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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Cine Especial: Filmes e Sonhos: Parte 2



Nos dias 16 e 17 de setembro eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Cinema e Sonhos, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Psicanalista Leonardo Della Pasqua. Enquanto os dias da atividade não chegam, estejam por aqui comigo, para mergulhar nos melhores exemplos cinematográficos e que tentam retratar um pouco esse nosso universo do sonhar.

O Mundo do Sonhar de Salvador Dali

Salvador Dalí (11 de maio de 1904 — 23 de janeiro de 1989) foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres do classicismo. O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Colaborou com Luis Bunuel no filme Cão Andaluz 1929, com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi Lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Quando Fala o Coração (1945). Também foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista.


Gabinete do Dr Caligari (1919)



Sinopse: Hipnotizado pelo maléfico Dr Caligari, sonâmbulo vai assassinando diversas pessoas, até se rebelar quando lhe é exigido que mate bela jovem.

Em certa ocasião Tim Burton disse uma vez que se inspirava e muito no diretor Ed Wood nas suas criações, mas pelo visto, a filmografia de Wood não foi sua única inspiração. Assistindo recentemente o Gabinete do Dr. Caligari (dirigido por Robert Wiene), percebo vários elementos visuais que sempre estiveram nos filmes de Burton. Pegue o filme Batman: O Retorno (92) como maior exemplo: o Pinguim (Dany Devito) na visão de Burton era idêntico a Caligari. Marco do expressionismo alemão fascina até hoje pelos criativos cenários e pela brilhante iluminação, que remetem o filme a um belíssimo clima surrealista que não deve nada ao Salvador Dali. Trazendo ainda um desfecho fabuloso e surreal, O Gabinete do Dr. Caligari talvez tenha sido uma das obras mais influentes de todos os tempos: é fácil assistir o filme e pensar o quanto dele é tomado como referência, não só em obras feitas na época depois dele, como até hoje (o desfecho deve ter sido assistido inúmeras vezes por David Lynch, por exemplo). Merece ser revisto, relembrado, ou, descoberto pelos novos cinéfilos de hoje.



Um Cão Andaluz (1929)



Sinopse: Um Cão Andaluz"Uma sucessão de imagens sem significado lógico aparente. Em uma seqüência, um jovem deseja uma mulher mas carrega o peso de seu passado. Em outra, uma mulher insatisfeita reencontra seu amante numa praia. Ambos são devorados por insetos.


Em Cão Andaluz, o filme começa com o típico letreiro de “era uma vez”, para então vermos um homem (o próprio Luis Buñuel) afiando uma lamina. Imediatamente o homem vai para uma sacada, observar uma nuvem cortando a lua cheia, cuja cena se casa com o homem cortando um olho de uma mulher. A cena chocante, imediatamente deixa a pessoa, tão acostumada com começo, meio e fim de uma trama, ficar se perguntado o que exatamente viu anteriormente. A Trama se segue, em cenas que aparentemente confusas, que a única coisa que se pode tirar dali e compreender, é de uma relação complicada de um casal, envolvido em momentos, em que homem vê sua mão se encher de formigas, para então depois a mesma mão, aparecer cortada no meio da rua.
Com a ajuda do Salvador Dali, um dos grandes representantes do surrealismo da época, Buñuel quis fazer uma espécie de conto vindo de um sonho, ou simplesmente expressar os seus sentimos que tinha em sua consciência em celuloide, mas por mais que tente explicar os significados das imagens, sempre haverá novas interpretações para serem levantadas, pois Cão Andaluz é o típico filme que possui tantas camadas de interpretação, que pode muito bem se escrever um livro sobre o assunto. Imagine então se o filme fosse um longa metragem, mas em pouco mais de 15 minutos, foram o suficientes para entrar para historia, sendo que para alguns, é o melhor que expressa  a consciência interior do cineasta. Falando em consciência, não me surpreenderia se ele tivesse a capacidade de nos hipnotizar e enganar nossa perspectiva, pois é fato que ele aprendeu muito sobre hipnotismo quando era jovem.
  

Quando Fala o Coração (1945)



Sinopse: A dra. Constance Petersen (Ingrid Bergman) trabalha como psicóloga em uma clínica para doentes mentais. O local está prestes a mudar de direção, com a substituição do dr. Alexander Brulov (Michael Chekhov) pelo dr. Edward (Gregory Peck). Ao chegar o dr. Edwards surpreende os médicos locais pela sua jovialidade e também por seu estranho comportamento. Logo Constance descobre que ele é na verdade um impostor, que perdeu a memória e não sabe quem é nem o que aconteceu com o verdadeiro dr. Edwards.


Delirante alegoria que teve a preciosa colaboração de Salvador Dalí nas cenas de sonho. Há uma arrepiante cena de violência contra um garoto durante uma cena de flashibak. Trilha sonora envolvente de Miklos Roza, premiado com um Oscar. 
Curiosidades: O diretor Alfred Hitchcock aparece em cena aos 40 minutos, ao sair do elevador do Empire Hotel. Ele está carregando um violino e fumando um cigarro. A sequência do sonho foi criada por Salvador Dali, que foi convidado a participar do filme por Alfred Hitchcock. O diretor, que era admirador de seu trabalho, acreditava que Dali seria o único que poderia criar uma imagem de sonho que inicialmente seria incompreensível ao público, para depois ser explicada através da psicanálise.


O encontro de Disney e Dalí! no Curta Destino


Em 1946, o mundo ainda tinha o privilégio de ter em vida dois grandes artistas de áreas diferentes mas com similaridades inegáveis: Salvador Dalí e Walt Disney.O que pouca gente sabe é que ambos já trabalharam juntos em um projeto que acabou não vingando. O projeto se chamava "Destino" e acabou abandonado por ambos antes mesmo de ter 20 segundos de animação, mas Dalí já tinha trabalhado em todo o storyboard que ficou arquivado nos arquivos da Disney.
Eis que, durante uma mudança de 'arquivamento' (o vulgo 'porão') um feliz funcionário achou os storyboards e resolveu terminar a animação, com o apoio de Jack Dunham, que na década de 40 havia auxiliado Dalí na produção dos storyboards e era um dos 'homens de confiança' de Walt Disney.O resultado é uma bela animação ao estilo Disney, mas com a alma de Dalí. O documentário que explica perfeitamente TUDO sobre a união desses dois gênios surrealistas, chamado "Dalí & Disney: um encontro com o Destino" está disponível na versão em BD lançada este ano do filme FANTASIA 2000.


Mais informações sobre o curso Filmes e Sonhos você confere clicando aqui.



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