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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: PHOENIX



Sinopse: Sobrevivente de um campo de concentração nazista, Nelly Lenz (Nina Hoss) ficou desfigurada enquanto esteve presa. Irreconhecível após uma cirurgia de reconstrução, ela explora a destruída Berlim à caça de Johnny (Ronald Zehrfeld), seu marido, que ela acredita ter sido o responsável pela sua delação e, consequentemente, por todo sofrimento.


No clássico Um Corpo que Cai de Hitchcock, o personagem de James Stuart tenta a todo custo reconstruir uma mulher morta que ele amava, através de outra mulher (Kim Novak). Mal sabe ele que ambas são na realidade a mesma pessoa e que ela foi responsável por ele cair num jogo de gato e rato no decorrer do filme. Considerado até a pouco tempo como o melhor filme de todos os tempos, a trama de Um Corpo que Cai  já serviu de inspiração para outros filmes (como Dublê de Corpo), mas sempre com resultados pouco originais e beirando a imitação.
Porém, Christian Petzold (do ótimo Barbara) provou que se pode sim, tirar algo de original no que o mestre do suspense criou e assim nasceu o seu filme Phoenix, baseado no romance "Le Retour des Cendres", de Hubert Monteilhet, mas que, num primeiro momento, lembra  o clássico de 1958. A primeira vista parece ser mais um de inúmeros filmes sobre o holocausto, mas Petzold vai por outro caminho, focando mais as consequências de tais atrocidades que afligiram inúmeros judeus naquele tempo.
Acompanhamos então uma trama, ambientada no ano de 1945, aonde conhecemos Nelly Lenz (Nina Hoss, ótima), uma sobrevivente dos campos de concentração nazistas que, apesar de ter escapado do sofrimento que passou, sofreu vários ferimentos e seu rosto e ficou totalmente desfigurado. Sem qualquer terror, vê a desunião das moléculas de sua própria existência, até que chega a sua vida, Lene Winter (Nina Kunzendorf), funcionária de uma agência judaica, que toma como missão cuidar e ajudar ela de todas as maneiras que é capaz. Junto com Lene, chega também à possibilidade de Nelly reencontrar seu marido. Mas será que ele vai reconhecê-la? 
Nina Hoss interpreta a sofrida Nelly Lenz como se fosse o ultimo papel de sua carreira. O sofrimento dessa linda personagem nos conquista no primeiro ato, que é mais bem compreendido no seu segundo. Nos minutos finais do arco final, pode-se dizer que é um dos mais surpreendentes, e desde já, um dos melhores momentos do cinema desse ano. Já que a cena  por si só é muito bem executada, surpreende o cinéfilo que assiste e que explica muito de todo o contexto da trama.
Claro que, por melhor que fosse a trama, ela não seria nada sem um grande elenco, que ainda conta com os bons desempenhos de Nina Kunzendorf e Ronald Zehrfeld, ambos inspirados em seus papéis. Como um todo, o filme é modelado com inúmeros momentos inspirados, e que vão melhorando, conforme descobrimos mais sobre os protagonistas. A narrativa é lenta, mas proposital, para conhecermos melhor cada personagem daquele mundo, do qual aonde eles tentam reconstruir o que foi tirado em suas vidas.
O cenário destruído “pós-guerra” nada mais é então do que representação das vidas de cada um que se encontra ali. Todavia, assim como a Fênix mitologia Grega, é uma Alemanha renascida das cinzas da sua autodestruição. Como eu já disse acima, final é belo, ecoante dessas mesmas memórias, um assombroso arrepio ao som de “Speak Low” (composto por Kurt Weill). Provavelmente um dos desfechos mais perfeitos do cinema recente.



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