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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Cine Dica: Nouvelle Vague Tcheca em cartaz na Sala P. F. Gastal



SALA P. F. GASTAL APRESENTA MOSTRA COM CLÁSSICOS DA NOUVELLE VAGUE TCHECA 




Entre os dias 29 de abril e 4 de maio, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta, em parceria com a Vai e Vem Produções, o Consulado Geral da República Tcheca e o Centro Cultural Banco do Brasil, a mostra Nouvelle Vague Tcheca - O Outro Lado da Europa, com doze filmes em 35mm da inventiva produção tcheca dos anos 1960. A entrada é franca.     

NOUVELLE VAGUE TCHECA

A mostra reúne filmes raros, alguns que nunca vieram ao Brasil ou não circulam por aqui há muito tempo. A nouvelle vague tcheca (ou Nová Vlna) é um dos movimentos cinematográficos mais inventivos, transgressores e pouco conhecidos dentre as chamadas “novas ondas” dos anos 1960.

Essas películas permaneceram na obscuridade muito tempo devido a proibições do governo tchecoslovaco e, apesar do reconhecimento internacional recebido na época, até hoje a aproximação a elas segue bastante tímida, com exceção da obra de Věra Chytilová e Miloš Forman, e de obras premiadas internacionalmente como Trens Estreitamente Vigiados, de Jiri Menzel, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Os filmes exibidos na mostra são muito diferentes entre si, mas pode-se dizer que é o olhar crítico e estilizado lançado à sociedade que dá a tônica a este cinema de contracultura, em geral marcado por narrativas descontínuas e uma mistura de documentário e ficção, que denota influências da nouvelle vague francesa, do surrealismo, de Kafka e da literatura existencialista. É um cinema que nasceu sobretudo da cruza entre as cores explosivas de Vojtěch Jasný com os lobos negros e a neve branca de František Vláčil. São filmes que podem acabar em música, ou podem acabar como O Cremador de Juraj Herz: numa insanidade sem limites, ainda que agradável em seu sarcasmo zombeteiro e quase infantil.

Gabriela Wondracek Linck (curadora)

FILMES

PEDRO, O NEGRO (Černý Petr) 1963, Tchecoslováquia, 86’, p&b Direção: Miloš Forman
Pedro tem 17 anos e começa a trabalhar como segurança de uma loja, onde atura pacientemente as insossas instruções de seu chefe. Os dilemas de Pedro na loja são intercalados com outros do jovem em casa, onde escuta as duras críticas do pai. 

CORAGEM DE TODO DIA (Kazdy den odvahu) 1964, Tchecoslováquia, 87’, p&b Direção: Evald Schorm 
Atormentado pela sociedade que o cerca e por sua tendência ao alcoolismo, o exemplar funcionário Lukas entra em um labirinto de decadência espiritual e de sanidade psíquica. 

DIAMANTES DA NOITE (Démanty noci) 1964, Tchecoslováquia, 64’, p&b Direção: Jan Němec
Dois jovens judeus fogem de um trem que os levaria para um campo de concentração. O filme acompanha a devastação emocional e física de ambos durante a luta por comida e abrigo.

ILUMINAÇÃO ÍNTIMA (Intimní osvětleni) 1965, Tchecoslováquia, 71’, p&b Direção: Ivan Passer
Petr, músico de sucesso, volta à sua cidade natal acompanhado de sua namorada Stepa, para tocar com grupo de músicos liderado por seu velho amigo Bambas, membro da orquestra local e professor. 

AS PEQUENAS MARGARIDAS (Sedmikrásky) 1966, Tchecoslováquia, 74’, cor Direção: Věra Chytilová
Marie I e Marie II partem do seguinte princípio: já que o mundo está estragado mesmo, elas também vão se estragar. As adolescentes vivem de excessos, consumindo e destruindo tudo que podem, à custa de homens mais velhos e bobos.

A FESTA E OS CONVIDADOS (O slavnosti a hostech) 1966, Tchecoslováquia, 68’, p&b Direção: Jan Němec
Grupo de convidados indo para um piquenique se depara com homem estranho no meio do caminho, que fala de coisas que ninguém entende, porém acaba envolvendo todos em seu discurso. O filme foi "banido para sempre" pelo presidente da Tchecoslováquia, que cogitou também a prisão do cineasta. 

TRENS ESTREITAMENTE VIGIADOS (Ostre sledované vlaky) 1966, Tchecoslováquia, 92’, p&b Direção: Jiří Menzel
Numa estação de trem da Tchecoslováquia ocupada pela Alemanha se passam os dilemas e as aventuras dos funcionários Hubicka e Milos. Hubicka é obcecado por seduzir mulheres, e MIlos está preocupado em agradar a namorada.

MARKETA LAZAROVÁ (Marketa Lazarová) 1967, Tchecoslováquia, 165’, p&b Direção: František Vláčil
Baseado no romance homônimo de Vladislav Vancura, o filme se passa na Idade Média e retrata de forma poética a transição do mundo pagão para o mundo cristão, por meio da história de duas famílias rivais.

A PIADA (Žert) 1968, Tchecoslováquia, 77’, p&b Direção: Jaromil Jireš
Baseado no livro homônimo de Milan Kundera, conta uma história verídica do próprio escritor, expulso do Partido Comunista ao ter uma carta interceptada pelo Governo. No filme, o Governo intercepta um cartão postal que o protagonista Ludvik  envia para a sua namorada Markéta, com uma piada a respeito dos estudos dela.

O CREMADOR (Spalovač mrtvol) 1968, Tchecoslováquia, 96’, p&b Direção: Juraj Herz
Para o cremador Kopfrkingl, transformar o corpo em cinzas significa purificar a alma. Kopfrkingl gosta de seu trabalho e trata bem os filhos e a mulher. Até o dia em que encontra um ex-companheiro de Guerra, que tenta o convencer de seu sangue alemão. 

FRUTO DO PARAÍSO (Ovoce stromů rajských jíme) 1969, Tchecoslováquia / Bélgica, 95’, cor Direção: Věra Chytilová
Eva é uma jovem obcecada por um homem de vermelho, que não sabemos quem é. O filme também recria de forma alegórica e psicodélica a história de Adão e Eva. Espécie de celebração visual da tentação.

VALERIE E SUA SEMANA DE DESLUMBRAMENTOS (Valerie a týden divů) 1970, Tchecoslováquia, 73’, cor Direção: Jaromil Jireš
Valerie mora com sua avó em uma cidadezinha medieval. Durante uma festa de carnaval, a menina percebe o despertar de sua sexualidade e se imagina rica e poderosa, ao mesmo tempo em que sua avó se transforma numa vampira.

GRADE DE HORÁRIOS

29 DE ABRIL (TERÇA)
19:00 – Coquetel de abertura
20:30 – As Pequenas Margaridas

30 DE ABRIL (QUARTA)
18:00 – Trens Estreitamente Vigiados
20:00 – Fruto do Paraíso (Sessão Cinedrome, debate com Rochele Zandavalli e Leonardo Bomfim)

01 DE MAIO (QUINTA)
15:00 – Iluminação Íntima 
17:00 – Coragem de Todo Dia
19:00 – A Festa e os Convidados

02 DE MAIO (SEXTA)
16:00 – Pedro, o Negro
18:30 – As Pequenas Margaridas
20:00 – O Cremador

03 DE MAIO (SÁBADO)
15:00 – A Piada
17:00 – Diamantes da Noite
19:00 – Marketa Lazarova

04 DE MAIO (DOMINGO)
15:00 – Pedro, o Negro
17:00 – Trens Estreitamente Vigiados
19:00 – Valerie e sua Semana de Deslumbramentos  – seguida de debate com Anelise De Carli, Pedro Henrique Gomes, Tulipa Meireles e Leonardo Bomfim, críticos e pesquisadores que produziram o catálogo da mostra. 


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