Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cine Especial: QUADRINHOS NO CINEMA: UMA HISTÓRIA QUADRO A QUADRO: Parte 1



Nos dias 10 e 11 de Junho, eu estarei participando do curso Quadrinhos no cinema: Uma História quadro a quadro, criado pelo Cena Um e ministrado pelo autor da "Enciclopédia dos Quadrinhos" (Editora L&PM) André Kleinert. Enquanto o curso não chega, por aqui estarei fazendo uma retrospectiva das melhores adaptações das HQ para o cinema e sobre o que mudou para aqueles que curtem essas duas artes de contar historias.

       UMA ÁRDUA JORNADA PARA SE GANHAR RESPEITO


Embora as adaptações de HQ já existam desde o principio da criação do cinema, quase nunca ninguém levava a sério essas adaptações. Claro que já existia aos montes, sendo que o Fantasma, Flash Gordon, Batman, Capitão America e Super Homem já tinham suas adaptações para o cinema entre os anos 40, 50 e 60. Mas convenhamos, tudo era numa pegada mais ingênua, sendo que essas adaptações não sobreviveram muito com o tempo. Dessas três décadas citadas, acho que posso citar tranquilamente que Superman (veja abaixo) o desenho animado criado nos anos 40 foi sem sombra de duvida a primeira grande obra de uma adaptação de uma HQ para o cinema. Curiosamente, o próprio Superman seria o estopim para os engravatados de  Hollywood enxergarem as HQ para o cinema de uma outra forma a partir do final dos anos 70. Pensando nisso, começo essas matérias falando dos primeiros grandes filmes estrelados pelo homem de aço.  

 

         (1941) Superman: O Desenho animado


No começo dos anos 40 o Superman já era uma mania. Vendo todo o potencial que o personagem tinha, a Paramount Pictures procurou a Fleischer Studios, dos irmãos Max e Dave Fleischer e que fazia os ótimos desenhos do Popeye, e perguntou se o estúdio poderia produzir um desenho com o super-herói para passar nos cinemas. Na época a televisão não passava de um projeto de um rádio com imagem e os cinemas eram a grande diversão da família. Lá as pessoas não só viam um filme longa-metragem como também assistiam a um média-metragem (normalmente um seriado) e também viam desenhos animados da Disney, Paramount, Warner, entre outras. Bons tempos, não?
É claro que Max e Dave não queriam se arriscar a produzir um desenho do Azulão. O personagem pedia movimento, ação, grandes efeitos, ótima trilha sonora e edição, entre outras coisas bem caras para pequenos desenhos de dez minutos. Então os irmãos pediram uma pequena fortuna: queriam 100 mil dólares para fazer cada episódio, seis vezes mais que o que era gasto com os desenhos do Popeye. A Paramount ofereceu a metade disso e, como continuava sendo um valor alto, o estúdio aceitou.
Vendo cada desenho hoje dá para perceber que valeu cada centavo. A ação dos episódios deixa 90% do que vemos hoje na TV e no cinema no chinelo. A edição, então, nem se fala. Já os roteiros eram o espelho da época, com um Superman bem próximo do que foi criado por Jerry Siegel e Joe Shuster. Arrisco dizer que os episódios eram melhores até que os clássicos desenhos da Disney feitos naqueles tempos.
A influência do desenho também foi para os quadrinhos. Foi nessa série que o Super voou pela primeira vez. Até então ele só dava saltos e isso acabou ficando um pouco ridículo na tela grande. Na TV, os desenhos dos Fleischer foram uma forte influência para as grandes séries feitas pelo Bruce Timm para a DC nos anos 90, começando por Batman: The Animated Series.

Com um esforço de marketing fora do comum para esse tipo de desenho, que teve até trailer e pôsteres como se fosse um filme longa-metragem, a série foi um sucesso. Ajudou também terem escolhido os mesmos atores da série do Superman no rádio para fazer a voz de Clark Kent e Lois Lane na tela grande. Porém, os gastos eram muito grandes. Em valores atualizados, todos os 17 episódios produzidos custaram juntos quase 13,5 milhões de dólares, algo em torno de 24 milhões de reais. Haja dinheiro, hein?
Outro fator que contribuiu para o fim da série foi a briga entre os irmãos Max e Dave. Dave acabou fundando a Screen Gems e a Paramount comprou a Fleischer Studios, que foi renomeada Famous Studios. A mudança no comando também mudou o rumo dos roteiros, que saíram das históricas de ficção científica e passaram a focar mais na propaganda de guerra (os Estados Unidos estavam na Segunda Guerra Mundial na época).



 (1978) SUPERMAN: O FILME 


 Sinopse:Jor-El (Marlon Brando), um renomado cientista, prevê a destruição do seu planeta e alerta o governo, que não lhe dá credito. Assim, decide salvar seu filho, mandando-o para a Terra, onde terá superpoderes. Na Terra, ele usa o nome de Clark Kent (Christopher Reeve) e já adulto e trabalhando como repórter em um jornal, não demonstra ter superpoderes. Mas quando uma situação inesperada põe em risco a vida de Lois Lane (Margot Kidder), uma colega de trabalho, ele obrigado a se revelar para o público, ficando conhecido popularmente como Superman. Descontente com o surgimento de um super-herói na cidade, Lex Luthor (Gene Hackman), um gênio do mal, o obriga a se desdobrar para evitar a morte de milhões de pessoas.



 Filme que arrastou multidões em todo o mundo na época e não é pra menos. Foi na verdade a primeira superprodução baseada numa HQ a ser levada a sério do começo ao fim, e isso graças a Richard Donner (A Profecia), que sempre via no projeto algo para ser feito no modo verossimilhança. É difícil dizer qual a melhor parte: o inicio em Kripton onde Marlon Brando da o seu show de interpretação, a chegada do seu filho a terra, a descoberta da fortaleza da solidão, o passeio de vôo do casal e o ato final que termina num clímax angustiante e fantástico. Tanto Christopher Reeve (Superman) como Margot Kidder (Lois Lane) ficaram marcados para sempre com seus respectivos personagens e até hoje Christopher se tornou o melhor interprete do ícone dos quadrinhos. Atenção para O ótimo desempenho de Gene Hackman (no auge da carreira) interpretando o vilão Lex Luthor, da magistral  trilha sonora de John Willians que da vida a cada cena do filme e dos impressionantes efeitos visuais, que mesmo de 1978, convencem  até hoje e provou que um homem poderia voar.

Curiosidades: Para conseguir uma musculatura convincente para ser nas telas Superman, o ator Christopher Reeve fez um trabalho especial supervisionado por David Prowse, o ator que interpretou Darth Vader em Guerra nas Estrelas;- Para aparecer por apenas 10 minutos em Superman - O Filme, o ator Marlon Brando recebeu um cachê de US$ 4 milhões;- O cabelo de Clark Kent e de Superman são repartidos para lados diferentes.



(1980)Superman 2 - A Aventura Continua




Sinopse: Três perigosos prisioneiros do extinto planeta Krypton, que estavam confinados na Zona Fantasma, se libertam graças à uma explosão. O trio parte então para a Terra, onde passam a ter os mesmos poderes do Super-Homem, mas o objetivo deles é dominar o planeta.



Embora Richard Lester esteja creditado como diretor, muitas cenas desse segundo filme foram rodadas juntas com as do primeiro, mas infelizmente devido a divergências criativas com os produtores, Richard Donner acabou sendo afastado e sem poder concluir o trabalho que tinha  em mente com relação a segunda aventura. Felizmente boa parte do seu trabalho filmado está lá, sendo que até mesmo podemos diferenciar quando são cenas rodadas do Donner ou de Lester, já que esse ultimo sempre queria criar alguma piada lá ou aqui em determinadas cenas. Bom exemplo disso são algumas situações cômicas quando a trindade do mal sopra contra as pessoas de Metrópoles, onde claramente vemos o dedo de Lester se metendo.
Apesar desses deslizes, o filme chega há ser tão bom quando o primeiro, principalmente em colocar o herói num dilema: querer continuar sua batalha contra o crime, ou viver uma vida normal com Lois Lane. As cenas de Christopher Reeve e Margot Kidder, comprova uma química perfeita de ambos, rendendo cenas bem românticas e com direito até mesmo "cama" na Fortaleza da Solidão. Essa consumação do casal, alias, foi muito bem lembrada em Superman: O Retorno, mas isso fica para depois, na postagem que eu irei fazer sobre aquele filme.
Mas como estamos falando de um filme Superman, o romance sede nos momentos certos para as cenas de ação, principalmente com há vinda do trio vilanesco, liderado pelo General Zod. Para muitos até hoje, Terence Stamp é sem sombra de duvida encarnação perfeita do personagem, onde sua presença e falas (ajoelhe-se perante Zod) se tornaram marcantes para os fãs. O ponto alto de toda a produção é quando os três vilões kryptonianos enfrentam o herói nos céus e ruas de Metrópoles.
Por muito tempo (até a chegada de X-men: O filme), a super briga que acontece em Metrópoles era considerada o melhor exemplo de como se fazia uma boa cena de ação em uma adaptação de HQ. E olha que estamos falando de um período que nem existiam efeitos digitais ainda, sendo que tudo visto ali foi feito na raça e com o que tinha de recursos na época. Não tem como não entrar em êxtase quando Superman pega Zod, o rodopia e o joga num cartaz da Coca Cola de um prédio.
Embora com um final que soluciona alguns pontos da trama de uma maneira forçada (super beijo??), Superman II é ainda um bom exemplo de sequência que não deve nada ao filme original. Uma pena que no terceiro filme, Richard Lester  teve total liberdade criativa em transformar o filme numa verdadeira comédia e que muitos fãs até hoje tentam esquecer.  


Inscrições para o curso clique aqui



Me sigam no Facebook, twitter e Google+

2 comentários:

LEO disse...

Excelente postagem....

eu assisti todas essas adaptações dos anos 40: a do "Cap. América" era bem legal (embora em nada lembrasse o gibi, rs). e esse desenho do super dos anos 40 ainda é o melhor q fizeram com ele!

e tbm prefiro os filmes do super dos anos 70... outros q pelo visto jamais serão superados (esse novo q fizeram ano passado não passa nem perto da magia q tinha o primeirão com o C. Reeve)!

Abs!

Erick Artmann disse...

Muito bom texto, Marcelo! na minha opinião, vc já falou aqui não apenas das primeiras melhores, mas das três maiores adaptações de superman... se bem que superman 1 e 2 são a mesma adaptação. Pra mim, julgando tecnica e emocionalmente, Superman 2 é melhor q TM, apesar do afastamento de donner q vc mencionou. Além da batalha espetacular em Metrópolis, representa melhor o herói como havia amadurecido nos quadrinhos ao longo de décadas, já que não mexia tanto na cronologia, como o primeiro.
só discordo de vc qdo diz q os desenhos do Super dos Fleisher eram melhores q os da Disney. Eles tinham qualidade técnica tão boa quanto se podia ter em 1940, e esmero, mas a Disney naquele ano já tinha lançado Branca de Neve, Pinóquio e Fantasia, obras que parecem mágicas quando pensamos na disponibilidade de recursos. A dedicação com paixão extrema da equipe Disney me parece ser a explicação para tais obras primas naquele período.