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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: PERDIDO EM MARTE



O maior sucesso de bilheteria  do pai do Blade Runner, e indicado a 7 Oscar, chega agora, para locação venda etc. 
 Leia a minha crítica já publicada clicando aqui.


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: Creed - Nascido para Lutar



Sinopse: O veterano Rocky Balboa (Sylvester Stallone) pode não estar mais nos ringues em disputas de boxe, mas continua com o vigor de sempre, agora como treinador. Sob sua batuta está o jovem Adonis Creed (Michael B. Jordan), neto do lutador Apollo Creed, que enfrentou Balboa várias vezes no ringue.

O filme Rocky Balboa (2006) era visto como piada, ao colocar Sylvester Stallone novamente no papel que o consagrou há décadas. Porém, o filme focava sobre o homem fora do seu tempo, sua luta contra o envelhecimento, a busca por um lugar no mundo e por fim abraçar a sua redenção. O sexto filme não veio por apenas trazer um ícone de volta às telas, mas provar que ele ainda não era obsoleto perante o mundo em que vivia e encerrar a franquia com total dignidade. É ai que chegamos então a Creed - Nascido para Lutar, um projeto ainda mais arriscado, pois é uma espécie de spin-off da franquia, o que poderia enfraquecê-la, mas, para a surpresa de todos, aqui as coisas deram certo novamente.
O jovem cineasta Ryan Coogler sabe do vespeiro em que está se metendo, pois a todo o momento do filme, podemos sentir as velhas formulas do que já deram certo na franquia serem usadas aqui novamente, porém renovadas e atualizadas para um novo público, mas jamais se esquecendo daqueles que cresceram assistindo aos filmes no cinema e na TV. De forma engenhosa, o filme resgata a imagem de Apollo Creed (Carl Weathers) na pele do seu filho Adonis Creed (Michael B. Jordan) que ele havia tido fora do seu casamento e meses antes da sua morte em Rocky IV. Adotado pela viúva de Apollo (Phylicia Rashad), Creed cresce e se dá bem na vida, mas deseja seguir os passos do seu pai e é aí que procura Rocky (Stallone) para treiná-lo e se tornar um boxeador profissional.
Embora com toda essa interligação aos filmes anteriores, a trama começa de uma forma fresca, focando esse garoto perdido na vida, mas que ganha uma oportunidade para seguir uma linha reta na vida. Mesmo antes do universo de Rocky entrar em cena, somos facilmente convencidos a seguir o protagonista e ver até onde ele chega. Muito disso se deve ao bom desempenho de Michael B. Jordan que, mesmo ainda tendo atuado em poucos filmes, demonstra total maturidade para um papel principal.
Tendo já o seu protagonista estabelecido na trama, o cineasta Ryan Coogler também nos conquista na sua forma de filmar já na primeira hora que, mesmo trazendo as velhas formulas de sucesso da franquia, injeta algo de novo em sua forma de como apresentar as cenas. Reparem em uma das primeiras lutas, em que não há cortes, mas sim um plano sequência engenhoso, como se o cineasta estivesse dentro do ringue e se tornando uma terceira pessoa em meio a dois lutadores se digladiando. Ele somente peca quando se envereda para a câmera lenta, algo já meio saturado nesses tipos de filmes.
Outra coisa que me incomodou um pouco foi na insistência de inventarem um par para o protagonista, já que a relação dele com a personagem Bianca (Tessa Thompson) soam como dispensável, sendo que, nem mesmo suas motivações, e tendo um problema de saúde auditivo, nos conquista no decorrer do filme. Mas no momento em que Creed entra num conhecido restaurante é quando o filme se adentra ao universo de Rocky e graças a isso esquecemos um pouco desse deslize. É incrível como num diálogo de poucos minutos entre o velho e o novo protagonista eles fazem um perfeito resumo sobre os principais eventos dos filmes anteriores e fazendo com que até mesmo o marinheiro de primeira viagem não se perca no caminho. 
Coogler também foi sábio na maneira de apresentar Rocky em sua primeira cena, pois a trama se passa dez anos da última vez que o vimos e, surgindo aqui, cada vez mais enterrado ao seu tempo e das suas glórias do passado. Embora relutante num primeiro momento, o personagem aceita em treinar Creed, principalmente numa forma de agradecer o velho falecido amigo por tê-lo ajudado a voltar a lutar em Rocky III. Sylvester Stallone se vê a vontade como coadjuvante, mas basta surgir em cena para que ele coloque o filme todo no seu bolso, pois estamos falando de um ator que conhece o personagem há quatro décadas e aqui nos é apresentado para uma nova faceta do personagem.
Se no filme anterior ele lutava por uma última chance de provar o seu valor, aqui ele luta contra a sensação de que, não tem mais nada para se fazer em vida, a não ser esperar a sua própria morte. Treinar então Creed seria uma forma de dar um sopro de vida numa alma jaz cansada e para assim se criar um novo objetivo para se seguir em frente. Sem sombra de dúvida Stallone coloca pra fora esses temores da velhice, da solidão e impotência e faz do seu Rocky uma imagem pálida do que já foi um dia, mas que merece ser seguida e respeitada.
Assim como em Rocky V, vemos o velho lutador como professor, ensinando tudo o que aprendeu para o seu novo pupilo, como se tivesse passando o seu bastão antes que seja tarde demais. No decorrer desses treinamentos, ambos se criam um elo de amor e amizade, fazendo nascer então um clima paternal, do qual ambos necessitam, pois eles se encontram sozinhos no mundo. Embora se enverede para um lado mais dramático, a trama jamais exagera para que o cinéfilo encha os seus olhos de lágrimas, mas sim que ele se emocione de uma forma verdadeira.
O ato final é aquele do qual todos nós conhecemos, o que seria algo até então desastroso, já que o resultado é basicamente o mesmo, até mesmo se comparado ao primeiro filme da franquia. Porém isso é o de menos, já que o maior mérito do roteiro é de criar um elo dessas duas gerações, da qual uma se apoia na outra e fazer com que a raiva ou peso da culpa que existe em seus corações durante anos logo desapareça. Sendo assim, até mesmo perdoamos quando soa uma repetitiva velha trilha sonora em nossos ouvidos novamente, pois até aquele momento já estamos mais do que conquistados pelos personagens.
Com um final do qual vemos a velha escadaria do museu da Filadélfia novamente, do qual Rocky subia e vibrava em seus tempos de glória. Creed - Nascido para Lutar, não é meramente um recomeço de uma franquia, como também um filme sobre a relação entre pais e filhos e feito com muito carinho para ser visto pelas novas e velhas gerações. 





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Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos



8º) Cidade de Deus (2002)



Sinopse: Buscapé (Alexandre Rodrigues) é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba sendo salvo de seu destino por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira na profissão. É através de seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia-a-dia da favela onde vive, onde a violência aparenta ser infinita.


Fernando Meirelles ganhou um reconhecimento merecido nesta obra prima do cinema nacional de 2002, sobre um retrato forte que, mostra aspectos tristes, mas verídicos das trajetórias percorridas por jovens das favelas urbanas. Há certo virtuosismo técnico, compensado pela verdade na atuação de um elenco orientado pela co-diretora Kátia Lund. Meirelles surpreende o espectador, em não somente recriar três épocas onde se passa a historia, como também criar um belo jogo de imagens com a montagem, em que a trama vai e vem sem menor aviso, mas que flui de tal maneira que não atrapalha em nenhum momento o entendimento de quem assiste.
Sucesso no exterior, foi finalista no Balta (Oscar Inglês) de melhor filme estrangeiro, perdido pelo Espanhol Fale Com Ela, mas ganhou na categoria de melhor montagem de Paulo Bezende, derrotando filmes famosos como O Senhor dos Anéis: As Duas Torres e O Pianista. Mas o reconhecimento veio no Oscar de 2004, onde o filme ganhou 4 indicações ao Oscar, incluindo melhor diretor (Meirelles) e melhor roteiro adaptado, mas que infelizmente perdeu todos, perante ao fim da trilogia dos Senhor dos Anéis. Mas isso não impediu, que dez anos depois que, o filme entrasse facilmente na lista dos 100 melhores filmes de todos os tempos, ao lado de pesos como Laranja Mecânica e os Bons Companheiros.  


 

9º) O Pagador de Promessas (1962)



Sinopse: Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador. Um dia, o burro de estimação de Zé atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Santa Bárbara para salvar o animal. Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira. Mas a via crucis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba.


Crítica aos políticos (pré-ditadura militar), a igreja católica, a policia e á imprensa. A peça de Dias Gomes recebe um tratamento dramático que mantém viva a força dos personagens e a discussão sobre á influencia da religião na sociedade. Interpretações inesquecíveis e sinceras do casal central. Tanto Leonardo Villar como Gloria Menezes estão ótimos em seus respectivos papeis, assim como Dionísio Azevedo, que passa a todo o momento, uma representação hostil e atrasada da igreja católica.
Anos mais tarde, a peça ganharia uma mini-série para a TV, transmitida pela Rede Globo, mas nada que se compare ao resultado final desse filme e de como ele mexeu com os sentimentos das pessoas na época. Palma de Ouro no Festival de Cannes e finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Curiosidade: Após o recebimento do prêmio em Cannes, o diretor e a equipe do filme que viajou até o Festival foi recebida com um desfile público em carro aberto, ao desembarcar no Brasil.


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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: TRUMBO: LISTA NEGRA



Sinopse: O roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) e outros colegas não negam suas crenças políticas. Em 1947, quando Trumbo se recusa a delatar os comunistas que atuam na indústria do entretenimento americano, ele entra para a lista negra dos profissionais proibidos de trabalharem em Hollywood.
Quando Elia Kazan (Sindicato dos Ladrões) recebeu o seu Oscar pela carreira em 1999, o público que assistia se dividiu, entre aqueles que aplaudiram e aqueles que cruzaram os braços. Com certa razão, pois Kazan acabou se tornando uma espécie de delator na época das caças as bruxas que, havia sido instalado em Hollywood para caçar atores, atrizes, diretores, produtores e roteiristas que fossem do partido comunista. Devido a isso, muitos tiveram as suas carreiras arruinadas, foram presos ou tiveram que abandonar o país como foi o caso de até mesmo do mestre Charles Chaplin. 
Dirigido por Jay Roach (Entrando numa Fria) Trumbo: Lista Negra reconstitui uma parte dessa complicada história do cinema americano, onde vemos roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) e seus colegas do ramo sendo esmagados pela a Motion Pictures, presidida por ninguém menos que John Wayne, que foi a responsável pela Caça às bruxas dentro da Indústria cinematográfica. Porém, mesmo com o nome manchado, e sem poder trabalhar nos grandes estúdios novamente, Trumbo jamais desistiu de sua carreira. Para isso, começou de forma clandestina a fazer roteiros para pequenos estúdios de filmes B e usando pseudônimos ao invés do seu nome verdadeiro.
Para cinéfilos como eu, é divertido assistir as passagens do qual esse filme retrata, onde a reconstituição de época é algo primoroso e muito bem cuidado.  Mas acima de tudo, é curioso observar como Dalton Trumbo foi responsável pela criação de incríveis histórias, como no caso de A Princesa e o Plebeu (1953) que, lhe renderia o seu primeiro Oscar na carreira, mesmo de uma forma não oficial, pois o prêmio viria a ser dado para um amigo de Trumbo que fingia ser dono do roteiro. Não há como não se divertir em ver os apresentadores da academia, fazendo os seus números de apresentações vazias, mas mal sabendo para quem eles realmente estavam premiando naquele momento.
O filme nos empolga graças à persistência vinda do personagem e pelo seu amor em escrever diversas histórias, mesmo em meio às adversidades e a intolerância das pessoas que se diziam defender a liberdade do povo americano, quando na verdade nem sabiam o que diziam. Muito dessa energia vista na tela se deve ao seu interprete Bryan Cranston: conhecido mundialmente pela sua atuação na cultuada série Breaking bad, Cranston passa para nós todo o lado arrogante, cínico e apaixonado de Dalton Trumbo e fazendo a gente até compreender a sua obsessão, mesmo quando ela, por vezes, prejudica a relação com a sua família.
Mas se o protagonista brilha em seu papel principal, o elenco secundário não fica muito atrás. Porém, mais do que ótimos atores dando vida a outros interpretes do passado, é preciso tirar o chapéu para os produtores, ao acharem atores quase idênticos e dar palmas aos maquiadores por caracterizar eles de uma forma que quase ficassem idênticos. Se David James Elliott passa todo o lado direitista, como também o lado bronco, do qual tinha John Wayne, Dean O'Gorman (O Hobbit) surge como uma copia fiel do astro Kirk Douglas.
Falando do velho astro, Douglas surge em cena, num dos momentos mais simbólicos da trama. Astro na época, e ao mesmo tempo produtor e roteirista, Douglas convidaria  Dalton Trumbo, numa espécie de voto de confiança, para roteirizar Spartacus, filme que viria a se tornar um grande épico do cinema. Mais do que um momento simbólico, essa passagem do filme também serve para questionar o papel de Hollywood que, de uma arte para o entretenimento, se tornou palco para guerras e fins políticos infundados.
Essa ambição, e intolerância, foi muito bem representado pela atriz daquele tempo chamada Hedda Hopper, que aqui ganha vida graças ao bom desempenho de Helen Mirren (A Rainha), fazendo com que a gente a odeie e torça pela sua queda política no meio cinematográfico. Uma vez que a lista negra se tornou uma vergonha dentro da história de Hollywood, o ato final sintetiza a alma cansada daqueles que lutaram, sobreviveram, mas que infelizmente alguns não conseguiram obter a sua renderão. Infelizmente isso é algo que ecoa até hoje, principalmente em tempos indefinidos com relação à crise política e cultural do nosso e de muitos países. 
Trumbo: Lista Negra é uma pequena parte de uma grande vergonha da história política e cinematográfica americana, mas que está ali como exemplo de erro histórico a não ser seguido e que jamais se repita em nosso presente, se é que já não está se repetindo infelizmente.



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