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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Cine Especial:HORROR NO CINEMA BRASILEIRO:FINAL



Sim, o gênero de horror existe no Brasil e ele será tema do próximo curso de cinema, criado pelo Cine Um e ministrado pelo Jornalista, crítico, historiador e pesquisador dedicado a tudo que se refere ao cinema de horror mundial Carlos Primati. O curso ocorre nos dias 29 e 30 de Agosto no Cine Capitólio.  Enquanto os dias da atividade não chegam, irei postar por aqui sobre os filmes de horror que eu tive o privilegio de assistir, seja em DVD ou no cinema.

QUANDO EU ERA VIVO(2014)



Sinopse: O filme conta a história de Júnior rapaz que retorna à casa do pai depois de perder o emprego e a mulher. Sem encontrar espaço no lar que antes também fora o seu Júnior passa os dias no sofá do velho Sênior remoendo a separação o desemprego e pensando na jovem e sensual Bruna inquilina de um cômodo do apartamento. Após encontrar objetos que remetem ao passado e à sua mãe já morta Júnior desenvolve uma obsessão pela história de sua família e entra numa espiral vertiginosa na qual realidade e delírio se confundem.


Sempre me incomodei com o fato de certas religiões ficarem falando que o Diabo é isso, que o Diabo é aquilo e quando nos damos por conta, o Capeta foi muito mais citado naqueles momentos do que as próprias boas ações de Jesus Cristo. Não me surpreenderia se tudo isso fosse algo subliminar nessas missas, sendo que não podemos julgar o livro pela capa. O que estou querendo dizer para inicio de conversa, é que nem tudo é o que aparenta ser e é exatamente isso que representa o filme Quando Eu Era Vivo.
No mais novo trabalho de Marco Dutra (Trabalhar Cansa), acompanhamos Junior (Marat Descartes) retornando para a casa do pai (Antonio Fagundes), após ter separado da esposa. Na residência, além de ter a presença de Bruna (Sandy) uma estudante de musica que está alugando um quarto, Junior começa de uma forma gradual a destrinchar certas coisas antigas que lhe faz relembrar do passado quando convivia com o seu irmão e a falecida mãe. A partir daí, se inicia uma transformação (aparentemente) negativa, tanto de Junior, como também do ambiente da residência.
Se no seu filme anterior Dutra havia apenas namorado o clima do gênero fantástico, aqui todos os ingredientes que fazem desse tipo de filme um sucesso estão lá: ambiente claustrofóbico, fitas de vídeo, fantasmas, terror psicológico, mulher com cabelos pretos e etc Mas o que diferencia das demais produções norte americanas, é que aqui tudo parece crível, sendo que há pouquíssimos momentos que algo soe inverossímil e com isso nós compramos a idéia de que realmente algo de estranho está acontecendo naquele apartamento.
Muito disso talvez se deva ao baixo orçamento (R$ 500 mil), o que fez com que o diretor não se preocupasse em criar efeitos visuais que nos possa convencer, mas sim se dedicando a criar uma boa história (baseado na obra Lourenço Mutarelli) na qual atiça a nossa curiosidade. O interessante é que mesmo a produção possuindo idéias já usadas em outros filmes, nós somos brindados com certos folclores brasileiros ao serem inseridos na trama, desde ao sinistro boneco Fofão, como também os discos de vinil que tocavam de traz pra frente e se ouvia outras coisas bem sinistras nos anos 80. É ai que o filme toca no assunto do subliminar, que nem tudo que a gente acha é o que realmente está acontecendo.
Acreditamos por um momento que Junior está enlouquecendo, pois ele acredita cegamente de que algo de ruim aconteceu com sua mãe e irmão (que se encontra em um manicômio) e sua relação com o seu pai começa a cada vez se tornar mais dúbia. Nada disso claro funcionaria se o pequeno elenco não fosse bom, mas cada um consegue um desempenho que cumpre com as expectativas. Marat Descartes já havia me surpreendido em Trabalhar Cansa, mas aqui, qualquer similaridade com relação ao personagem que ele havia atuado no filme anterior de Dutra é jogada de lado, já que ele simplesmente se encarna no personagem e se torna a verdadeira alma cheia de conflitos do filme em busca de respostas. Antonio Fagundes dispensa as apresentações, pois sabemos que ele sempre cumpre com louvor a cada papel que atua.
Mas o que talvez mais surpreenda no filme é o fato da presença da cantora Sandy funcionar com louvor na produção: dona de uma voz de sucesso no mundo musical, Sandy jamais convenceu como atriz em si, mas graças ao seu dom que tem pela musica, seus momentos em que ela solta voz (que são momentos cruciais para a trama), acabam se tornando um dos grandes momentos do filme. É ai que volto com o fato de não subestimar o livro pela capa, já que Marco Dutra colocou todas essas peças no tabuleiro para a gente se preparar por uma trama, cujo final começamos a moldá-lo em nossas mentes. Mas daí quando chegamos à reta final, percebemos o quanto fomos enganados e nos pegamos completamente atônitos pelo imprevisível que nos foi apresentado.
No final das contas, Quando eu era Vivo pode ser interpretado de duas maneiras: como um simples filme de fantasmas e possessão, ou um verdadeiro jogo de palavras subliminares, para nós seguirmos em linha reta, mas então nos darmos de encontro com a cara no muro e isso, acredite, é um grande elogio.   



PORTO DOS MORTOS(2012)



Sinopse: Num mundo devastado onde as regras da realidade são ditadas por magia e loucura, um policial vingativo persegue um assassino serial possuído por um demônio numa batalha contra o mal absoluto.


 A tentativa de se fazer outros gêneros de filmes no Brasil é sempre bem vinda, mesmo que o resultado final dá aquela sensação de que poderia ter sido melhor. Ao assistir Porto dos Mortos, o cinéfilo mais atento irá notar um grande número de referencias de outros filmes, desde ao gênero western spaghetti, Mad Max e a todo filme de zumbi que é lançado hoje em dia. Mas quem espera uma turbinada de zumbis na tela, pode acabar um pouco se decepcionando, pois a trama se entrega para outros rumos e com isso os comedores de carne ficam um pouco pelo caminho durante a história.
Talvez a intenção do cineasta Davi de Oliveira Pinheiro era jamais se prender a um único tema, mas sim criar uma trama em que, pudesse reunir todos os ingredientes, do qual sempre curtiu nos filmes de terror ao longo dos anos. Claro que, nem todos irão comprar essa brincadeira, mas visto com a mente aberta, há de se aceitar numa boa e sem compromisso de se levar a sério. Mas é uma pena que tenhamos que, engolir certos personagens que, surgem na história, não tem muito que acrescentar e sendo que um deles lembra por demais um dos personagens dos filmes de George A. Romero. Quem se sai melhor é o Policial (Rafael Tombini), que possui todas aquelas típicas características de anti-herói solitário, de poucos amigos e com um passado nebuloso (um pouco explicado num curioso flashback). Visualmente, o filme se limita em exibir a capital gaúcha assolada pelo apocalipse e devido a isso, poderia ter sido feita em qualquer outro lugar que o resultado seria então o mesmo. Porém, existem alguns pontos conhecidos pelo público que surge na tela. 
Embora tenha uma bela fotografia do início ao fim, Porto Dos Mortos talvez sirva mais como exemplo de como podemos ir mais longe dentro do gênero fantástico aqui no Brasil. Se a primeira vista para alguns o filme ficou devendo, quem sabe os próximos que terem a ideia de fazer um filme de terror possam ir ainda mais longe. Afinal de contas, já faz um bom tempo (como exemplo vindos do Fantaspoa) que nós não vivemos mais apenas de  Zé do Caixão.

Leia também:Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 



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