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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: ANOMALISA


Sinopse: Michael é um palestrante motivacional em crise existencial. Todos ao seu redor têm a mesma voz e isso o incomoda profundamente. Até o dia em que conhece Bella, uma mulher misteriosa de voz sensual, fazendo Michael pensar seriamente em abandonar a esposa.


Para começo de conversa Anomalisa não é uma animação infantil e vale muito à pena avisar os pais desinformados para não serem pegos de surpresa. Charlie Kaufman, roteirista de Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Adaptação e Quero Ser John Malkovich, divide a direção deste filme com Duke Johnson, mas como sempre assina o roteiro sozinho. Rodado em stop motion, o longa nos apresenta Michael Stone, um homem cansado da vida, que carrega uma aura triste em sua volta. 
No decorrer da trama, conhecemos um pouco mais do protagonista e logo identificamos diversas questões a serem analisadas. Ao começar por Michael, que, mesmo casado e com um filho, se mostra uma pessoa vazia e sem foco algum para seguir adiante. Suas emoções refletem na tela, pois o protagonista não consegue ver os rostos das outras pessoas que são próximas a ele, a não ser o rosto dele mesmo. Isso torna o filme bem reflexivo e lança um questionamento sobre o mundo contemporâneo de hoje, onde cada vez mais as pessoas se tornando individualistas e não se preocupando com o próximo, mas talvez de uma forma mesquinha com sigo mesmo.
Com tons enigmáticos na narrativa, Anomalisa aproxima o espectador ao tratar de sentimentos comuns do ser humano em bonecos visualmente parecidos, que, neste caso, possuem a mesma voz. Mas, quando Michael conhece Lisa, as coisas mudam. Com a chegada da personagem, ouvimos uma voz feminina pela primeira vez no filme (até então, todos os personagens, inclusive as mulheres, são dublados pelo mesmo dublador). Esse reencontro causa uma reviravolta na vida do protagonista, levando a história para outros patamares. Porém, as características de Kaufman se mantêm presente a todo o momento. Os conflitos internos de Michael, por exemplo, é exposta à sua crua realidade, e causa certo incômodo, mesmo que tenha sido criada no seu “eu” interior. Anomalisa fala de amor e solidão que são temas cada vez mais debatidos hoje em dia.
Vale destacar a cena de sexo entre os bonecos, com direito até mesmo um nu frontal. Isso faz com que o filme se aproxime da realidade de tal forma, que você simplesmente não deseja que o filme termine tão cedo. Quando a trama acaba, ela continua em nossas mentes e isso já é um grande feito, do qual nos faz querer revisitar a obra e tentar achar até mesmo símbolos escondidos que há no decorrer da trama. 
Anomalisa é um filme sobre nós, de estarmos cada vez mais no piloto automático e nos esquecermos sobre o que nos faz realmente humanos.  

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