Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse:Diana
(Carolina Dieckmann) foi estuprada dentro de casa. Em vez de denunciar, ela
prefere ficar em silêncio e não conta nem para o marido, Mario (Leonardo
Sbaraglia). Ele, por sua vez, também esconde um segredo, gerando uma distância
cada vez maior entre eles.
Cegonhas - A História
que Não te Contaram
Sinopse:Na Montanha
das Cegonhas a entrega de bebês é levada muito a sério. Lá a fábrica de
crianças é aprimorada, com fluxo de trabalho infalível e patenteado, usando
tecnologia de ponta. Quando alguém quer um filho é só chamar o Serviço de
Entrega das Cegonhas.
Charlote SP
Sinopse:A modelo
Charlote (Fernanda Coutinho) vive viajando pelo mundo. E isso lhe incomoda
muito, pois gostaria de ter uma identidade e um lugar para chamar de lar. Nessa
busca, Charlote decide voltar para São Paulo e conhece um cineasta em busca dos
mesmos objetivos.
Lembranças de um Amor
Eterno
Sinopse: O professor
de astrofísica Ed Phoerum (Jeremy Irons) se apaixona por sua aluna, Amy (Olga
Kurylenko). Mas os dois passam a maior parte do tempo separados e a única forma
de manterem contato é se correspondendo por cartas e vídeos.
Meu Rei
Sinopse:Tony
(Emmanuelle Bercot) sempre foi uma mulher que viveu tudo ao extremo. Mas quando
sofre um acidente de esqui, ela vai parar numa clínica de reabilitação e começa
a reavaliar a forma destrutiva como encara a vida, em especial, a relação com o
marido, Georgio (Vincent Cassel).
O Homem que Viu o
Infinito
Sinopse: Srinivasa
Ramanujan (Dev Patel) cresceu em Madras, na Índia. Ele é um matemático
brilhante e tem chance de estudar na Universidade de Cambridge e mostrar seus
conhecimentos para um grande tutor (Jeremy Irons) e também para o mundo.
O Vale do Amor
Sinopse:Isabelle
(Isabelle Huppert) e Gérard (Gérard Depardieu) perderam o filho único há seis
meses. Antes de se matar, ele deixou uma carta para os pais com um pedido
inusitado: para que eles o encontrem no Vale da Morte e os dois aceitam cumprir
esse último desejo.
Sete Homens e um
Destino
Sinopse: O povoado de
um vilarejo mexicano está em pavor desde que um bando liderado pelo temido
Calvera chegou na região. Alguns moradores decidem buscar ajuda e contarão com
o apoio de sete valentes pistoleiros, liderado por Sam Chisolm (Denzel Washington),
que chegam para pôr fim a onda de terror.
Tô Ryca
Sinopse:A vida dura
de frentista pode estar com os dias contados para Selminha (Samantha Schmütz).
Tudo porque ela pode pôr a mão numa herança. Mas para isso, seu tio estipula um
desafio. Selminha tem de gastar R$ 30 milhões em 30 dias. No entanto, nessa
corrida contra o tempo, a frentista precisa fazer isso em segredo e não juntar
itens comprados. Se conseguir, ela ficará com a herança de R$ 300 milhões.
Sinopse: A adolescente Bia
(Valentina Herszage), de 15 anos, e seu irmão, João (Bernardo Marinho), de 25
anos, levam uma vida normal. Mas quando uma série de assassinatos começa, eles
e os amigos ficam com a imaginação à flor da pele, pensando como ocorreram os
crimes e, ao mesmo tempo, analisando como a juventude de hoje encara os
problemas.
Adolescência é um momento de
descobertas, onde o jovem se transforma, experimenta e descobre o lado bom e
ruim quando se perde a inocência. Ao mesmo tempo em que experimenta mudanças no
seu universo particular, o universo em sua volta vive mudando constantemente,
fazendo com que se sinta inseguro com relação ao que virá depois. Mate-me Por
Favor é mais do que um filme de suspense, mas um retrato da juventude contemporânea,
que cada vez mais se encontra encarando cedo o lado cru que o mundo real irá
lhe oferecer.
O cenário é a Barra da Tijuca,
onde acompanhamos o dia a dia de um grupo de adolescentes numa escola. Durante a
trama observamos o lado simples desses jovens, desde namorar, paquerar, usar o
que está na moda e curtir as festas. Porém, começam a surgir jovens mortas próximo
ao local e fazendo que desperte o medo e a paranoia entre esses jovens.
Diferente do habitual dentro
do gênero, a trama não se prende ao tentar descobrir quem é o assassino, mas sim
nas consequências que ele provoca nas outras pessoas. A trama então se
concentra mais na jovem Bia (Valentina Herszage), que sente mais afetada pelos
eventos que andam acontecendo, principalmente pelo fato das vitimas serem um pouco
parecidas com ela. Isso faz com que a gente assista uma perspectiva da situação
através do olhar dela, com o direito de testemunharmos os seus sonhos, pesadelos
e imaginação um tanto que peculiar.
É através de Bia, aliás, que
vemos a transformação do jovem contemporâneo de hoje que, para o bem ou para o
mal, amadurece mais rápido do que se imagina. Sem ter pais presentes para orientá-la,
Bia vive sozinha com o seu irmão João, sendo que esse último tem que enfrentar o
fato de namorar uma garota virtual, da qual nem sequer conheceu ainda
pessoalmente. Ambos vivem numa espécie de encruzilhada de descobertas, mas da
qual não saem do lugar, mas passam por essas mudanças num lugar limitado como na
Tijuca e gerando até mesmo uma sensação de claustrofobia em suas vidas sem que
eles percebessem.
Dirigido e roteirizado por
Anita Rocha da Silveira, a cineasta tem a proeza de transformar a Barra da
Tijuca num ambiente não muito acolhedor, como se não houvesse um porto seguro
para o qual o jovem deite sua cabeça para sentir um pouco de segurança. Ao mesmo
tempo, o lugar vive de mudanças, aonde prédios cada vez mais altos vão surgindo
no horizonte e o que era verde se torna concreto e sem vida. Isso faz com se
crie no decorrer do filme um cenário em que os jovens andam como sonâmbulos,
dando a entender que não há como eles interromperem, não só as mudanças físicas
e psicológicas na qual eles passam como também do cenário em volta deles e cada
vez mais sem vida aparente.
O papel do progresso desenfreado
que surge na trama, aliás, dá entender que ele está ali para apagar o passado e
até mesmo os eventos do presente. Portanto, não é a toa que a cineasta tem até
mesmo a proeza de inserir o terrível caso de assassinato da atriz Daniella
Perez, ocorrido 1992 e que ocorreu justamente nesse local. Essa inserção desse caso
dentro da trama dá a entender que, por mais mórbido que as histórias sejam,
elas não podem ser esquecidas, pois elas estão lá no passado para que elas não
se repitam no presente, mesmo que isso pareça impossível.
Com um final em aberto sobre
os eventos vistos na trama,Mate-me por favor é um filme para o jovem de hoje ver
e fazendo ele entender que não está sozinho para enfrentar os horrores e da
insegurança do mundo atual tem a oferecer.
Michael Haneke nasceu
na Alemanha em 1942, mas se naturalizou austríaco, e vivenciou as
consequências da Guerra, com marcas que permanecem em seu trabalho.
Certamente, é um dos cineastas mais relevantes a refletir sobre o lado
sombrio de nosso tempo, pois está longe de descartar a atualidade da
ascensão do fascismo, da xenofobia e da intolerância. Trouxe esses temas
para o centro dos seus filmes em acontecimentos cotidianos e
aparentemente banais, tornando-se um dos mais relevantes e polêmicos
cineastas ao utilizar a alegoria e a ambiguidade como destaques nos seus
relatos.
“É mais difícil para o espectador ver os meus filmes do que para mim
e para meus atores fazê-los”
Alguns
dos temas centrais para o diretor austríaco, que encarnam nosso tempo,
são: nossa incapacidade em se relacionar (perda do vínculo comunitário, a
alienação do indivíduo na dificuldade em lidar com o desconhecido) e a
representação televisual da violência (essencialmente na influência da
mídia na nossa percepção da realidade, a banalização da violência que
afetaria nosso potencial de se chocar
com ela). Haneke é muito conhecido pela maneira radical que testa o
limite ou provoca o espectador para causar incômodo, perturbar o seu
lugar e a busca por certezas. Ele diz refletir sobre nossos medos e
interditos pois, para o cineasta, o cinema não deve apenas contar uma
história: cabe a ele chamar atenção, causar reflexão ao desacomodar o
espectador.
São
características dos seus filmes os planos fixos, longos, que podem até
causar estranhamento para quem está acostumado com o ritmo frenético do
cinema tradicional hollywoodiano. Elementos como o contraste do
claro-escuro são utilizados para ressaltar a atmosfera perturbadora na
qual muito dos seus personagens encontram-se envoltos. Dentre suas
influências estão: o Neorrealismo e os cineastas Michelangelo Antonioni,
Ingmar Bergman, Robert Bresson e Abbas Kiarostami.
Objetivos
O curso Michael Haneke: O lado sombrio do nosso tempo, ministrado por Bruno Maya,
tem por objetivo apresentar um panorama sobre a filmografia do
cineasta. Contextualizar sua produção ao debater sobre sua relevância,
suas influências e as polêmicas estabelecidas pelo diretor que se
manifesta na contramão do cinema comercial hollywoodiano. Será analisada
a filmografia do diretor, destacando os elementos e as escolhas que
caracterizam seus filmes, bem como as mudanças que ocorrem em sua
trajetória. O curso visa, por meio do estudo da sua concepção de cinema,
em função essencialmente do que estipula com relação ao espectador,
compreender porque Michael Haneke é um dos diretores mais polêmicos da
atualidade.
“A nossa sociedade está mergulhada na violência,
eu a represento porque a temo, e acho que devemos refletir sobre isso”
Público alvo
Esta atividade é aberta a todos os interessados.
Não é necessário nenhum pré-requisito de formação e/ou atuação profissional.
Conteúdo programático
Aula 1
- Contextualização sobre a biografia de Michael Haneke: a formação em Viena, a experiência de crescer em época de guerra.
- Haneke e a polêmica dos seus filmes na representação da violência: o maldito e o lado sombrio de nosso tempo.
- Haneke e o espectador: o cinema-provocação e a representação da violência.
- Suas influências e um pouco do cinema novo austríaco: uma crítica ácida a burguesia.
Aula 2
- Os primeiros filmes, chamados de "trilogia glacial": O Sétimo Continente (1989),Benny´s Video (1992) e 72 Fragmentos para uma Cronologia do Acaso(1994).
- O filme-provocação: Funny Games (1998), e a refilmagem polêmica em 2007.
- A construção da atmosfera sombria.
- A ambiguidade, a alegoria e a sugestão: O Castelo (1997), Código Desconhecido(2000), A Professora de Piano (2001), O Tempo do Lobo (2003), Caché (2005), A Fita Branca(2008) e Amor (2012).
- O espectador em cena.
Ministrante: Bruno Maya
Doutorando
em Comunicação Social pela PUCRS, e formado em jornalismo pela mesma
universidade. Desenvolve pesquisa na área de cinema e audiovisual desde
2004, na qual trabalhou em um estudo sobre o cinema brasileiro.
Atualmente realiza pesquisa sobre realismo no cinema (incluindo a
filmografia de Michael Haneke), vinculada ao grupo Cinesofia
(PPGCOM-PUCRS).
Curso MICHAEL HANEKE: O LADO SOMBRIO DO NOSSO TEMPO de Bruno Maya
Datas: 08 e 09 / Outubro (sábado e domingo)
Horário: 15h às 18h
Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local: Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)
Investimento: R$ 90,00
(Valor promocional de R$ 70,00 para as primeiras 10 inscrições por depósito bancário)
Formas de pagamento: Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro - parcelado)
Material: Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)
Final de semana rico para mim, já
que participei do curso Boca do Lixo: Nos tempos da Pornochanchada. Durante
dois dias, o jornalista Cassiano Scherner foi a fundo para nos explicar
e nos apresentar um pouco desse universo cinematográfico brasileiro, que se iniciou
no final dos anos 60 e se estendeu até início dos anos 80. É surpreendente que,
mesmo com não muitos recursos da época, os produtores e cineastas, com amor no
que faziam, fizeram desse gênero algo lucrativo e que começou a ser produzido
numa velocidade fantástica.
Só para se ter uma idéia, 30%
do cinema nacional nascia da Boca do Lixo. Nada mal para um local que nem se
quer era um estúdio, mas sim duas ruas se cruzando na cidade de São Paulo (Rua Triunfo
e Vitória) e onde os criadores se reunião para escrever e se preparar para
filmar inúmeros rolos de filmes para serem exibidos nas salas de cinema. Após o
encerramento dessas maquina de fazer dinheiro (devido à chegada do sexo
explicito nas locadoras), parecia que esses filmes cairiam no esquecimento, mas
foi graças ao Canal Brasil (muito citado na atividade aliás), que fez com que
essas obras ganhassem o status de Cult que possui até hoje.
Com encerramento do curso, deixo
aqui um extra sobre mais um filme que acabei assistindo ainda ontem após a
atividade.
A Dama da Zona (1979)
Sinopse: Prostituta
independente e de forte personalidade, Esmeralda mora num cortiço em São Paulo
cercada de personagens marcados pela miséria e desesperança. A proprietária do
cortiço, indiferente ao destino de seus inquilinos, quer transformar a casa num
prostíbulo.
A meu ver, um filme que nitidamente
se preocupou em explorar o melhor do que se poderia encontrar nesses filmes do período
da boca. A produção (Kynema Filmes) é do ator e diretor Cláudio Cunha (que é
também autor do argumento), e no elenco há a presença de atrizes como Marlene
Silva (a Dama do título) e Marlene França, conhecidas do público não só de
cinema como da televisão. Nota-se ainda um maior cuidado técnico na fotografia
e no trabalho de câmera (ambos de Carlos Reichenbach) e na cenografia.
Um filme que usa e abusa da
comédia e da beleza das atrizes, mas acima de tudo, uma obra que sintetizou a
fase áurea desse período e ao mesmo tempo dando indícios de que algo estaria
mudando futuramente dentro do gênero a partir do início da década de 80.
Leia também: Boca do Lixo: Nos
tempos da Pornochanchada parte1, 2,3, 4e5.