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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki



Sinopse:Em 1962, o boxeador finlandês Olli Mäki vê sua vida pacata se transformar. Ele tem a chance de lutar contra o campeão Davey Moore na final do Campeonato Mundial de Boxe na categoria Peso-Pena. Nessa fase ele ainda descobre estar apaixonado.
Independente de qual esporte, parece que existe uma tendência feroz na venda de um determinado esportista, ao ponto dele se tornar uma espécie de objeto de venda e gerar determinado lucro. O esporte acaba então se tornando um circo, ao ponto que não se encontra resquício para o caminho da felicidade. Em O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki, testemunhamos a cruzada de um boxeador em meio a luzes, propaganda e reconhecimento, mas a sua felicidade se encontra mesmo num mundo onde os engravatados do dinheiro já desconhecem há muito tempo.
O filme finlandês foi destaque na ultima Mostra de SP e sintetiza muito bem isso. Marcado muito mais por uma visão romântica da vida comum, do que da idealização da glória esportiva. O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki narra o período em que um boxeador finlandês se prepara para sua primeira grande luta, podendo ganhar o título mundial. No entanto, é nesse mesmo momento que Olli Mäki começa a se apaixonar por Raija, e sua cabeça fica divida entre o amor e a luta.
Dessa forma, o filme mostra justamente as diferenças entre esses dois aspectos da vida de Olli Mäk. Como algo que seria o grande momento de sua carreira acaba ficando de lado perante a descoberta que ele faz sobre o amor. Contudo, o filme não foca exclusivamente nisso e tão pouco se torna algo meramente romântico. 
O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki segue uma linha de uma trama mais realística, mas ao mesmo tempo humorada, sem deixar de ser reflexivo e moldado por boas doses de momentos de sensibilidade e humanidade por parte dos personagens. Uma vez sendo apresentada a trama, assim como os seus personagens principais, acompanhamos o treino de Olli e como aquela rotina transforma-se em algo monótono enquanto ele só consegue pensar em Raija. Mas, se por um lado o protagonista acha tudo isso monótono, isso faz com que nos identifiquemos com o personagem, pois nos damos conta, assim como ele, que não será pela riqueza e glória que irá obter a felicidade. 
Olli não precisa também abrir mão de Raija ou do esporte, há apenas uma separação entre esses dois mundos. O desdém que o protagonista tem pelo boxe ocorre quando Olli se desencontra com a Raija, como se os dois estivessem ligados um pelo outro. Isso faz com que ocorre um forte elo entre o personagem e o cinéfilo que assiste e fazendo com que obtenha nossa total atenção do começo ao fim.
Sem muitos recursos, ou até mesmo com desdobramentos da trama, o filme se diferencia com relação aos outros que exploraram o mesmo tema. Filmado totalmente em 16 milímetros, aliado a uma câmera que mais parece estar sempre correndo atrás dos personagens, o filme poderia ter sido facilmente feito na década 70 dentro do cinema americano, sendo que hoje é conhecido como o período da Nova Hollywood, ou até mesmo no período Nouvelle Vague do cinema francês, do qual se aproxima de obras como aquelas comandadas por  François Truffault e Jean-Luc Godard.
Porém, essa simplicidade não significa que o filme seja desprovido da apresentação de determinadas cenas curiosas e que diferem de um filme convencional. É curioso como o filme possui planos sequências não utilizando a longa duração dos planos para evidenciar todo artifício do filme através de movimentos mirabolantes, muito menos utilizando este fato a fim de fazer um estudo do contemplativo como se faz em muitos longas atualmente. Esse estilo conhecido como encenação do invisível, não chama atenção para si e apenas realiza movimentos e enquadramentos em função do universo da trama retratada, é o mundo de Olli que constrói o trabalho da câmera e não o contrário.
O dia mais feliz na vida de Olli Mäki retrata como uma pessoa simples, apesar das mudanças que a vida lhe proporciona, consegue manter-se fiel aos seus preceitos. Constrói o amor de maneira muito singular, pura, sutil e ingênua. Olli tem prazer em jogar pedrinhas no lago para ver quantos quiques ela vai dar até afundar. Joga dados porque isso diverte Raija e a faz sorri. Mostra que o dia mais feliz na vida de alguém é aquele em que a pessoa consegue uma paz emocional consigo mesmo. 




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