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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Cine Dica: O Melhor do Nosso Cinema: VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO



Sinopse: José Renato (Irandhir Santos) tem 35 anos, é geólogo e foi enviado para realizar uma pesquisa, onde terá que atravessar todo o sertão nordestino. Sua missão é avaliar o possível percurso de um canal que será feito, desviando as águas do único rio caudaloso da região. À medida que a viagem ocorre ele percebe que possui muitas coisas em comum com os lugares por onde passa. Desde o vazio à sensação de abandono, até o isolamento, o que torna a viagem cada vez mais difícil.
  
Nas mãos de Karim Ainouz e Marcelo Gomes, o conhecido gênero road movie, que dele nasceram obras como Sem Destino,  é reinventado por um protagonista nunca visto, mas que fica narrando sempre a sua cruzada de auto descobrimento. O filme levou uma década para ser finalizado, sendo que as imagens começaram a ser criadas antes mesmo da criação dos filmes de cada um dos cineastas (de Karim e Marcelo). Reunidas numa caixa cheia de imagens captadas, elas foram montadas e remontadas inúmeras vezes, mas que aos poucos foi nascendo algo completamente diferente do que se previa anteriormente.
Numa verdadeira experiência de montagem e roteiro, Karen Harley fez um trabalho de gênio na montagem, reunindo na época registros em super-8, 16 mm e digital numa concisão narrativa que emociona embalada pela trilha sonora de Chambaril e a voz do personagem principal que, apesar de nunca ser visto, está presente o tempo todo. Ao final da trama, o objetivo da viagem é sobrepujado pela força da travessia. Travessia apresentada em exuberantes e delicadas imagens captadas em diferentes suportes, sendo que um deles imprimindo defeitos nas paisagens, que foram propositadamente mantidas assim na montagem e que fazem um percurso que vai dos feixes de rocha do semi-árido nordestino até o ser humano que habita essa geografia.
Se fossemos resumir a obra, seria uma espécie de retrato da reação do homem perante a rejeição de um amor. A vontade de botar o pé na estrada, viajar sem rumo certo, a mentira pra si mesmo de que tudo está bem, a aceitação do "pé na bunda", o sexo que não pode parar na figura de diferentes parceiras, a bebida, a música de amor. Tudo isso sem excluir a lágrima, ou, como diria o poeta, "os sócios vis do amor: rancor, dor, ódio, solidão" (Antonio Cícero).
O homem sai pelas estradas do Ceará. Sua voz narra à situação em que vive, sem que sua imagem apareça. Antes, ela se reflete no cenário vazio, árido e sofrido do sertão brasileiro: seca, fome e abandono. O filme se inicia com supostas cartas escritas à amante, como se dele ela ainda fosse. Mente então em uma delas, com a frase que dá título ao filme.Termina concluindo:
 "Viajo porque preciso, não volto porque ainda te amo."

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