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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cine Especial: EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE LUZES E SOMBRAS: Parte 1

De 08 á 11 de outubro, estarei participando do curso EXPRESSIONISMO ALEMÃO - UMA SINFONIA DE LUZES E SOMBRAS, criado pelo Cena Um e ministrado pelo especialista no assunto Carlos Primati. E enquanto os quatro dias não vêm, por aqui, estarei postando os principais filmes, sobre o melhor período cinematográfico da Alemanha. 

NOSFERATU

Sinopse: Hutter (Gustav von Wangenheim), agente imobiliário, viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo no Mar Báltico cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock (Max Schreck), que na verdade é um milenar vampiro que, buscando poder, se muda para Bremen, Alemanha, espalhando o terror na região. Curiosamente quem pode reverter esta situação é Ellen (Greta Schröder), a esposa de Hutter, pois Orlock está atraído por ela.
  
Adaptação não autorizada do livro Drácula, de Bran Stoker (o mesmo serviu de base para as versões de Werner Herzog e de Francis Ford Coppola). A força perene deste clássico do expressionismo está no seu belo visual sombrio, apoiado em uma incrível cenografia gótica. Grandes momentos: a chegada ao porto de Bremem, o povo carregando caixões e o antológico encontro entre o conde (Shreck, extraordinário e sinistro) e Ellen (Schroeder).
O filme é do tempo do expressionismo alemão e um dos melhores filmes que representam o que foi essa época. Dirigido por F.W Murnau, um dos grandes gênios desse tempo, que infelizmente morreu precocemente em um acidente de carro na década de trinta. Nosferatu é mais do que um clássico, é o seu testamento para o mundo.

FAUSTO

Sinopse: Baseado na famosa peça de Goethe, temos Fausto, um velho alquimista que vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Vendo tanta morte, começa a pensar sobre sua própria finitude. Ele então evoca Mefistofeles, e lhe pede sua juventude de volta e eterna. O demônio a garante, em troca da alma de Fausto. Tudo parecia perfeito, até este se apaixonar por uma jovem italiana.

Mais outra grande obra prima de Murnau. E sem sombra de duvida, um dos melhores exemplares do expressionismo. Visualmente, o diretor se inspirou em pinturas góticas do século XIX. Num clima sombrio e opressivo, o cineasta adaptou o poema de Goethe para defender a paixão em detrimento da racionalidade. Um clássico indiscutível e que serviu de base para outros filmes posteriormente. Atenção para a cena em que o demônio lança a peste na cidade, onde com certeza Disney viu, e se inspirou ao criar o ato final do filme Fantasia. 

A Ultima Gargalhada

Sinopse: Um velho porteiro de um hotel de classe se vê sendo substituído por um empregado mais jovem, e posto para trabalhar como ajudante de lavatório. Sendo seu emprego de porteiro o maior orgulho de sua vida, e agora ridicularizado por seus vizinhos e amigos, o velho homem volta ao hotel à noite, em busca de seu antigo uniforme, símbolo de sua glória passada.

Tragicomédia na qual se explora até que ponto uma pessoa pode acreditar que será feliz através do serviço que se vive, ou até mesmo pelo que se veste, acreditando friamente que pela aparência irá se ganhar o respeito que merece. Uma bela critica a uma sociedade que se esconde através das mascaras, e com isso, acaba sobrando para pessoas que se tornam vitimas, que acreditam que para se viver em meio a essa sociedade, precisa acima de tudo transmitir poder e respeito por onde passa.
Através do seu protagonista, Murnau mostra a real decida do personagem ao inferno astral, quando percebe que perdeu o respeito perante as pessoas próximas, contudo o filme pode ser visto através de dois ângulos na sua reta final. Na época, os produtores pediram um final digno para o personagem, e assim foi feito, mas se assistirmos agora, percebemos que tudo soa bom demais nos minutos finais e tudo aquilo pode ser interpretado como um bom sonho que poderíamos ter para o personagem. Com isso, não considero que o diretor foi covarde em não ter dado um final pessimista ao protagonista, e sim assistir o final de duas formas diferentes, do que realmente aconteceu, o que poderia acontecer e com isso Murnau foi inteligente na construção final da narrativa. Mesmo assim, somente por isso, o filme é considerado inferior se comparado a outra obra do diretor que é Nosferatu, mas é um filme corajoso e talvez o mais silencioso da época, já que raramente aparecem os letreiros que diz o que eles estão falando, sendo que tudo é narrado através dos gestos dos personagens, principalmente do protagonista, interpretado magistralmente por Emil Jennings.


7 comentários:

Unknown disse...

Pô, esse curso do Pimati deve ser um show, um amigo fez e adorou. Gosto muito dos filmes expressionistas, principalmente Caligari e Fausto. Gostei do teu espaço, vou linkar no meu blog para te acompanhar. Apareça no meu.

http://espectadorvoraz.blogspot.com.br/

Bússola do Terror disse...

A caracterização de vampiro de Nosferatu ficou muito mais assustadora do que a de todos os filmes do Drácula lançados depois, né? Até porque nas versões seguintes sempre procuravam dar ao Drácula um ar mais sedutor do que assustador. A não ser, talvez, no filme do Bela Lugosi.

Marcelo Castro Moraes disse...

Estarei aparecendo por lá sim Celo, e me acompanhe.

Bussola do Terror: Gary Oldman também trouxe um ar monstruoso na versão de 92, que até hoje impressiona. Embora o ar romântico tenha dominado mais aquela produção.

Gilberto Carlos disse...

O único filme do expressionismo alemão que assisti foi O gabinete do Dr. Caligari e achei revolucionário. Li sobre todo o período e ainda quero conhecer mais filmes.

Marcelo Castro Moraes disse...

Ba Gilberto então corra atras. Uma pena que não more por aqui, pois o curso seria um otimo ponto de partida para vc.

disse...

Nosferatu é maravilhosos, melhor até que a versão de 1979! Ainda tenho que ver os outros dois filmes, mas com certeza devem ser ótimos!
Abraços!

Marcelo Castro Moraes disse...

Olha Lé, por mais que eu goste da versão de 1922, a de 1979 é hipnotizante, sendo que a cidade em climão de apocalipse está entre as melhores cenas da produção.