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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Numa Escola de Havana



Sinopse: Sinopse: O menino Chala (Armando Valdes Freire) tem uma vida difícil em casa com a mãe viciada em drogas e tem de sustentá-los treinando cães para rinha. Na escola não é diferente, ele vive brigando com colegas, mas tem um respeito profundo pela professora Carmela (Alina Rodríguez). Ela tem de se afastar da escola por problemas de saúde, causando a tristeza de Chala, que corre o risco de ir para um internato por causa da nova professora.
Cada vez mais nos damos de encontro com o cinema cubano e Numa Escola de Havana é o mais novo exemplar, do qual nas entrelinhas, questiona o seu próprio regime, através do oficio do professor, cujo seu papel estar em ensinar e até mesmo colocar nos trilhos a vida desagrada de certos alunos. O filme possui altas doses de licenças poéticas, mas não esconde um alto grau de verossimilhança, transformando a produção em algo cru, mas muito bem visto aos nossos olhos. Vemos aqui a história da professora Carmela (interpretada pela ótima Alina Rodriguez), uma veterana em sua profissão, muito respeitada por todos, sendo que, inclusive, ela ajudou na formação de alguns de seus colegas de profissão mais jovens.
Porém, ela tem um neto doente e vai visitá-lo no hospital, que fica num bairro distante de sua casa e da escola onde ela trabalha. De volta para sua casa depois da visita, ela é acometida de um enfarte e é substituída por uma professora mais nova, para o desanimo do jovem aluno Chala (interpretado brilhantemente por Armando Valdes Freire), um garoto problema e que somente respeita Carmela. Com a veterana professora fora de cena, o menino se envolve em inúmeros problemas de disciplina e vai para uma escola que é uma espécie de pequeno reformatório para alunos como ele.
Quando Carmela volta novamente em cena, ela não aceita a situação de Chala e o retira do tal reformatório, trazendo-o de volta para a escola habitual e tomando conta do menino. Obviamente, as instâncias educacionais superiores não vão se conformar com essa atitude independente de Carmela, mas há o problema dela ser uma excelente profissional com muitos anos de carreira e simplesmente mandar ela embora não é das decisões mais fáceis. 
É um filme tocante sobre a professora militante e seu aluno “rebelde sem causa” que ela vai recuperar com afeição e carinho, algo que raramente se vê no mundo real dos professores de hoje, mas que nunca é tarde em acreditar que exista certas Carmelas por ai. Licença poética a parte, o filme vai muito além da relação professora e aluno. A situação sem solução de Chala também é analisada e ela se enlaça muito bem com o que vemos no nosso mundo real.
Boa parte da indisciplina dos alunos vem de uma mutilação familiar elevada, que é justamente o caso de nosso pequeno protagonista, que tem uma mãe prostituta e drogada, onde o filho mais a sustenta do que o contrário. O menino, inclusive tem um ofício que desperta repulsa, mas que ao mesmo tempo desejamos que ele se livre disso. Ele cuida de cachorros para rinhas.
Cabe então uma menina, pela qual ele esta apaixonado, não queria nada com ele justamente por seu ofício, o que faz Chala repensar novas formas de se ganhar dinheiro na vida. À propósito, a menina que se chama Yeni (interpretada por Amaly Junco), é outra personagem interessante, já que ela não podia ter uma matrícula regularizada, pois seu pai era de outra região de Cuba e, pelas regras, ele vivia de forma ilegal na região de Havana. Chala também tem um amigo, cujo pai estava na cadeia por ser opositor do regime. Essas sub-tramas nos mostram as críticas que os cineastas de lá parecem que agora podem fazer ao regime, assim como outros filmes vindos de lá como Ruan dos Mortos. 
Dessa forma, Numa Escola de Havana é mais um filme que nos dá a chance de ter uma ideia sobre o dia a dia de Cuba contemporânea e que tem mais liberdade de criticar os procedimentos do governo para com a sociedade. Um filme comovente e com altas doses de reflexão, pois embora com políticas diferentes da nossa, é uma trama que facilmente nos identificamos com ela.    


Em Cartaz na sala Cinebancários: Rua General da Câmara 424. Horários: 15h, 17h e 19horas  



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