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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz

Confiram as minhas útimas críticas de cinema em 2016

Minha Mãe é uma Peça 2

Sinopse: Dona Hermínia (Paulo Gustavo) está fazendo sucesso na carreira de apresentadora de TV, mas sua vida amorosa está incerta. Ela tem se aventurado em novos relacionamentos e Carlos Alberto (Herson Capri) quer reatar o casamento. O problema é que Hermínia não se sente muito preparada para engatar um namoro ou até casamento, pois tudo o que lhe importa são os filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier).

Embora eu não seja muito fã de comédia brasileira, e com razão, quando uma surge e que me faça realmente rir então tem coisa boa ali. Quando Minha Mãe é uma Peça estreou em 2013 me pegou de surpresa, pois embora a trama não traga nada de original, o filme possui alma e talento extraordinário de Paulo Gustavo, que nada mais é que uma entidade presente em cada cena que atua com a sua Dona Hermínia. Em Minha Mãe é uma Peça 2, além de ser superior, não possui a responsabilidade de apresentar novamente a personagem para o cinéfilo e estando livre então para nos fazer rir em cada palavra que solta na tela.
A trama é basicamente simples, onde mostra Hermínia colhendo frutos ao ter se tornado apresentadora de tv, mas ao mesmo tempo enfrentando mudanças no horizonte. Enquanto a sua tia sofre com a saúde debilitada, os seus filhos tentam sair da sombra da mãe e seguir suas próprias vidas. O que vemos então é Hermínia tentando se reajustar essa nova realidade e gerando situações cômicas.
É basicamente isso e o roteiro (autoria do próprio Paulo Gustavo) faz questão de não inventar muito, pois sabe que a sua personagem é o suficiente estando em cena e fazendo com que a gente ria a todo momento. Basicamente é uma cruzada de redenção da personagem que se encaminha para uma nova realidade e fazendo com que a gente torça para que ela alcance o equilíbrio da situação. O filme somente peca quando dá espaço para figuras globais que, nem sequer são atores, mas estão ali somente para divulgar determinado programa dispensável da emissora.
Com pouco mais de uma hora de duração, Minha Mãe é uma Peça 2 é  uma divertida comédia na medida certa e que assim como o seu antecessor não ofende a nossa inteligência.


Capitão Fantástico

Sinopse:Ben (Viggo Mortensen) decidiu se isolar da sociedade para que seus seis filhos crescessem livres, educados ali mesmo, sem contato com as “perversões” da vida moderna. Quando sua esposa adoece, ele é confrontado por pessoas que consideram seu modo de vida prejudicial às crianças e acaba retornando à civilização com os filhos.

É raro quando um filme consegue ser poderoso em todos os pequenos detalhes do seu desenvolvimento. Partindo de um núcleo familiar, Capitão Fantástico trabalha com a filosofia de modo a criar camadas no que diz respeito à crítica ao consumismo, padrão de vida imposto pela sociedade e relação dos pais para com seus filhos. O diretor Matt Ross, que assina também o roteiro, parece ter uma ligação profunda com a história, transparecendo carinho com a sua criação e, como consequência, encanta em todos os aspectos.
O estilo de vida hippie é visto, por diversas pessoas, como uma forma de protesto ou até mesmo coragem, de fato existe uma ligação direta com o desprendimento.  Todos os atores estão excelente, inclusive os mais novos, com destaque para Viggo Mortensen (da trilogia O Senhor dos Anéis) entrega uma performance maravilhosa e cheia de carisma, ao ponto de fazer com que achemos natural tudo o que ele se propõe a fazer. Atuação digna de prêmios.
Capitão Fantástico é uma verdadeira montanha-russa de emoções que liga dois mundos extremamente diferentes, um despojado de bens materiais mas que transmite paz, o outro com a correria de um dia a dia caótico, com miúdos à mesa a mexerem nos smartphones.


 O Mestre e o Divino

Sinopse:Dois cineastas retratam a vida na aldeia e na missão de Sangradouro, Mato Grosso: Adalbert Heide, um excêntrico missionário alemão, que, logo após o contato com os índios, em 1957, começa a filmar com sua câmera Super-8, e Divino Tserewahú, jovem cineasta Xavante, que produz filmes para a televisão e festivais de cinema desde os anos 90. Entre cumplicidade, competição, ironia e emoção, eles dão vida a seus registros históricos, revelando bastidores bem peculiares da catequização indígena no Brasil.

Vencedor dos prêmios de melhor documentário, montagem e trilha sonora no Festival de Brasília 2013, O mestre e o divino, de Tiago Campos, coloca em paralelo não só dois personagens como duas visões de mundo sobre os indígenas – traduzindo o grande objetivo do projeto da ONG Vídeo nas Aldeias, do qual faz parte, que nestes 30 anos gerou cerca de 70 filmes.
De um lado, está o padre alemão Adalbert Heide, salesiano que há quase 60 anos veio para o Mato Grosso, para missão religiosa em Sangradouro. Nestas quase seis décadas, catequizou e alfabetizou xavantes, aprendeu sua língua, organizou projetos agrários e, principalmente, filmou em super-8 suas festas, costumes e a natureza ao redor. Sua integração entre eles valeu-lhe um nome xavante, Tsa Amri (que quer dizer “monte alto”).
De outro lado, está Divino Tserewahu, cineasta xavante, que realiza filmes desde os anos 1990. Educado no extinto internato dos salesianos, Divino aproximou-se do cinema por meio de Adalbert, de quem era assistente nas projeções realizadas pelo padre – mostrando não só filmes locais como atrações internacionais, como o faroeste alemão Winnetou (A lei dos apaches), de 1963, que retrata a amizade entre um caubói germânico e um apache (e que, nas sessões, recebia tradução simultânea do próprio Heide).
Entre cumplicidade, competição, ironia e emoção, eles dão vida a seus registros históricos, revelando bastidores bem peculiares da catequização indígena no Brasil. Colonização e raízes indígenas, conflitos e contradições pessoais são a matéria-prima desse filme que merece uma conferida. 


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