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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Cine Dica: Em Cartaz: EDUCAÇÃO SENTIMENTAL




Sinopse: Áurea é uma professora solitária que inicia uma estranha relação com um jovem que conheceu por acaso. Bastante sensível, ela fica encantada pela beleza decorrente das mudanças da vida que provocam diversas perdas. Aos poucos uma antiga história vem à tona, modificando o presente.



Quando uma trama é levada para o cinema, ela será apresentada de duas formas: convencional ou completamente experimental para não dizer extrassensorial. Uma trama onde se retrata uma estranha relação de professora e aluno poderia simplesmente ser filmada na forma mais convencional de todas, mas cinéfilo de plantão verá que esse tipo de historia já não é novidade nenhuma. Educação Sentimental vai então para outro caminho, no qual existem tantas camadas de interpretação com relação ao que é apresentado em cena e que chega ao ponto de nos  esquecermos do foco principal da trama quando assistimos. 
Julio Bressane (Erva de Rato) apresenta o casal de protagonistas de uma forma, para então depois nos dizer que não era bem assim o que a gente pensava sobre eles. A primeira vista, Áurea (Josie Antello) parece ser uma mulher cega, já que fica conversando com o jovem aluno olhando em outra direção, para então depois olhar finalmente para ele. O jovem se mostra atraído sexualmente pela professora, mas então da o entender que suas palavras lhe atraem mais do que um ato carnal.
Em parte, compreendemos que as suas personalidades, talvez não sejam bem assim sobre o que a gente imagina. Em boa parte do filme Áurea começa a filosofar sobre diversas coisas da vida, desde ao amor, cultura e sobre o inevitável fim de tudo. Em suas palavras á protagonista acredita que, por mais que uma vida dure (ou uma relação) ela será breve, mesmo tendo durado inúmeros anos. Um dos pontos altos desse momento é quando ela apresenta um rolo de filme de um cineclube que ela frequentava, mas o tempo passou e ele não existe mais.
A partir daí, entramos em territórios mais estranhos da produção, em que não se envergonha em tocar em assuntos com relação ao incesto por exemplo. Mas é ai então, que o filme começa a desafiar a mente do cinéfilo e convidando ele a testemunhar momentos, que por vezes fazem ou não fazem sentido algum. É nesses momentos que a produção vira uma espécie de experimento cinematográfico, onde o diretor Bressane brinca com o melhor que o cinema pode oferecer e fazer atualmente.
Por mais que ele tente criar uma experiência em incomum em cena, não há como negar que o cinéfilo mais atento irá se lembrar dos melhores momentos das filmografias de diretores que iam contra a corrente cinematográfica convencional, desde o David Lynch (Cidade dos Sonhos) ao Ingmar Bergman (O Sétimo Selo). Este ultimo, aliás,é o que vinha mais em minha mente no momento que eu assistia o filme. Títulos como a Hora do Lobo e Persona, não me surpreenderia se por um acaso serviram de modelos para Bressane. 
Com um final que se entrega pelo lado mais experimental cinematograficamente falando da obra, Educação Sentimental é um filme para poucos, mas que ao assistirem iram ser felizardos em ver algo fora do comum e longe do convencional.  



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2 comentários:

Gilberto Carlos disse...

Gosto dos filmes de Júlio Bressane, apesar dele ter um estilo bem experimental. Assisti esse filmes há poucas semanas e achei esse um dos mais acessíveis dele. E isso é bom.

Marcelo Castro Moraes disse...

Que bom que gostou Gilberto