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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cine Especial: Abbas Kiarostami: A invenção do real: Parte 1



Nos dias 12 e 13 de novembro eu irei participarei do curso Abbas Kiarostami: A invenção do real, criado pelo Cine Um ministrado pela jornalista Ivonete Pinto. Enquanto os dias da atividade não chegam, por aqui eu irei relembrar um pouco de cada um dos seus filmes, dos quais ele transmitia o seu lado mais criativo. Algo que infelizmente se encontra cada vez mais raro  no cinema atual.  


O Relatório (1977)



Sinopse: Um funcionário público do Ministério das Finanças é acusado de corrupção; ao mesmo tempo, seu casamento está em crise. Após uma violenta discussão com a esposa, ela tenta o suicídio.


O negativo original de O Relatório foi aparentemente destruído durante a revolução, ou golpe, iraniana. A única cópia sobrevivente é uma master de vídeo feita a partir da cópia do lançamento na Inglaterra. Exibido na sessão Raros da sala PF Gastal de Porto Alegre deste ano, o público teve o privilegio de assistir um Irã não muito diferente do que se via com relação aos costumes do ocidente, mas já dando indícios de que algo de diferente iria mudar no país como um todo.
Neste que é uma de suas primeiras obras, Kiarostami já demonstra dotes de um grande cineasta que viria a ser reconhecido anos mais tarde pelo mundo.

 

Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (1987)



Sinopse: Menino de oito anos precisa devolver bloco de anotações que pegou por engano de um amigo ameaçado de ser expulso da escola.


O diretor Kiarostami, já nos créditos iniciais, prepara o caminho para um ensaio visual de ritmo lento sobre o cotidiano de uma pequena aldeia no interior do Irã. Através do pequeno herói protagonista da trama, podemos passar de porta em porta, onde vemos ele pedindo às pessoas que o ajudem. Em cada parada Ahmad vai construindo sua jornada e adquirindo informações. Nós que assistimos, ficamos apreensivos pela possível punição que ele sofrerá quando retornar para casa. Não só isso, mas tememos também que algo de muito pior aconteça. Em pouco tempo, nos encontramos nervosos, sem nunca sabermos o que iremos encontrar no próximo beco. É nessa idas e vindas que testemunhamos um cotidiano pacato de pessoas simples e de como estas sobrevivem ao longo do seu dia a dia. 
  

Close-up (1990)



Sinopse: Jovem cinéfilo apaixonado pelo trabalho do diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf acaba preso ao se fazer passar pelo famoso diretor e vai a julgamento, acusado por uma família rica de falsidade ideológica, roubo e extorsão. 


Abbas Kiarostamis sempre preferiu trabalhar com amadores e fora dos estúdios. O som direto, a falta de música e os silêncios prolongados compõem o espaço sonoro do cinema deste realizador. Detrás do silêncio, existe uma atitude reflexiva vinda dele. O cinema de Kiarostami se concentrava na economia das palavras e oferece-se uma alternativa viável ao excessivo cinema dito de mainstream. Close Up de 1990, é um documentário com atores reais de uma historia também real, em que um homem se faz passar por um realizador Iraniano famoso.
O filme tem imagens reais como foi no tribunal ou quando o personagem principal estava na prisão, às restantes imagens são fictícias, embora sempre com as personagens reais.

 

E a Vida Continua (1991)



Sinopse:Após a tragédia do terremoto de Guilan, na busca de pessoas que trabalharam com ele anos atrás, um diretor de cinema e seu filho encontram a fé e a esperança em pessoas que perderam tudo após o acontecimento. 


Embora muitos considerem esse filme como parte de uma trilogia que o cineasta criou (ao lado de Onde fica a Casa do meu Amigo? e Através das Oliveiras) é uma obra que pode ser vista também independente de ter ou não visto os filmes anteriores. A busca dos dois protagonistas da trama por pequenos atores é feito com um velho automóvel percorrendo a árida paisagem devastada pelo terremoto no Irã. Tudo apontará para o trágico. Mas não trilha por esse caminho, certamente mais fácil, Kiarostami. Ele prefere a vida. A reconstrução dos seus moradores a partir dos escombros, com o barulho intermitente de caminhões, britadeiras, marretadas, todos os sons e imagens se dirigem para os elementos vitais, como se a vida fluísse involuntariamente aos sentimentos que poderíamos impingir pelas milhares de mortes que sabemos presentes.   

 

Através das Oliveiras (1994)



Sinopse: Uma cidade no norte do Irã, arrasada por um terremoto, serve de locação para um filme. O diretor contrata atores locais, sem saber que os intérpretes dos protagonistas foram impedidos de se casarem, na vida real, pela família da moça. Durante as filmagens, ele tenta conquistar a amada.


A lente de Kiarostami nos mostra uma história de amor que surge gradualmente entre um casal de atores. Há um forte caráter metalingüístico e há também um apurado e pessoal olhar do diretor para as pessoas simples que são recrutadas para trabalhar no filme. Através das Oliveiras é uma obra que passa uma grande sensibilidade e beleza. E que não perde o seu principal foco que é apresentar o lado mais humano de cada um dos personagens.  



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