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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 9 de junho de 2012

Cine Especial; Historia do Cinema Brasileiro: Parte 5



Nos dias 16 e 17 de Junho, estarei participando do curso HISTORIA DO CINEMA BRASILEIRO, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Franthiesco Ballerini. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, falarei um pouco desse universo verde amarelo do nosso cinema. 

O CINEMA DE WALTER HUGO  KHOURI:

Noite Vazia

Sinopse: Um rico empresário, Luizinho, e seu amigo Nelson, fazem incursões pela noite paulistana em busca de sexo e diversão que preencham o vazio de suas vidas. Numa dessas noitadas, a dupla encontra, numa casa noturna, duas prostitutas de luxo, Mara e Regina. Luizinho convida o grupo para ir ao seu apartamento. Lá, os quatro entregam-se aos prazeres do sexo e suas infinitas variações. Mara e Nelson formam um casal silencioso e triste que se vê obrigado a se confrontar com o agitado Luizinho. Mara, na realidade, é uma jovem amadurecida, mas egoísta e amarga, que só pensa em dinheiro. Finalmente, após uma noite repleta de luxúria e prazer, os dois casais terminam envoltos em tédio e angústia.

Um dos filmes mais expressivos e impressionantes da historia do cinema brasileiro, sendo lançado justamente no ano de 1964(quando estourou o golpe militar). Com uma ótima fotografia de Rudolf Icsey, o filme, por vezes, lembra os melhores momentos da filmografia de Ingmar Bergman, tanto, que Water várias vezes foi comparado ao mestre sueco, principalmente por causa desse filme. Na época, causou polemica por sua sinceridade e sem preconceito, em que aborta a sexualidade, através principalmente pela dupla de amigos, que por vezes, se mostra ambígua, através das expressões e gestos de ambos, no qual o diretor filmou muito bem.
Abriu o caminho para a temática sempre perseguida pelo diretor, que é da busca de perspectivas unida a solidão, ás crises existenciais e morais. Atenção para Norma bengell, no auge da sua beleza e para Odete Lara, que passa um magnetismo de domínio de cena.

Curiosidade:   Concorreu à Palma de Ouro de Festival de Cannes em 1965.
  
As Amorosas

Sinopse: Jovem estudante universitário vive em permanente estado de perplexidade e indecisão emocional, o que se reflete em todas as suas atitudes e tomadas de posição frente a vida. De fomação burguesa, vive quase na pobreza, morando em casa de amigos e arranjando dinheiro com pequenos serviços e com empréstimos conseguidos de sua irmã.

Novamente, o cineasta  Walter Hugo Khouri, em "As Amorosas", busca uma forma de mostrar os conflitos interiores, que acabam gerando as  angústias e os dilemas vividos pela juventude dos anos 60, em um período em que a  ditadura militar assolava o nosso país e ninguém mais sabia (muito menos o jovem), qual era o seu destino, num lugar onde a perspectiva pelo futuro estava indefinida.  Além do belo trabalho de Khouri, o filme conta com a magnífica interpretação de Paulo José, no papel do conturbado Marcelo, sendo que o interprete, consegue passar todo o peso e a confusão que o personagem  passa em seu interior .  Merece ainda destaque a presença do Grupo 'Os Mutantes' de Rita Lee, na época com apenas 20 anos de idade.
O filme não é para qualquer um, pois a proposta que o filme passa, é exatamente passar  o estado de espírito que os jovens daquele tempo tinham, que era não possuir perspectiva sobre o que vinha mais pra frente em seu futuro.  Embora seja uma mensagem para os jovens daquele período, é algo que de uma forma ou de outra, não envelheceu com o passar do tempo e principalmente graças a força dos seus minutos finais. 
       
Amor estranho amor

Sinopse: Hugo, um homem de meia idade, guarda na memória a infância realmente singular. Ainda um garoto, sai do Sul do país com a avó e desembarca em São Paulo, onde é deixado na frente de um palacete, na verdade um bordel de luxo. Ali mora e trabalha Ana, sua mãe, uma prostituta e amante do governador de São Paulo. O garoto irá conviver daí em diante nesse ambiente com outras garotas de programa como Tamara - uma ninfeta atrevida. Depois de ter leiloada a sua falsa virgindade entre os freqüentadores mais ricos, ela seduz Hugo - então garoto com doze anos - e o molesta.

Uma das maiores injustiças que ainda permanece na historia do nosso cinema, é de ainda não podermos ver em qualidades legais, uma das obras primas do diretor Walter Hugo Khouri, unicamente porque Xuxa Meneghel não quer que sua imagem seja rotulada por este filme. Isso tudo se deve, porque existem cenas onde sua personagem tem relações sexuais com um jovem de 12 anos na historia. Felizmente, o filme foi lançado em DVD em 2005 nos EUA, e com isso, já foi o suficiente para o publico assistir o filme, tanto comprando o disco lá fora, como conseguindo pela rede, que infelizmente não está em suas melhores qualidades. Todavia, é a única forma do filme ser redescoberto e apagar um pouco a má fama que o filme adquiriu ao longo dos anos.  Digo isso, porque o filme por muito tempo, vem sendo rotulado de uma forma equivocada por boa parte do publico, acreditando que seja uma obra pornográfica, o que é muito longe disso. Mesmo possuindo algumas cenas de sexo, a trama é mais sobre a jornada do auto-descobrimento, tanto existenciais quanto morais  e sobre a perda da inocência, que aqui no caso,  é pela perspectiva  do garoto da trama (Marcos Ribeiro).
Polemicas á parte, o filme tem como protagonistas, Vera Fischer (no auge da beleza) e Tarsísio Meira, ambos numa época em que bombavam no cinema nacional e  arrancavam  elogios  tanto do publico como da critica.  Fischer ganharia inclusive o prêmio de melhor atriz no festival de cinema de Brasília e no prêmio Air France de Cinema em 1982.      


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