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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: O APARTAMENTO



Sinopse:Emad (Shahab Hosseini) e Rana (Taraneh Alidoosti) são casados e encenam a montagem da peça teatral "A Morte de um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Após um imprevisto, ambos se mudam para uma nova moradia, mas sem se dando conta de uma imprevisível situação que irá trazer a eles sérios problemas.  

O bate e boca em torno de O Apartamento tem um nome e esse nome Asghar Farhadi. O diretor iraniano é perito em criar tramas que conquistam o mais cético cinéfilo e exemplos é o que não faltam em sua filmografia, que vai desde a À Procura de Elly (2009) e A Separação (2011), sendo que esse último saiu premiado no Oscar de filme estrangeiro. E, assim como nos seus filmes anteriores, em O Apartamento acompanhamos um debate moral com várias metáforas com relação à própria sociedade iraniana.
Ernad (Shahab Hosseini) é um professor dedicado, mas que também mantém um grupo de teatro junto com a sua esposa, Rana (Taraneh Alidoosti). O casal trabalha numa montagem de A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, mas se vêem obrigados a se mudar de apartamento após o primeiro ameaçar desmoronar graças aos avanços hipócritas do progresso. Os primeiros minutos são angustiantes, onde Farhadi cria uma tensão e fazendo a gente temer se os personagens irão descer até o lado de fora do apartamento.
Curiosamente, esse ponto da trama acaba ficando meio que de lado, sendo que o cenário em si somente retorna no ápice da trama. Fico curioso em imaginar como seria um filme de Farhadi do qual explorasse o avanço do progresso e extinguindo determinados patrimônios de grande ou menor porte da história. Com exemplos de filmes recentes como Aquarius, Leviathan e Demon, O Apartamento poderia ter sido mais um filme dessa leva que toca nesse assunto do qual passa batido pela sociedade.
Voltando a trama principal, a nova casa do casal tinha uma inquilina que, de forma nebulosa, saiu às pressas, deixando várias coisas das quais eram suas por lá. Num dia como qualquer outro, Rana deixa a porta aberta e é atacada violentamente durante o banho por alguém misterioso. O criminoso foge tão depressa que esquece o carro e alguns outros pertences. Ernad então embarca numa investigação pessoal para tentar descobrir a identidade do sujeito enquanto Rana se nega a denunciar o caso à polícia.
Talvez um dos ápices da visão autoral e cinematográfica de Asghar Farhadi é da maneira da qual ele cria situações que nos levam a uma reflexão da qual nos deixam destruídos por dentro. O mais surpreendente é que tudo é feito de forma simplista, sem apelar por situações que poderia gerar momentos inverossímeis, mas retratando a cruzada dos protagonistas de uma forma da qual poderia acontecer com a gente, independente da cultura e costume do qual os protagonistas vivem. Claro que ficamos nos perguntando o que nós faríamos numa situação parecida, mas ao mesmo tempo, pensamos como agiriam os que se dizem “cidadãos do bem” atual e que sempre desejam fazer um julgamento com as próprias mãos, mas nunca analisam ou se perguntam o porquê de terem chegado a essa determinada situação. 
O Apartamento traz o melhor do cinema iraniano atual, do qual, infelizmente, certo governo norte americano atual tenta restringir, mas que jamais deixaremos de enxergar.




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