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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de abril de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: JOGOS VORAZES


AVENTURA FUTURÍSTICA, ESTRÉIA NO CINEMA DE UMA FORMA CORRETA E SEM OFENDER A INTELIGENCIA DE NINGUÉM! 
Sinopse: Num futuro distante, boa parte da população é controlada por um regime totalitário, que relembra esse domínio realizando um evento anual - e mortal - entre os 12 distritos sob sua tutela. Para salvar sua irmã caçula, a jovem Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se oferece como voluntária para representar seu distrito na competição e acaba contando , com a companhia de Peeta Melark (Josh Hutcherson), desafiando não só o sistema dominante, mas também a força dos outros oponentes.
O mais novo sucesso do momento (mais de 200 milhões dólares nas duas primeiras semanas nos EUA), Jogos Vorazes, é com certeza, o melhor sucessor (em termos de franquias), para acolher os órfãos de Harry Potter, que acabaram amadurecendo ao longo dos anos, junto com a saga do jovem bruxo, e que buscam algo mais criativo para se assistir. Muito melhor do que aturar a saga Crepúsculo, que mais ofende a nossa inteligência, do que passar algum significado. Mas o filme dirigido por Gary Ross (Alma de Herói) entra num território já bem explorado, tanto na literatura, como para o cinema (leia mais aqui), entretanto, em direções diferentes e que se comunica com a realidade atual na qual vivemos.  
Ao criar um futuro, em que um regime totalitário, usa jovens de 12 distritos, para se digladiarem em uma floresta artificial, o filme não só entra num território sobre os direitos da liberdade de expressão, oprimida, por uma ditadura fascista, como também faz uma critica a mania “big brother”, que se alastra em todo mundo, já que na trama, as lutas são todas exibidas na TV, em um grande show de entretenimento. Com isso, percebemos a total falta de bom senso nos dominantes daquele mundo, ao tratarem jovens como gados e sem darem muita opção com relação ao futuro para eles. Gary Ross é habilidoso ao retratar esse inquietante futuro. Há primeira hora alias, é digna de nota, onde o cineasta retrata o dia a dia daquelas pessoas, de uma forma bem gradual e sem pressa, fazendo da pessoa que assiste já compreender, se sintonizar com  aquele tipo de mundo e sem dar muitas explicações, apesar delas existirem nos primeiros segundos do filme.
Ross também mostra ares de diretor autoral, principalmente em momentos em que sua câmera esta sempre em movimento, com ângulos muitas vezes impressionantes e até então inéditos, principalmente para uma franquia que nasceu para conquistar jovens e que não estão exatamente acostumados dessa forma de se ver um filme. Tecnicamente eficaz, o filme também não falha com relação a sua protagonista Katniss, interpretada de uma forma correta pela mais nova sensação jovem do momento, Jennifer Lawrence. Indicada para o Oscar de Inverno da Alma e tendo surpreendido em X-Men: Primeira Classe (como a jovem Mística), Lawrence nos convence em vários momentos da trama, seja quando nos faz emocionar, quando parte para o sacrifício para salvar a irmã (e na perda de uma companheira, num momento mais tocante da obra), ou quando surpreende seus algozes com o arco e a flecha, demonstrando total controle no que está fazendo. Até mesmo na previsível relação amorosa que nasce entre ela e o personagem Peeta, ela nos agrada. E se ator Josh Hutcherson não convence muito nestes momentos, pelo menos não atrapalha no desenvolvimento.
O filme ainda tem tempo, de saber apresentar muito bem outros personagens secundários da trama, como no caso do treinador dos protagonistas, Haymitch Abernathy, interpretado de uma forma genial por Woody Harrelson (Assassinos por Natureza). Embora o ator esteja numa super produção, sua forma de interpretar não é muito diferente se comparada a outros momentos de atuação ao longo da carreira dele (como no caso de seu desempenho de O Mensageiro). Sendo assim, Harrelson não se intimidou em estar numa produção como essa, e com isso, criou mais um personagem inesquecível, para sua galeria de personagens translocados e geniais. Do resto, podemos citar Donald Sutherland como coadjuvante de luxo e sem muito que acrescentar na trama, embora tenhamos certeza, que seu personagem possa crescer ainda mais numa eventual seqüência.
Com um visual que lembra clássicos como Laranja Mecânica e Brasil: O filme, Jogos Vorazes foi uma bem vinda surpresa neste inicio de temporada de filmes norte americano. E se a intenção desde o inicio era para começar uma franquia para gerar (novamente) um grande lucro, pelo menos, os engravatados souberam ir para o caminho certo, que não seja para ofender a inteligência desta nova geração de jovens, e sim, entretê-las com uma historia de qualidade e que nos faz pensar!    


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