Embora essas questões existencialistas sejam um tanto que pálidas para o publico adulto, os pequenos irão vibrar com cenários grandiosos, seqüências de ação delirantes e com uma trama simples e redondinha. Ainda não foi dessa vez que a Disney conseguiu criar um filme que conquistasse todas as idades (diferente da Pixar que continua imbatível nesse quesito), mas aos poucos vai fazendo bem o seu dever de casa, muito embora ainda esteja longe dos seus bons e velhos tempos, principalmente se comparado a sua era do ouro no cinema que foi nos anos 90.          

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cine Dicas: Estreias no final de semana (28/12/12)


Com a virada de ano chegando, as distribuidoras pelo visto não quiseram arriscar colocar muitas estréias para esse final de semana. Com isso, é muito obvio que quem irá sair ganhando será De Pernas pro Ar 2, que está pegando carona com a onde de sucesso do gênero comédia do nosso cinema.
Enfim, neste momento ando matutando em escolher quais os filmes que estrearam neste ano, que merecem estar na minha próxima parte da retrospectiva 2012. Alguma sugestão? Aguardem a minha lista.      
Bullying

Sinopse:Em 2011, cerca de 13 milhões de crianças americanas sofreram algum tipo de bullying, seja na escola, no ônibus, em casa, no bairro em que mora ou através de celulares ou da internet. Este documentário busca analisar esta situação, levando em conta tanto as vítimas quanto quem pratica bullying, além do porquê de tamanho silêncio em torno do assunto, tendo como parâmetro da realidade nos Estados Unidos.


De Pernas pro Ar 2

Sinopse:Alice aparece mais rica e poderosa resultado do sucesso da Sexy Delícia. Entretanto manter-se no topo causa mais estresse e ansiedade do que chegar até ele. Ela está com cada vez menos tempo pro marido para o filho adolescente e pra si mesma. E agora? Será que o casamento vai suportar a pressão?


Brichos II - A Floresta é Nossa

Sinopse:O jaguar Tales e o quati Jairzinho estão de férias na Floresta da Vila dos Brichos, conhecida internacionalmente como Brainforest. Ao mesmo tempo o tamanduá Olavo e seu filho Bandeira vivem aventuras no deserto de Noforest, enquanto o pequeno joão-de-barro Dumontzinho passa por um intercâmbio estudantil em Iceforest. Os amigos levam suas respectivas aventuras até que os vilões Mr. Birdestroy (Marcelo Tas) e AL Corcova (Antonio Abujamra), aliados a Ratão (André Abujamra), tentam convencer todos a cederem a floresta em nome de uma suposta modernidade. Sem alcançar o objetivo, Birdestroy e Corcova resolvem tomar o lugar usando a força bruta.


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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Cine Especial: Retrospectiva 2012: Parte 2


Quando se chega ao final do ano, você começa a olhar para traz e se perguntar o que fez nestes 365 dias. Reconheço que muita coisa que eu queria realizar neste ano não consegui concretizar, como escrever minhas matérias para um jornal conhecido, mas nem por isso me dei por vencido. Eu acredito, que eu participando dos cursos pelo Cena Um, eu possa me por em algum lugar no qual eu deseje, mas até lá é preciso ter paciência, fé em Deus e acima de tudo jamais desistir, pois se eu parar agora, ai sim serei derrotado.
Abaixo, segue os últimos cursos que eu participei dessa ótima atividade: 
Nota: Clique nos títulos para terem acesso as matérias que eu escrevi na época de cada curso.   












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Cine Dica: Em Cartaz: Cara ou Coroa

Um dos melhores filmes nacionais de 2012 está de volta em cartaz na capital.

Sinopse: São Paulo inverno de 1971. João Pedro é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista que não compreende as opções estéticas e políticas da peçaparcialmente financiada pelo partido. Paralelamente Getúlio e a namorada Lilian ambos idealistas decidem colaborar com a resistência à ditadura militar abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô de Lilian um militar da reserva.
Leia minha critica já publicada clicando aqui
Em Cartaz: Cinemark Barra Sul Avenida Diário  de noticias, 300 - Porto Alegre. Sessão: 19h20.   

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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cine Especial: Retrospectiva 2012: Parte 1



Mais um ano está acabando e pode-se dizer que foi a época que mais assisti filmes no cinema, como também tive o privilegio de participar de inúmeras atividades com relação a essa arte de se contar historias. Dessas atividades, quem lidera é o Cena Um, que novamente tive o prazer de escrever sobre o assunto e participar dos cursos que falam por si. Durante quase todo o ano, mergulhei na historia do cinema de horror, conhecer mais as camadas do cinema brasileiro, descobrir os enigmas da mente de Cronenberg e dentre outros.
Por isso, tenho mais que agradecer ao Jorge, que cria essas atividades e traz de longe entendedores do assunto, como no caso de Carlos Primati, um dos mais experientes sobre o assunto de horror no país.
Abaixo, solto a primeira leva das atividades do Cena Um que participei neste ano:  
(Nota: Clique nos títulos para acessar o material que escrevi de cada atividade).  









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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Cine Dicas: Em DVD e Blu-Ray(25/12/12)


Calor danado, mas estou aqui vendo filme até aonde dá. Confiram as dicas em DVD: 

Febre do Rato

Sinopse: Zizo (Irandhir Santos) é um poeta inconformado e anarquista, que banca a publicação de seu tablóide. Em seu mundo próprio, onde o sexo é algo tão corriqueiro quanto fumar maconha, ele conhece Eneida (Nanda Costa). Zizo logo sente um forte desejo por Eneida, mas, apesar de seus constantes pedidos, ela se recusa a ter relações sexuais com ele. Isto transtorna a vida do poeta, que passa a sentir falta de algo que jamais teve.
  
Cláudio Assis não se intimida em fazer cenas fortes e que falam muito por si. Após os pesados Amarelo Manga e Baixo da Besta, o cineasta não desacelera e pega fundo na historia de um poeta, cujas palavras lhe fazem ganhar respeito no lugar aonde vive, além de facilmente usufruir de muito prazer como o sexo. Embora em circuito restrito, foi o filme mais comentado da carreira de Assis, que para a surpresa de todos, rodado com um belíssimo preto e branco e que acaba meio que disfarçando momentos mais pesados.
O protagonista (Irandhir Santos) é uma verdadeira metralhadora em palavras e ações, nas quais chegam ao seu auge, num imprevisível ato final que deu o que falar. Corajoso, polemico e indispensável.          
  
Tropicália

Sinopse: Uma análise sobre o importante movimento musical homônimo, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil no final dos anos 1960. O documentário resgata uma fase na história do Brasil em que cena musical fervilhava e os festivais revelavam vários novos talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil sofria com a ditadura dos generais no poder, o que fez com que Caetano e Gil fossem exilados do país.

O cinema brasileiro vive o seu auge no gênero documentário e Tropicália é grande cereja no bolo. Embora foque o universo musical que moldou no nosso país nos anos 60 e 70, a arte da musica aqui é apenas o primeiro catalisador que acabou se espalhando em diversos gêneros daquele período. A mistura de diversas artes daquele tempo possibilitou um panorama  e que acabou sendo muito lembrado ao longo dos anos.
O cineasta Marcelo Machado foi fundo na coisa, graças a um precioso material de arquivo preservado, que se casa com momentos em que clássicos filmes como Terra em Transe e o Bandido da Luz Vermelha se entrelaçam com as musicas já clássicas daquela época . Como se não bastasse, a obra tem a participação dos mestres Gilberto Gil e Caetano Veloso, cujo seus depoimentos (mais imagens raras deles naquele período) se cria uma viajem no tempo, tanto no auge deles dentro do movimento Tropicália, como também no período que tiveram que viver na Inglaterra devido ao período nebuloso da Ditadura daqui.

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Cine Dicas: Em Cartaz (24/12/12)


E ai pessoal. Estou curtindo um feriadão e por isso estou meio que ausente por aqui, mas não sem deixar de ver ótimos filmes. Portanto, solto abaixo duas ótimas pedidas que eu vi no cinema neste final de semana, confiram:      

As Aventuras de Pi
  
Sinopse: As Aventuras de Pi inspirado no livro de sucesso de Yann Martel A Vida de PI conta a história de um jovem indiano que após um naufrágio luta para sobreviver em um bote salva-vidas ao lado de um tigre-de-bengala.
  
Ang Lee não é um cineasta preso a um gênero, sendo que já fez de tudo um pouco, desde há filmes épicos orientais (O Tigre e o Dragão) há adaptação de HQ (Hulk). Portanto, na maioria das vezes é sempre uma surpresa a sua mais nova produção que for lançar e As Aventuras de PI não fogem a regra, pois para muitas pessoas, era trama considerada infilmavel até alguns anos atrás, mas o cineasta vai contra a maré, literalmente. Para começar, ele usa a ferramenta do momento que é o 3D e para a surpresa de todos, ela funciona de uma forma absurda, fazendo com que o espectador mergulhe junto com o jovem protagonista (Sura Sharma), que se vê preso no meio do mar após perder a família num naufrágio e para o seu azar (ou sorte), tem a companhia de um tigre de bengala dos mais excêntricos.
Será um absurdo se o filme não for indicado a inúmeros oscars, principalmente na parte técnica, onde os efeitos especiais é que moldam a incrível aventura dessa inusitada dupla. Mais do que uma aventura, o filme é sobre o auto descobrimento dentro de si, sobre os significados da jornada de cada um e acima de tudo, levanta questionamentos sobre a existência de Deus e o que é realmente aceitável no mundo real em que vivemos. Às vezes, historia de pescador é muito mais real do que se possa imaginar. 

 O Impossível

Sinopse: Maria Henry e seus três filhos estão aproveitando suas férias de inverno na Tailândia. Mas na manhã do dia 26 de dezembro de 2004 enquanto todos relaxam na piscina do hotel após as festividades de Natal um tsunami de proporções devastadoras atinge a costa. A família terá de lutar ao lado de dezenas de milhares de estranhos para se manter unida. Diante de uma das maiores tragédias de todos os tempos sentimentos como compaixão bondade e coragem irão aflorar e dar forças para enfrentar uma situação tão adversa.

Milhares de pessoas morreram quando um tsunami varreu a costa da Tailândia, Indonésia, Sri Lanka,  Índia e dentre outros no final do ano de 2006. O verdadeiro apocalipse que surgiu para esses países foi devastador, rendendo cenas dignas de filmes catástrofes e de historias de pessoas que ficaram marcadas pelo resto da vida. Pensando nestas historias é o que impulsionou o cineasta espanhol Juan Antonio (O Orfanato), a criar uma teia de eventos, através do olhar de uma família inglesa, que foi pega desprevenida quando as ondas chegaram e que fizeram elas se separarem uma da outra. Após a apresentação dos personagens e do terrível momento das chegadas das ondas, o filme se concentra na mãe (magistralmente interpretada por Naomi Watts) e ao lado do seu filho Lucas (Tom  Holland, um achado), que tentam sobreviver em meio a destruição e de outras pessoas afetadas pelo evento.
Não faltam momentos em que o filme explora a solidariedade que é despertada em meio ao caos, que em muitos momentos é representado pelo jovem Lucas, que se vê forçado a amadurecer precocemente e tentar de todas as formas em ficar firme para não enlouquecer.   
Embora o filme escorregue um pouco a usar certos artifícios, meio que forçados, nos encontros e desencontros da família no ato final trama, o filme nos prende do inicio ao fim, ao fazer nos identificar com essas pessoas e fazermos a gente pensar no que faríamos numa situação como essa.  

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Cine especial: O que assistir no dia 21 de dezembro: Parte 2


É o mundo não acabou, sendo que talvez seja melhor presenciar o apocalipse na ficção mesmo. Com isso, solto abaixo outras duas opções para se assistir num possível dia fatídico dos fim dos tempos que, graças a Deus, nunca virá.   

MELANCOLIA

Sinopse: Um planeta chamado Melancolia está prestes a colidir com a Terra, o que resultaria em sua destruição por completo. Neste contexto Justine (Kirsten Dunst) está prestes a se casar com Michael (Alexander Skarsgard). Ela recebe a ajuda de sua irmã, Claire (Charlotte Gainsbourg), que juntamente com seu marido John (Kiefer Sutherland) realiza uma festa suntuosa para a comemoração.

Simplificando, os filmes de Lars von Trier são incômodos e geniais. Dito isso, é difícil imaginar um filme que passe essa sensação de se sentir incomodado, mas ter a certeza de que assistiu algo de diferente se comparado com os filmes convencionais. Os seus filmes nada mais são do que uma representação do seu estado de espírito enquanto estava criando suas obras. Se em O Anticristo, ele estava em um estado de depressão total, o que ele estava passando então, quando criou esse filme que passa o temível desconforto de encarar o inevitável? A certeza de que todos nos teremos um fim?
Assim como em seus filmes anteriores, a trama começa com um prólogo (belíssimo) onde vemos um resumo de um ponto de vista diferente de toda historia que virá a seguir. Embalado com a bela opera de Tristão e Isolda, de Richard Wagner, as cenas são todas em câmera lenta onde elas mostram tudo e ao mesmo tempo explicam pouca coisa e as respostas somente viram no decorrer do filme dividido em duas partes, entretanto, já temos uma idéia do derradeiro final. No primeiro capitulo, vemos a festa de casamento de Justine (Kirsten Dunst, no melhor momento de sua carreira) com seu noivo Michael (Alexander Skargard, da serie True Blood) cuja cerimônia foi paga pelo marido (Kiefer Sutherland) da sua irmã Claire (novamente Charlotte Gainsbourg de Anticristo).
Já nesta primeira parte, vemos todas as características que o diretor usou nos seus filmes anteriores, como a sensação de câmera na mão e sempre focando bastante o rosto e olhar dos personagens, onde são mostradas gradualmente, as mudanças de personalidade de cada um. Bom exemplo disso é a própria protagonista Justine, que se no inicio demonstrava toda a felicidade do seu dia de casamento, aos poucos, mostrasse uma mulher com inúmeras camadas de personalidade, nas quais se distancia das suas primeiras cenas dela, antes de ir ao local da festividade. Ponto para Kirsten Dunst que entrega um dos seus melhores desempenhos desde As Virgens Suicidas e com certeza poderia ser lembrada no próximo Oscar. Outro fato interessantíssimo que ocorre durante a festa, é o fato de o diretor fazer um pequeno retrato da família perfeita “superficialmente”, mas que por dentro, já não aguenta mais tantas mascaras, nas quais esconde o que realmente sente com relação à família e casamento. Momento muito bem representado pela mãe das irmãs (interpretada de forma extraordinária pela atriz Charlotte Rampling) onde deixam todos os que estão presentes desconcertados. E se a mãe é assim, vemos um pai no maior desdém pela situação e pouco realmente se importando com os problemas internos de uma das filhas, num papel muito bem representado pelo veterano John Hurt (O Homem Elefante). Somando dois mais dois, essa primeira parte pode ser muito bem vista como um retrato da desarmonia familiar ou o estado de espírito das pessoas perante o que estará por vir. E se esse segundo ponto foi mais sugestivo na primeira parte, na segunda é totalmente escancarado.
Nesta (derradeira) parte, vemos Claire (Charlotte) tentando de todas as formas manter se firme e forte (assim como no capitulo anterior) para ajudar sua irmã Justine que se encontra (a principio) em depressão e cuidar de todas as formas do seu filho. Ao mesmo tempo fica se sentindo insegura sobre o fato da aproximação do planeta Melancolia, mesmo que seu marido (Sutherland) sempre tenta deixar claro que Melancolia irá passar pela terra sem criar maiores danos. O interessante nesta parte, é  que as duas irmãs vão mudando novamente suas personalidades com a aproximação do fim de tudo. Enquanto vemos Claire começar a se desesperar e ter sua segurança de si se desfalecer, vemos Justine aceitando o derradeiro fim, dando ao mesmo tempo a entender que o fim de tudo seria uma forma de se desvencilhar de uma vida de dor, sofrimento e desprezo, se tornando então, uma mulher forte perante o fim.
Chegando aos momentos finais da trama, percebemos que ambas as personalidades das irmãs mudaram de uma forma como se tivessem trocado de papeis no decorrer do filme, ao ponto, que podemos interpretar como elas sendo um único ser de múltiplas personalidades ou unicamente elas representam dois lados da mesma moeda. Ou então, simplesmente são irmãs vitimas do desprezo paternal (principalmente da mãe) de uma forma implacável e a aproximação do planeta destruidor nada mais é do que uma metáfora dessa situação. Por fim, mesmo que o filme não tivesse nada disso, já valeria pelos minutos finais aterradores em que mostra, não somente o final  das protagonistas (já anunciado no inicio do filme) como também passa em uma única cena a representação do inevitável e amargo fim que dificilmente se consegue escapar. O filme acaba e tentamos mentalmente continuar com historia em nossas mentes, mesmo que isso pareça um pouco que improvável.
Lars Von Trier é isso: um incomodo por nos proporcionar sensações das mais diversas, não importa que tipo de gênero ele faça, sempre estará lá seu estado de espírito em seus filmes, para nos fazermos sentir a cada momento. Quem procura um filme catástrofe convencional, passe longe desse. Esse, não é para os fracos.
   
Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo

Sinopse: Dodge (Steve Carell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteoro se chocará com a Terra em um curto espaço de tempo. Decidido a recuperar o tempo perdido, ele sai numa viagem para encontrar uma namorada dos tempos de escola e acaba conhecendo Penny (Keira Knightley) no meio dessa confusa história.

Nas vésperas para o final do mundo (a quem diga que todos nos iremos dessa para melhor em 21 de dezembro desse ano), era inevitável que o cinema norte americano aproveitasse desse assunto, que embora já tenha rendido todos os tipos de inúmeros filmes catástrofes, sempre irão procurar uma forma de se criar uma nova historia para gerar algum lucro. Embora muitos comparem esse filme com a obra prima Melancolia de Lars Von Trier, a produção se envereda mais para um humor não exatamente definido, que por ora lembra humor negro ou pastelão e o que acaba criando certa irregularidade no decorrer da trama.
Mesmo com essa indefinição de tom da historia, o filme dirigido pela estreante Lorene Scafaria, consegue passar uma proposta que soa honesta em alguns momentos, em como mostrar o que realmente às pessoas fariam numa situação como essa: desde a beber, transar, ou simplesmente não fazer nada e esperar o inevitável fim. Neste ponto, somos apresentados a Dodge (Steve Carell), que não sabe o que irá fazer em seus últimos dias de vida, principalmente se sentindo meio que perdido, desde que a esposa o abandonou. Neste trajeto, conhece Penny (Keira Knightley), e que dessa união, nasce uma decisão de ambos caírem na estrada em meio ao caos, onde cada um tem o seu objetivo a ser resolvido antes do inevitável fim. O filme se torna interessante, quando dupla se depara com inúmeras situações inusitadas durante a viagem, onde sempre encontram pessoas, que agem das formas mais estranhas perante o que está por vir.
Mas o foco principal está mesmo entre os dois e suas motivações. Sabemos desde os primeiros minutos, que eles naturalmente irão se apaixonar, mas até lá, ambos vivem num dilema se devem realizar os seus objetivos antes do fim, ou se entregar a união dos dois. Embora previsível neste aspecto, acabamos nos simpatizando pelo casal, principalmente por nos convencer a nos colocarmos no lugar deles, pois tanto eles, como as situações que eles se envolvem são criveis, mesmo quando o filme tenta se enveredar por alguns momentos absurdos. Mas se por um lado Steve Carell se da bem num tipo de humor mórbido (ele já havia demonstrado bem isso em Pequena Miss Sunshine), ainda não foi dessa vez que Keira Knightley demonstrou ser capaz de ter uma boa veia cômica. Seus momentos em querer passar humor acaba por soar caricato demais, principalmente em que ela passa uns trejeitos e careta meio incômodos, algo que já sinto algum tempo vindo dela, desde o filme Um Método Perigoso.
Embora com um final em que o publico em geral não esteja muito acostumado habitualmente, o filme é previsível, mas não tinha como ser muito diferente disso. O filme talvez nada mais seja, do que uma forma de dizer para nos, que poucos podem fazer algo a respeito a esse tipo de situação, a não ser ficar ao lado daqueles que amamos. Mórbido, mas sincero. 


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