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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cine Dica: Em DVD: INSÊNDIOS

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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Os Agentes do Destino

UM DOS MELHORES FILMES DO ANO,
COM O PIOR FINAL DO ANO
Sinopse: David Norris (Matt Damon) é um jovem político com uma carreira promissora, mas um escândalo atrapalhou a sua corrida ao Senado. Tão logo perde a disputa pela vaga ele conhece Elise (Emily Blunt), bailarina por quem se apaixona. Contudo, homens com estranhos poderes de interferir no futuro aparecem do nada e começam a pressioná-lo para que ele não dê continuidade a este romance, porque isso poderá atrapalhar o futuro de ambos. Sem saber ao certo quem são essas pessoas, a única certeza que David possui é que precisará reunir forças para enfrentá-los e encarar o que o destino lhe reserva.
É incrível como você curte um filme do começo ao fim, mas quando chega ao derradeiro final, fica com aquele gosto amargo de que você foi sacaneado. Não que a primeira incursão do roteirista George Nolfi (Doze Homens e Outro Segredo e O Ultimato Bourne) seja medíocre, muito pelo contrario, mas da a sensação de quando se chega ao final dessa trama, da a nítida impressão que o diretor amarelou quando se devia ter tentado em criar algo mais ousado para encerrar a trama com chave de ouro.
Baseado em um dos contos de Philip K. Dick (Blade Runner) o filme basicamente é sobre uma historia de amor impossível, moldado com altas doses de ficção e teorias de conspiração, bem ao estilo do escritor que se tornou conhecido em criar contos nos quais os protagonistas duvidam da sua própria realidade. Durante a historia, político David Norris (Damon, ótimo) tenta de todas as formas se reencontrar e ficar com a mulher que se apaixonou, a dançarina Elise (Blunt), mas que durante o percurso é atrapalhado pelos tais agentes do destino, liderados pelo agentes Richardson (Slattery), Thompson (Stamp) e Harry (Mackie) que acreditam que o destino dele não é ficar com ela, mas sim seguir sua carreira política. Ao mesmo tempo esses agentes são mandados por um poder maior que se autodenomina “Presidente”.
É claro que o olho mais atento ira ver que algumas idéias postas neste filme já foram vistas em outros filmes, desde a Matrix, Cidade das Sombras e até mesmo Monstros S.A, mas Nolfi consegue moldar o filme de uma forma que a trama tornasse fresca e envolvente, auxiliado graças a uma ótima montagem agilizada (principalmente nas cenas de fuga) como também uma empolgante trilha sonora que faz um belo casamento com a montagem durante todo o filme.
Mas nada disso funcionaria se o casal central não funcionasse na química, mas eles não só funcionam como torcemos para eles ficarem juntos, mesmo que pareça que a trama reserve a eles um final “beco sem saída”. E é justamente nesta sensação que o filme nos passa que ao mesmo tempo nos engana de uma forma grotesca e sem graça, em minutos finais que tenta passar ao espectador um final mais reconfortante, com lições de moral sobre destino e escolhas, quando na verdade estávamos esperando um final pessimista ou até mesmo aberto.
Se não fosse por esses minutos finais broxantes, o filme com certeza teria uma critica 100% positiva, mas pelo visto, George Nolfi não quis se arriscar muito em sua primeira incursão como diretor, mas como o filme fez um sucesso entre a critica mais severa (mesmo com esse final) quem sabe no seu próximo filme ele ouse mais e não nos trate como tremendos trouxas.


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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 4

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

 
O Demônio das Onze Horas
Sinopse: Casado com uma italiana e entediado com sua vida na alta sociedade, o professor espanhol Ferdinand foge em direção ao sul com Marianne, após um cadáver ser encontrado na casa dela. Eles caem na estrada e deixa um rastro de roubos por onde passam.
O argumento foi escrito pelo próprio cineasta, adaptando a obra Obsession, de Lionel White. Assim como na maioria de sua filmografia, a história não é muito linear e ao mesmo tempo questiona sempre a história do cinema e a evolução da sua linguagem. Mistura diversos gêneros como o thriller, comédia, drama romântico e uma pitada de Bonnie Clyde.
O tom da narrativa é um tanto que misturado, desde números musicais, inúmeras referências pictóricas e cinematográficas, assim como citações literárias. Assim como Viver a Vida, é relevante o trabalho de fotografia do filme, que novamente é autoria de Raoul Coutard, que destaca em cores primárias e que reinventa caminhos num incessante experimentalismo único.
A historia de um casal do casal em fuga é muito conveniente, pois a partir do momento que eles pegam a estrada, tudo pode acontecer, muito embora o espectador tenha uma certa noção do que poderá acontecer no final, mas Godard não cai no obvio. A trama se torna ideal para elaboração de inúmeras idéias sobre os gêneros de Hollywood e de suas mensagens que sempre passaram para o publico. Entre as muitas seqüências inesquecíveis do filme, não a como esquecer uma que envolve o famoso realizador norte-americano Samuel Fuller (que se interpreta a si próprio, assim como foi com Fritz Lang em Desprezo). A sua presença e diálogo curiosamente se tornam mais reais se comparada as outras pessoas em cena. Para destacar isso, o realizador é filmado com cores vivas enquanto os outros surgem esbatidos.
Assim como em seus filmes anteriores, é um filme estranho, inusitado e inesquecível de Godard.


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 3

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

VIVER A VIDA
Sinopse: Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris.
De todos os seus filmes, esse é o meu preferido de Godard. Talvez por brincar com a nossa perspectiva em determinadas cenas, como a cena inicial em que câmera, ao em vez de focar os personagens, vemos somente eles conversando de costas para o bar e por minutos só ficamos vendo um leve vislumbre de seus rostos em um espelho. Outro belo exemplo é quando a protagonista, com mais um personagem, estão conversando no que parece ser em uma sacada com uma bela vista, mas a câmera vai para o lado e nos revela que é uma parede pintada. Inúmeros momentos como esse ocorrem durante o filme, seja pela perspectiva vinda do diretor, seja também em cenas que é vinda da própria perspectiva da protagonista, como na cena em que ela dança em um bar. Muito se deve isso, não somente pela ótima direção de Godard, mas também pela colaboração do seu colega de produção, o fotografo Raoul Coutard, que ganharia prestigio em injetar sua própria visão em determinadas seqüências de cena em outros filmes da época, nas quais se tornaram sua marca registrada, que por muitas vezes, eclipsava a direção do próprio diretor.
Anna Karina (na época, esposa do diretor) tem aqui um dos seus melhores desempenhos na carreira ao retratar uma mulher, por vezes, determinada, mas desiludida com a vida ao embarcar no submundo da prostituição. Se a momentos chaves nos quais ela se sobressai, se entregando em seu papel de corpo e alma, podemos citar dois momentos, sendo que o primeiro é a cena em que ela está no cinema, se identificando e sofrendo com a protagonista de “A Paixão de Joana D’Arc”, de Dreyer. Neste momento, Godard responde em forma de cena, as perguntas que são levantadas em outra obra sua (O Demônio das Onze Horas) sobre o que é o cinema? Aqui, a resposta é de uma forma simples, direta, e ao mesmo tempo, uma homenagem a sua própria arte. E por fim, a cena em que ela conversa com um senhor em um bar, sendo que esse ultimo desencadeia a conversa para filosofia pura e, em meio a conversa, faz a protagonista concluir que nos somos responsáveis pelos nossos atos (Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável).Frase como esta que resume seu destino em toda a película.
Um filme indispensável e que acho, por vezes, superior se comparado a Acossado.


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domingo, 4 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 2

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

DESPREZO
Sinopse: O Desprezo conta a história da crise de um casal em uma viagem à Itália que acaba mal. Camille (Brigitte Bardot) tem a impressão de que seu marido não lhe ama mais. Paul Javal, seu marido, é um roteirista que, para garantir o conforto da esposa e evitar o rompimento da relação, aceita escrever uma nova adaptação da obra grega "A Odisséia" para o cinema. Primeiro, nascem a dúvida e o desprezo em Camille e depois vem a incompreensão e a raiva de Paul. Diferente do livro de Homero, não é Ulisses que vai embora e abandona sua amada Penélope.
Baseado no romance de Alberto Moravia, um dos filmes mais fáceis de Godard, com uma narrativa linear e tratamento de tragédia grega. Bardot no auge da beleza tem o seu corpo generosamente dissecado pela câmera e ao mesmo tempo nos apresenta um dos seus melhores papeis de sua carreira bem sucedida. Assim como em Acossado, Godard explora a relação amorosa de um casal em um único cenário, mas em vez de somente um quarto, vemos o casal central andando em vários cômodos da casa, discutindo sua relação que está a beira do fim, enquanto a câmera somente  segue ambos, assim como o espectador.  O filme em si, também é uma homenagem ao próprio cinema que Godard faz, principalmente com a cena inicial  totalmente inusitada, mas que da uma vaga idéia do que vira a seguir. Atenção para participação para lá de especial do diretor  Fritz Lang, (Metropolis) fazendo ele propio em meio as gravações de Ulisses. Uma homenagem de um mestre para outro mestre.              



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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cine Dica: Estréias no final de semana (02 09 11)

E ai, cinéfilos de plantão, começou o mês de setembro com muitas novidades no cinema. Para começar a chegada do Homem do Futuro, comédia romântica “a lá” ficção cientifica que pode se dar muito bem nas bilheterias brasileiras, em um ano que o gênero comédia se solidificou cada vez mais em nossos cinemas. Temos também mais um grande sucesso do cinema argentino vindo para cá, Um Conto Chinês, e novamente estrelado pelo astro do momento Ricardo Darin, que desde o Segredo dos Seus Olhos, se tornou uma cara super conhecida pelos cinéfilos gaúchos.
Lembrando, que apartir de semana que vem, tanto o Cine bancários como a P.F. Gastal (Usina do Gasômetro) começara a maratona de documentários sobre Werner Herzog que é, não só um dos grandes cineastas da Alemanha, como mundialmente. Mais informações sobre as sessões vocês conferem no blog P. F Gastal clicando aqui. Quanto a mim, estou correndo atrás dos filmes de JEAN-LUC GODARD, para revê-los e ficar com a mente e a língua afiada para os dias 17 e 18 desse mês para o curso que é focado sobre ele. Mais informações, e caso alguém se interessa pelo curso, visite o blog Cena Um clicando aqui. Lembrando também, que durante os dias que antecede o curso, estarei postando sobre os filmes que assisti desse fantástico diretor.

Confiram as estréias dessa semana.

O Homem do Futuro
Sinopse: Zero é um cientista brilhante e solitário que acredita ser infeliz porque 20 anos atrás foi humilhado pelo grande amor da sua vida. Ao tentar criar uma forma revolucionária de energia volta acidentalmente ao passado e se vê diante da chance de encontrar a si mesmo (20 anos mais jovem) e corrigir os erros de sua própria vida.brTentar manipular os caminhos do tempo é mais difícil e confuso do que possa parecer.




Apollo 18 - A Missão Proibida
Sinopse: Oficialmente a Apollo 17 foi lançada em 17 de dezembro de 1972 e foi a última missão tripulada à Lua. Mas um ano depois em dezembro de 1973 dois astronautas americanos foram enviados em uma missão secreta à Lua financiada pelo Departamento de Defesa dos EUA. O que você está prestes a ver é o registro real que os astronautas gravaram durante a missão. Enquanto a NASA nega a sua autenticidade outros dizem que é a verdadeira razão porque eles nunca voltaram para a Lua.




Um Conto Chinês
Sinopse: Um veterano da Guerra das Malvinas chamado Roberto (Ricardo Darín) vive recluso em sua casa há quase vinte anos por causa de um sofrimento do passado. A sua rotina é alterada pela chegada a Buenos Aires do chinês Jun (Ignacio Huang). O homem veio à capital argentina para procurar um parente perdido e começa uma inusitada amizade com Roberto. Os dois homens mal conseguem se comunicar por conta das diferenças culturais e de idiomas.



A Viajem de Lucia
Sinopse: Lucia (Sandra Ceccarelli), uma comissária de bordo de meia-idade que sofre raros desmaios e leva uma vida tensa com o marido. Após uma consulta com o psiquiatra, Lucia resolve dar aulas de piano para aproveitar melhor seus dias. E aí que ela conhece Lea (Francesca Inaudi), uma jovem trabalhadora que espera mudar de vida. As duas têm personalidades opostas, mas acabam desenvolvendo um afeto mútuo. Só que a situação se complica quando Lea consegue um trabalho na Patagônia e anuncia que vai se mudar.




OUTUBRO
Sinopse: Clemente é um homem tímido, dono de uma loja de penhores. Sua vizinha Sofia, uma mulher solteira, o vê como a única esperança de sair da solidão. Todo mês de outubro, ela é devota do culto de Nosso Senhor dos Milagres. Um dia, Clemente descobre na porta de sua casa um bebê recém-nascido, fruto de sua relação com uma prostituta que desapareceu. Enquanto ele procura pela mãe da criança, Sofia começa a tomar conta do bebê. Com a nova situação, Clemente descobre afetos e emoções que nunca havia sentido.




Assim É, se Lhe Parece
Sinopse: Dono de uma carreira de 54 anos, o artista plástico Nelson Leirner revela-se de corpo inteiro neste retrato despojado da rotina e da intimidade de um criador iconoclasta. ?Eu não queria ser artista, eu não queria ser nada, foram meus pais quem me empurraram para a arte?, revela, divertido, enquanto relembra uma trajetória à revelia dos cânones. Morando nos EUA na juventude, mais interessado na Broadway do que nos museus, Leirner descobre aos poucos que a arte, como ele diz, ?tem o caminho do não saber?. Desprezando a aquisição de um conhecimento técnico específico, ele se apropriou com liberdade e sem preconceitos das informações e ferramentas que lhe serviram para delinear um estilo original. Integrante do grupo Rex, ao lado de Wesley Duke Lee e Geraldo de Barros, ele tornou-se aos poucos um nome consagrado.



SUBMARINO
SINOPSE: O drama sombrio, baseado num romance aclamado de Jonas T. Bengtsson, filmado em 16 milímetros e com uma coloração azulada de fundo do mar, acompanha dois irmãos que sucumbiram ao ambiente de miséria em que foram criados.




Deu Uma Louca na Chapeuzinho 2
Sinopse: Dessa vez nossa heroína está treinando com uma organização secreta quando é chamada para ajudar a Agência de Espionagem Feliz Para Sempre a descobrir o paradeiro de João e Maria que desapareceram misteriosamente. A grande confusão começa quando Chapeuzinho percebe que terá que se unir ao sem noção do Lobo Mau, a corajosa Vovózinha e ao pilhado esquilo Ligeirinho para salvar as crianças.





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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 1

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.


ACOSSADO
Sinopse: Após roubar um carro em Marselha, Michel Poiccard (Jean-Paul Belmondo) ruma para Paris. No caminho mata um policial, que tentou prendê-lo por excesso de velocidade, e em Paris persuade a relutante Patricia Franchisi (Jean Seberg), uma estudante americana com quem se envolveu, para escondê-lo até receber o dinheiro que lhe devem. Michel promete a Patricia que irão juntos para a Itália, no entanto o crime de Michel está nos jornais e agora não há opção. Ele fica escondido no apartamento de Patricia, onde conversam, namoram, ele fala sobre a morte e ela diz que quer ficar grávida dele. Ele perde a consciência da situação na qual se encontra e anda pela cidade cometendo pequenos delitos, mas quando é visto por um informante começa o final da sua trágica perseguição.
Quando Acossado estreou no ano de 1959, atingiu o mundo do cinema como um verdadeiro choque elétrico que é sentido até mesmo nos dias de hoje. Pode-se dizer que foi o filme que deu a largada para o movimento da Nouvelle Vague, cujo o movimento tinha a intenção de passar uma vontade de renovar e de quebrar regras, e por isso atingiu em cheio os jovens agitados e politizados da época. O fim dos anos de 1950 e o inicio dos anos de 1960 representou o principio em que os jovens de todo o mundo ganharam voz alta dentro da sociedade – o nascimento do rock’n’roll, a queima de sutiãs e os protestos de maio de 1968 são reflexos diretos disso tudo. E o filme de Godard representou, principalmente nos aspectos técnicos, a chegada dessa juventude ao cinema com um frescor até então inédito. .
De certa forma, não é errado enxergar em “Acossado” o elo perdido de ligação entre o cinema clássico dos anos 1950 e os filmes transgressores da década seguinte. O raciocínio é o seguinte: os críticos franceses da revista Cahiers du Cinema (Godard incluído) admiravam os diretores proscritos como Nicholas Ray que, nos EUA, dirigiam sob fortes amarras de estilo, contrabandeando para dentro dos filmes temas ousados, mas sempre de forma dissimulada. Godard não estava em Hollywood e não tinha dinheiro, mas em compensação não precisava dissimular nada. Fez “Acossado” com US$ 90 mil, do jeito que quis, e mudou o cinema para sempre de uma forma jamais vista.
Alguns anos antes, Hollywood já havia percebido que filmes sobre jovens eram um grande filão, mas sempre os fez de forma conservadora como se exigia na época . “Acossado” rompeu esse paradigma e eletrizou a juventude em todo o mundo. Até então, ninguém jamais havia visto, em filme, um personagem virar para a câmera e se dirigir diretamente ao espectador. Michael Poiccard (Jean-Paul Belmondo), o herói de “Acossado”, não só fazia isso como mandava a platéia se f… A própria personalidade do rapaz era transgressora, uma espécie de James Dean de celulóide: um ladrão de carros que roubava apenas pelo prazer da velocidade. Um jovem que gostava de se vestir bem e fumar cigarros caros. Alguém cuja única preocupação era viver o momento, sem dar bola para o futuro; alguém para quem o amanhã é sempre longe demais. A filosofia “viva aqui e agora”, sempre tão sedutora para os jovens, acabava de ganhar um ícone cinematográfico.
“Acossado” possui apenas um fiapo de história; o que importa no filme de Godard é menos o enredo e mais a forma de contá-lo. Trata-se da história de um rapaz francês, o já citado Poiccard, que está apaixonado por uma garota norte-americana (Jean Seberg). A moça, que passa uma temporada em Paris, gosta dele – e de muitos outros rapazes. Ela dorme a cada noite com um homem diferente, e encara essa atitude com uma naturalidade que deve ter chocado os puritanos da época. Patricia Franchisi (nome dela) também virou ícone para as garotas. O corte de cabelo curto, as minissaias e o comportamento libertário viraram uma coqueluche entre as jovens francesas do começo dos anos 1960.
Quando o filme começa, Poiccard acabou de roubar um carro em Marselha e dirige para Paris em alta velocidade. Ele é seguido por um policial e acaba tendo que matá-lo para não ser preso. O resto do filme trata dos esforços do rapaz para fugir da polícia e, ao mesmo tempo, conquistar o coração de Patricia. Godard filma tudo isso com um senso de urgência impressionante, um ritmo nervoso acentuado pela montagem inovadora, que pula no meio das cenas como um disco de vinil arranhado. “Acossado” foi o primeiro filme a apresentar uma técnica chamada de “jump cut”, em que os cortes quebram a sensação de continuidade e surgem nos momentos mais inesperados, apenas para acelerar o ritmo geral. Observe, por exemplo, como os cortes rápidos dão à perseguição de carro que abre o filme uma sensação alucinante.
O longa-metragem surgiu de uma idéia de François Truffaut, que escreveu o roteiro a partir de uma notícia de jornal e o entregou ao amigo Godard. Nos anos seguintes, os dois diretores foram se afastando, tanto em termos de temática quanto na parte técnica (Godard sempre gostou de experimentar novidades, enquanto Truffaut preferia mergulhar no personagem em detrimento da técnica). Juntos, porém, os dois foram capazes de criar um clássico instantâneo, um filme de transição entre dois períodos difíceis do cinema. “Acossado” fez Hollywood acelerar a montagem dos seus filmes, introduziu novas modas entre os jovens e foi, por isso, influência básica para diretores como Arthur Penn e William Friedkin, gente que renovaria o combalido cinema norte-americano do pós-guerra, alguns anos depois. Por isso é um filme que todos os cinéfilos deveriam ter em casa.


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