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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: AVE, CÉSAR!




Sinopse: Hollywood, anos 1950. Edward Mannix (Josh Brolin) é o responsável por proteger as estrelas do estúdio Capitol Pictures de escândalos e polêmicas e vive um dia intenso quando Baird Whitlock (George Clooney), astro da superprodução Hail, Caesar!, é sequestrado no meio das filmagens por uma organização chamada "Futuro".

Durante as décadas de 40 e 50, enquanto o mundo gradualmente abraçava um cinema mais realista, a partir do que foi visto no cinema neo-realista Italiano, Hollywood ainda se espreguiçava em uma fábrica de sonhos, ou mais precisamente um cinema plástico. Faroestes, filmes bíblicos e musicais eram os lideres de bilheteria naquele tempo, onde se passava a sensação de grandiosidade e perfeição inabalada, bem ao gosto do norte americano daquele período. Mas por detrás das cortinas sempre havia alguma podridão no ar do qual sempre os engravatados escondiam e cabe os irmãos Coen (Fargo) revelar um pouco disso através de inúmeras histórias pertencentes em única teia de eventos.
Ao acompanharmos o dia a dia do produtor de cinema Eddie Mannix (Josh Brolin), ficamos sabendo que ele está mais do que pronto em lançar mais um épico bíblico e estrelado pelo seu astro canastrão Baird Whitlock (George Clooney). Porém, o seu astro é sequestrado por grupo misterioso, mas isso não é tudo. Ele precisa lidar com a gravidez indesejada de sua atriz favorita (Scarlett Johansson), driblar as irmãs gêmeas jornalistas (Tilda Swinton) que buscam por um furo e enfrentar o perfeccionismo de um cineasta (Ralph Fiennes) que não suporta dirigir um astro de faroeste sem talento (Alden Ehrenreich).
São inúmeras sub-tramas, mas que jamais nos deixa confusos, mas sim nos diverte, principalmente por fazer inúmeras referencias a inúmeros clássicos da era de ouro, que são: Quo Vadis, Ben-Hur, Manto Sagrado, Marujos do Amor e etc. Para o cinéfilo é um verdadeiro prato cheio, mas para o marinheiro de primeira viagem é uma verdadeira analise em forma de crítica ácida sobre o que rolava realmente nos bastidores de uma das maiores fábricas cinematográficas do mundo.
Hollywood sempre vendia uma perfeição falsa através dos seus astros, mas eles eram humanos e cheios de falhas. A personagem de Scarlett Johansson, por exemplo, é uma representação de inúmeras atrizes envolvidas em escândalos, que vão desde os casamentos arranjados e traições. Por detrás de um sorriso plástico, sempre se escondia os problemas que vinham graças ao sucesso meteórico.
O filme não poupa nem ao menos a imagem de John Wayne: idolatrado pelos americanos direitistas daquele tempo, aqui o personagem interpretado por Alden Ehrenreich nada mais é do que uma crítica ácida contra o astro, que somente dava certo atuando em inúmeros filmes, mas sendo todos faroestes. Não que os irmos Coen estejam menosprezando a imagem de Wayne, mas sim mais fazendo uma analise de como as engrenagens do cinema americano funciona realmente, pois se uma fórmula rende dinheiro infinitamente, eles a usam até se esgotar por completo.
Isso acaba levando ao ponto sobre os comunistas: perseguidos de uma forma injusta naquele tempo, aqui eles surgem de uma forma bem humorada, mas sem deixar de tocar na ferida, pois Hollywood foi responsável pela destruição da carreira de inúmeros astros, principalmente roteiristas, que chegaram ao ponto de ter que abandonar o seu país unicamente por pensarem de uma forma diferente sobre o capitalismo. Com isso, os irmãos Coen dão tiros para todos os lados com seu retrato daquele tempo e fazendo ecoar e chegar ao cinema dos dias de hoje, pois querendo ou não, Hollywood não mudou muito na forma de arrecadar nas bilheterias a todo custo e criar inúmeros astros da noite pro dia de uma forma, por vezes, forçada. 
Podendo ser interpretado simplesmente com uma continuação do clássico Barton Fink - Delírios de Hollywood, criado também pelos irmãos cineastas, Ave, César! é uma corajosa, porém divertida crítica dos irmãos Coen com relação a uma fábrica de sonhos de décadas passadas, mas que pelo visto ela ainda possui certos vícios lucrativos e vazios até hoje.   



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