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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 25 de fevereiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: TRAMA FANTASMA

Sinopse: Nos anos 1950, Reynolds Woodcock é um renomado e confiante estilista que trabalha ao lado da irmã, Cyril, para vestir grandes nomes da realeza e da elite britânica. Sua inspiração surge através das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Mas tudo muda quando ele conhece a forte e inteligente Alma, que vira sua musa e amante.

Os personagens do cineasta Paul Thomas Anderson são pessoas em busca da perfeição, mas que caem na realidade ao se darem conta que não são extamente indestrutíveis. Se em Boogie Nights há o desejo vindo dos seus protagonista por uma elaboração perfeita dentro de um gênero desprezado como os filmes pornôs, em Sangue Negro vemos um homem que se tornou poderoso graças ao petróleo, mas tendo um alto custo a pagar consigo mesmo. Em Trama Fantasma, o cineasta dá então ao seu protagonista uma segunda chance no seu limiar, mas que não deixa ainda de ser peculiar.
Estamos nos anos 50, onde Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) é um renomado estilista e do qual é requisitado por todas as famílias do alto escalão, incluindo a da elite Britânica. Seus interesses pelas mulheres são unicamente para elas servirem de modelo para suas obras, como no caso de Alma (Vicky Krieps, do recente O Jovem Karl Marx). Contudo, Alma talvez tenha algo que Woodcock jamais imaginaria que um dia desejaria, mas se dando conta disso em meio a dores e jogos psicológicos.
Assim como os outros personagens de sua filmografia, Paul Thomas Anderson novamente nos brinda com um protagonista que mais parece uma entidade da qual é impenetrável e meio que difícil de compreendê-la num primeiro momento. Porém, a partir do momento em que as cortinas vão se desvencilhando, conhecemos então uma faceta frágil  de Reynolds e da qual ele a mantinha para se alto proteger e jamais deixar a sua defesa cair. Daniel Day-Lewis novamente dá um show de interpretação e cada cena dele nos faz lamentar ainda mais o fato que esse pode ser o seu último desempenho da carreira dentro do cinema.
Embora envolvido no mundo da moda, o seu personagem não esconde uma aura machista, prepotente, perfeccionista ao extremo e insensível perante as mulheres em sua volta. Cabe então a presença de mulheres fortes para lhe puxar as suas rédeas e fazer ele se dar conta de que um gênio não significa ser infalível. Se a presença de sua assistente Cyrill (Lesley Manville, de Malévola) talvez venha a ser como uma espécie de sucessão de sua mãe, Alma venha ser então uma peça do tabuleiro que faltava para ele, mesmo que num primeiro momento não se dar conta disso.
Reynolds tem pleno conhecimento de que, devido as suas ações, faz com que as pessoas se afastem dele, mas ao invés de se fortalecer, talvez no seu intimo ele procure alguém que o faça-lhe parar. Alma talvez venha a ser essa pessoa, pois demonstra desejo e amor pelo protagonista, mas não escondendo certa ambição por esse universo tão rico da moda. Embora com uma atuação contida, Vicky Krieps surpreende ao não se intimidar pela presença de Daniel Day Lewis em cena e criando para a sua personagem, tanto um ar paixão, como também de antagonismo e até mesmo ameaça.
Se tem então um filme um filme cujo os interpretes dominam a cena de cabo a rabo e tornando então os ingredientes principais para moldar o filme como um todo. Pode-se dizer que esse é o filme mais contido de Paul Thomas Anderson, pois em seus filmes anteriores se percebia um perfeccionismo maior e um desejo de incluir a sua forma de filmar. Porém, o seu olhar na forma de filmar ainda sentimos, seja nos momentos em que ele cria o seu habitual plano sequência do qual segue os seus personagens, ou quando sua câmera consegue extrair todo os conflitos internos que a dupla central sente na cena-chave que se encontra nos minutos finais  da obra.
Trama Fantasma é o filme mais elegante, porém, o mais contido da filmografia de Paul Thomas Anderson, mas não significa que seja menos do que genial. 


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