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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 20 de março de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: Mapa Para as Estrelas



David Cronenberg continua sendo uma pessoa que vai ao extremo. Depois de destrinchar terras tão distintas  quanto o body horror (gênero do qual ele é um dos grandes cultores, desde pelo menos Calafrios [1975]), clássicos da literatura outré (Mistérios e Paixões, de 1991, e Crash – Estranhos Prazeres, de 1996) e uma recente mudança pelo universo da moral e tentativa da pratica do bem (Marcas da Violência, Senhores do Crime), o diretor agora se envereda pelo lado obscuro do mundo da celebridade, com Mapas para as Estrelas. 
Um dos filmes mais corajosos do ano que passou, Mapas possui uma critica forte sobre figuras imprevisíveis, mas que jamais escondem o seu lado frágil. Havana Segrand (Julianne Moore, numa interpretação espetacular) é uma atriz, cujo brilho se encontra desgastado, vivendo assombrada pela imagem de sua mãe já falecida (Sarah Gadon), de quem guardou apenas lembranças ruins e pecaminosas. Agatha (Mia Wasikowska) tem o corpo marcado por cicatrizes, e chega a Hollywood com um passado obscuro e que irá confrontá-lo de frente. Já Benjie Weiss (Evan Bird) é uma espécie de Justin Bieber caricato e mimado, sendo filho de um casal que oculta a rotina oprimente sob uma aparência de sofisticação (John Cusack e Olivia Williams).
Pouco que eu descrevi acima mal dá para sintetizar o teor dramático e o humor negro em doses cavalares que permeiam todo o decorrer do filme. Há humor, mas não rimos e sim nos espantamos, já que Mapa para as Estrelas acrescenta mais uma incomoda investigação pessoal, da qual o diretor minuciosamente disseca desde os anos 1960 sobre a natureza mais escura do ser humano. 
Cronenberg, porém, consegue isso de uma forma ainda refinada, com uma abordagem mais pelo lado do terror psicológico (estilo visto em filmes como Cisne Negro), longe da violência explícita que tornaram seu cinema cultuado nos anos 70 e inicio dos 80. Aqui, o que começa como uma apresentação do lado mais fútil das celebridades vai se transformando numa trama tensa, chocante e enveredando para um final que com certeza irá dividir a opinião das pessoas que assistirem. Eu conhecendo como ninguém Cronenberg, esse final não poderia ser diferente.
O elenco é a chave do sucesso para o filme: Julianne Moore entrega mais uma vez um desempenho brilhante, num ano que comoveu plateias e a Academia de Hollywood, como a professora com Alzheimer de Para Sempre Alice. John Cusack parece que finalmente decidiu voltar a atuar de verdade, como o manipulador Dr. Weiss. E Evan Bird, da série de tv  The  Killing – Além de um Crime, é uma revelação, enfrentando um dos personagens mais desagradáveis do filme com perfeição. Difícil falar dos demais – Mia Wasikowska, de Alice no País das Maravilhas, e Robert Pattinson, da série Crepúsculo, também possuem desempenhos convincentes, assim como o lado técnico da obra. A fotografia de Peter Suschitzky, parceiro habitual do cineasta, e a trilha de Howard Shore, ambas são irretocáveis. 
Infelizmente devido ao seu teor forte (com direito até mesmo de incesto) Mapas para Estrelas esta sendo exibido em poucos cinemas do circuito. Porém, é um filme que irá sobreviver com o tempo na memória de todos os cinéfilos, mesmo para aqueles com o estômago frágil.    

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