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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: PEQUENO SEGREDO



Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme gira em torno da família Schurmann, conhecida por seus cruzamentos marítimos. Por muito tempo, eles guardaram a comovente história da adoção de uma menina. Kat (Mariana Goulart) é uma jovem frágil, mas de muita personalidade.

Baseado em uma história verídica, o filme conta a história de adoção da menina Kat pela família Schurmann, que ficaram conhecidos pela mídia graças ao fato de terem sido os primeiros brasileiros a dar a volta ao mundo em um veleiro. Sendo uma expedição exibida em tempo real pela internet, a história rendeu livros e até um documentário, intitulado O Mundo em Duas Voltas (2007).
Pelo fato de terem ficado tão conhecidos pelo país, o segredo de Kat acaba nem sendo tão segredo assim. Porém, para as pessoas que desconhecem os verdadeiros fatos, o filme funciona em nos apresentar essa pequena jovem cheia de vida, mas que há algo dentro dela que até mesmo ela desconhece. Embora seja baseado em fatos verídicos, é preciso salientar que a trama é bem romantizada, para que então ela funcionasse na tela do cinema e tivesse o efeito desejado para emocionar o público.
No longa, ficamos conhecendo a história de Kat (Mariana Goulart), mas ao mesmo tempo a trama se intercala com a história de amor entre a paraense Jeanne (Maria Flor) e o neozelandês Robert (Erroll Shand, de Oeste sem Lei), sendo ele uma espécie de andarilho que fica vagando pelo mundo. Após um grande romance, mas que ao mesmo tempo tiveram que enfrentar um trágico evento, ambos vão para Nova Zelândia para visitar a família de Robert. Lá conhecem então a família Schurmann e nascendo então um forte laço de amizade.
O filme se torna interessante por conseguir fazer com que a gente ache que as duas linhas narrativas na história se passam na mesma época. Porém, aos poucos, percebemos que a trama vem e volta no tempo e quando nos damos conta sobre a verdadeira origem de Kat ficamos então surpresos. Ponto para o montador Gustavo Giani (Linha de Passe, O Banheiro do Papa), que acabou criando esse efeito para aqueles que assistem a trama, mas que não possuem um conhecimento sobre os reais fatos que deram origem ao filme.
Na trama principal conhecemos o dia a dia de Kat, cuja sua vida é típica de uma jovem de 12 anos: começa a se interessar por garotos, faz a sua primeira grande amizade na escola e tenta a todo custo ser a melhor na escola de balé. Porém, percebemos que há uma forte proteção vinda de sua mãe Heloísa (Júlia Lemmertz, ótima), sendo que ela fica até mesmo tentando saber o que acontece com a jovem no seu dia a dia na escola.
Isso se cria então um cenário de curiosidade e que se casa com o título da obra. Aos poucos, a trama começa a fazer todo o sentido e se entregando para um cenário dramático. Até lá, tecnicamente, o filme é habilidoso ao criar um cenário plasticamente lindo, para o qual tenta fazer nos emocionar, mesmo quando nos damos conta que fomos levados pela bela fotografia, edição de arte, uma trilha sonora lacrimejante criada por Antonio Pinto (Amy), e que consegue nos tocar.
Como foi rodado pelo próprio David Schummann (que também havia criado o documentário O Mundo em Duas Voltas) era mais do que óbvio que ele criaria determinadas cenas para que elas se tornassem mágicas e verdadeiramente poéticas. Se, por exemplo, testemunhamos um personagem vendo uma terrível realidade na frente do espelho, a cena dá lugar a uma poética cena dentro do fundo do mar, como se ela tivesse saído de um filme de fantasia. Pode até funcionar para conseguir nos arrancar uma lágrima, mas se destoa um pouco com o que foi visto anteriormente.
Esse lado “fábula” do qual o cineasta cria, faz com que a família Schumann se torne uma espécie de heróis perfeitos, enquanto retrata avó de Kat, chamada Barbara (Fionnula Flanagan de Lost) como uma verdadeira megera e controladora. Mesmo com o grande talento da atriz veterana, se percebe que há uma forçada de barra, como se fosse realmente necessário não gostarmos dela. Porém, quando já estamos prontos para detestá-la de vez, o roteirista se encarrega de suavizá-la para que tudo fique bem, mas soa tão artificial que não tem como levarmos isso a sério.
Mesmo com todos esses clichês, Pequeno Segredo é um drama que ao menos consegue nos emocionar nos seus minutos finais, mas que foi visualmente e tecnicamente pensado para conseguir esse tal feito. 





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